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A tortura do Padre Olszewski, um preso político na Polônia de Tusk

Padre Michal Olszewski

Preso por policiais usando balaclavas, ficou 60 horas sem comer, privado da possibilidade de ir ao banheiro e acordado a qualquer hora da noite. Um procedimento reservado aos piores criminosos e ordenado pelo Ministério Público Nacional. A história da tortura sofrida pelo padre Michal Olszewski, preso político na Polônia do europeísta Tusk.

A Nuova Bussola, no silêncio dos outros meios de comunicação, acompanha há meses o caso do Padre Michal Olszewski (ver aqui, aqui e aqui), dehoniano polonês, responsável pela Fundação Profeto. Apesar da sua reputação impecável, o Padre Michal está preso há três meses e meio, tratado como um grande criminoso, embora até agora não haja acusações específicas contra ele.

Nos últimos dias, o semanário conservador polonês Sieci publicou um aterrorizante relato sobre a tortura sofrida pelo sacerdote nas primeiras 60 horas após a sua prisão. Métodos indignos de um Estado de direito, que recordam a muitos poloneses os tempos mais sombrios da perseguição ao clero sob o regime comunista. E tudo isto está acontecendo na Polônia do “europeísta” Donald Tusk que, segundo ele, está restaurando o Estado de direito.

Trata-se de um relato fiel dos fatos escrito pelos parentes do sacerdote, aos quais, durante as suas visitas, o Padre Olszewski contou detalhadamente o que lhe aconteceu durante a sua detenção. É uma descrição chocante do calvário sofredor do Padre Michal, um tratamento desumano orquestrado pelo Ministério Público Nacional governado pelo ministro “da justiça” Adam Bodnar e cuidadosamente escondido pela Agência de Segurança Interna (ABW, na sigla polaca).

O Padre Olszewski recorda o momento da prisão: foi acordado por um grupo de pessoas batendo à porta, usando balaclavas. Tudo o que os agentes da ABW, enviados pelo Ministério Público, fizeram depois só serviu para humilhar o sacerdote e quebrar sua moral. Uma policial se destaca nesse pérfido assédio. Durante o transporte a Varsóvia, o Padre Michal pediu para parar no estacionamento do parque com banheiro, mas os funcionários, intencionalmente, preferiram parar num grande posto de gasolina. Padre Michal escreve: «O comboio entrou na estação de Orlen com sirenes tocando […]. Fui levado algemado ao banheiro da estação e, depois de sair do banheiro, os agentes da ABW pediram cachorro-quente para eles, enquanto eu fiquei algemado no meio da loja da delegacia. As pessoas tiraram fotos minhas e dos policiais com balaclavas. Eu também pedi para que comprassem algo para eu comer (já haviam se passado doze horas desde a minha prisão), mas eles responderam que “não compram”. Fiz minha primeira refeição em 60 horas quando meu advogado me trouxe um pacote do meu irmão ao tribunal! Tive meu primeiro contato com o defensor somente 20 horas após a prisão». O Padre Olszewski notou que os agentes ficaram muito felizes ao ver que a notícia da sua prisão foi amplamente divulgada nos meios de comunicação; ele então entendeu que eles queriam transformar o seu caso em uma grande operação midiática.

Quando foi colocado na cela, os policiais lhe disseram que «neste horário não há nem janta nem água». Por fim, suplicou aos agentes que lhe dessem água da torneira: trouxeram-lhe água da torneira na garrafa que estava na cela. De manhã, quando pediu para ser levado ao banheiro, foi-lhe dito: «Mije na garrafa».

Estas palavras chocantes narram o início do assédio contínuo e do comportamento desumano por parte dos agentes. O sacerdote foi tratado segundo um procedimento especial reservado aos mais perigosos criminosos, como os terroristas. O Padre Michal explica: «Quando retornei para a minha cela, arrumei o posto do inquilino anterior e deitei-me morto de cansaço. Mas pouco depois, de repente, a luz acendeu. Então descobri que estava sob regime de “supervisão especial”. Então lá estava a câmera, as algemas mesmo quando saísse para exercícios, o isolamento dos outros […], o despertador com a luz acesa a noite toda, a toda hora! Isso aconteceu nas primeiras duas semanas».

