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O Deboche como Arma do Feminismo Católico

Feministas meme

Neste blog tratamos amplamente de posições feministas que têm ganhado eco entre conservadores católicos em alguns artigos. Lidamos com:

Objeções feministas à submissão da mulher ao marido:

O que significa a “submissão mútua” de São João Paulo II?

Objeções feministas à modéstia no vestir:

Critérios seguros para a modéstia no vestir

O uso piedoso do véu não é mais obrigatório?

Conservadores católicos se rendem à imodéstia

Objeções feministas à doutrina do trabalho da mulher casada:

O trabalho da mulher casada e a Direita Feminista

Um tema, porém, ainda não abordado por nós é o uso do escárnio/deboche como método feminista de destruição de adversários. O deboche, a chacota, o escárnio é ínsito no comportamento feminista como veremos mais a frente. Infelizmente, talvez inconscientemente, moças católicas tendentes ao feminismo têm adotado o mesmo tipo de conduta.

Para entendermos como funciona o deboche como método precisamos compreender primeiro o que é o feminismo. O feminismo, como dissemos no artigo “O que significa a “submissão mútua” de São João Paulo II“, é essencialmente um pecado contra a fidelidade matrimonial, contra a autoridade do marido sobre a esposa. 

Feministas por negarem em seus corações que quem inventou o patriarcado foi o próprio Deus, pois este constituiu Adão como chefe da humanidade e os sacerdotes como governadores da Igreja, utilizam diversos mecanismos para minar a autoridade do homem e controlá-lo, entre os quais um deles é o escárnio. O deboche, também chamado derrisão, tem por fim suscitar a vergonha do próximo, como ensina o Doutor Angélico:

“Como já dissemos, os pecados por palavras devem ser considerados, sobretudo relativamente à intenção de quem as profere. Por onde, esses pecados se distinguem pelas diversas intenções que tem quem fala contra outrem. Ora, quem profere um convício visa deprimir a honra daquele contra quem o irroga; se detrai visa depreciar-lhe o bom nome; e se sussurra, destruir-­lhe a amizade. Assim também, fazendo derrisão, visa fazer enrubescer aquele que é objeto dela. E sendo este fim distinto dos outros, também o pecado de derrisão distingue-se dos já referidos.” (S. Th. II-II, q.75, a.1, sol.)

O escárnio, portanto, é um ataque à autoestima do próximo. Homens e mulheres atacam a autoestima um do outro de modos diferentes. Homens quando querem tirar a autoestima das mulheres eles batem, se tornam grosseiros, violentos e traidores. Mulheres quando querem tirar a autoestima dos homens  debocham. A esposa ideal nunca usa o deboche para diminuir ninguém. Mas como a feminista é o arquétipo da anti-esposa, então ela, casada ou não, sempre será rixosa, reclamona e, principalmente, debochada.

A mulher católica e realmente virtuosa nunca é debochada. Se a violência dos homens é o oposto da proteção que deveriam oferecer, o deboche das mulher é o oposto da brandura e docilidade que deveria apresentar, pois a mulher católica é caracterizada principalmente pela sua personalidade amável, como ensinava o imortal Pio XII:

A esposa é o sol da família com a clareza de seu olhar e a chama de sua palavra; olhar e palavra que penetram suave mente na alma, a vencem e enternecem, acalmam o tumulto das paixões, e levam ao homem a alegria do bem-estar e da conversação familiar, depois de uma longa jornada de contínuo e às vezes penoso trabalho, no escritório ou no campo, ou de imperiosos negócios no comércio ou na indústria. Seus olhos e sua boca lançam uma luz e um acento, que num raio têm mil fulgores e num som mil afetos. São raios e sons que brotam do coração de mãe, criam e vivificam o paraíso da infância e irradiam sempre bondade e suavidade, ainda quando advertem ou repreendem, pois as almas juvenis, que sentem com mais força, recolhem com maior intimidade e profundidade os ditames do amor.

A esposa é o sol da família com sua cândida natureza, sua digna simplicidade e seu cristão e honesto decoro, tanto no recolhimento e na retidão do espírito, como na sutil harmonia da atitude e vestimenta, no adorno e na postura, a um só tempo reservada e afetuosa. Sentimentos tênues, a dos traços do rosto, ingênuos silêncios e sorrisos, um condescendente movimento de cabeça, dão-lhe a graça de uma flor requintada e, no entanto, simples, que abre a corola para receber e espelhar as cores do sol. Oh! Se soubésseis que profundos sentimentos de afeto e gratidão suscita e imprime no coração do pai de família e dos filhos essa imagem de esposa e mãe! O anjos, que velam sobre as casas e ouvem as orações dela, impregnai de perfumes celestiais aquele lar de felicidade cristä!

Mas, que sucede quando a família está privada desse sol? Que sucede quando a esposa, continuamente e em cada circunstância, mesmo nas relações mais íntimas, não hesita em demonstrar quanto lhe pesa a vida conjugal? Onde está sua amorosa doçura, quando uma dureza excessiva na educação, uma suscetibilidade mal domada e uma frieza irada no olhar e nas palavras, sufocam nos filhos a alegria e o feliz consolo que teriam de encontrar na mãe; quando ela se limita a perturbar com tristeza e amargurar com voz áspera, com lamentos e repreensões, a confiada convivência no ambiente familiar? (Discurso do Papa aos Recém Casados – A Esposa e Mãe – Sol do Lar Doméstico, 11 de Março de 1942)

O Pe. Mathias de Bremscheid no livro “A Donzela Cristã” também ensina no mesmo sentido:

“Se o caráter possuir apenas inflexibilidade e firmeza, degenera em capricho e rigidez, e tornar-se-á desagradável e repulsivo. À firmeza cumpre aliar a brandura e mansidão.

Sê firme e inflexível no tocante aos princípios essenciais, e inabalavelmente fiel ao cumprimento consciencioso dos deveres; contudo, evita toda aspereza no trato com teus semelhantes e mostra-te afável e branda com todos.

Assim deve ser a jovem virtuosa: firme nos princípios, tenaz e enérgica nas atitudes, avessa à insensibilidade e grosseira; compassiva e amável; indulgente e atenciosa; e assim, sua vida esparzirá felicidade, alegria, prosperidade e bênçãos.

Se quiseres adquirir esta doçura de caráter, impõe-te seriamente o esforço de combater, com energia, a tua natureza arrebatada e a tua propensão para a cólera. Habitua-se a falar e tratar com todos pacificamente e