Durante estas horas cruciais depois de preso, o Padre Olszewski foi tratado de forma tão premeditada e brutal pelos oficiais, que ficava claro que estas eram ordens dos seus superiores, desde o topo do Estado. Continua o sacerdote: «Depois vi todo este circo mediático e toda esta arrogância. […]. Quando me levaram, havia muitos policiais e “espectadores” na cancela de detenção. Eu me senti como um macaco em um circo. Um deles me disse: “Bem-vindo ao inferno” […]. Ainda acho difícil ter que me despir em cada inspeção a que me submetem quando mudo de departamento (por exemplo, quando vou à capela). Não dormi muito nas últimas noites, o estresse tomou conta, praticamente me parece que estou assistindo a um filme com a minha participação».

Como diz o advogado Krzysztof Wasowski, advogado do sacerdote, os agentes do serviço penitenciário não entendem por que seu cliente foi submetido a prisões tão severas e com tal nível de restrição. Alegam que isso acontece a pedido do órgão que trata do caso, ou seja, do Ministério Público Nacional. Essas ações, segundo o advogado, têm o objetivo de “amolecer” seu cliente. «Queriam quebrá-lo, queriam forçá-lo a confessar “qualquer coisa”. Os agentes da ABW convenceram o meu cliente de que isto estava acontecendo por ordem explícita do procurador. “Se testemunhas, o procurador deixará tu ires para casa”, diziam constantemente ao meu cliente», acrescenta o advogado.

Outro exemplo de fúria contra o sacerdote se deu quanto ao pacote com produtos de higiene enviado por seus familiares. O procurador recusou-se maliciosamente a entregar este pacote a Dom Olszewski, que teve que se virar como podia.

O advogado Wasowski, depois de três meses de prisão “exploratória”, fez o pedido de libertação do Padre Olszewski, mas sem sucesso. Isto significa que o sacerdote permanecerá atrás das grades pelo menos até meados de setembro. A decisão foi tomada pela juíza Anna Kuzaj, membro da Iustitia, uma associação de juízes politicamente engajados e que durante o governo anterior, liderado pelos conservadores do PiS (Lei e Justiça), assumiu posições abertamente antigovernamentais.

O caso do Padre Michal é ainda mais escandaloso se levarmos em conta que o atual Ministro da Justiça foi durante anos o ombudsman dos Direitos Humanos e, nesta qualidade, era contrário às detenções “exploratórias” e aos métodos hoje utilizados pelos seus subordinados. Em 2016, chegou inclusive a apresentar uma denuncia ao Tribunal Constitucional pela falta de especificação do período máximo de prisão preventiva, referindo-se à Constituição polonesa e à Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais. Hoje, como ministro, age evidentemente contra a Constituição e contra a Convenção.

A Bussola perguntou ao advogado Wasowski como está o padre Olszewski . «Como pode um homem da montanha ficar trancado numa pequena cela isolada de pouco mais de 10 metros quadrados, com um banheiro à vista e um colchão velho e fedorento? No início, sofrendo de claustrofobia, caiu em depressão. Mas ultimamente a sua condição mental está muito melhor do que no início da sua detenção. Sua psique se estabilizou. Mesmo sentindo uma grande injustiça, recuperou o espírito combativo, e não quer desistir. Infelizmente, quando voltam os momentos difíceis, cai em desesperação», responde o advogado Wasowski.

É preciso dizer que nas mesmas condições desumanas que o Padre Olszewski estão duas mulheres, funcionárias do Ministério da Justiça, envolvidas no mesmo caso. A sua situação é ainda mais vergonhosa se levarmos em conta que têm famílias das quais foram subitamente separadas.

Na Itália, o caso de Ilaria Salis foi amplificado desproporcionalmente pela mídia e explorado politicamente ao máximo pela esquerda italiana e europeia. Foi também o pretexto para atacar duramente a Hungria: as imagens de Salis algemado tornaram-se o símbolo do “regime” de Orban. E agora Salis tem assento no Parlamento Europeu. Então devemos perguntar-nos por que é que ninguém está tratando do caso do Padre Olszewski, o primeiro caso de um sacerdote-prisioneiro político na Polônia depois de 1989. Por que é que ninguém levanta o caso do “regime” do europeísta Tusk?

Fonte: La Nuova Bussola Quotidiana

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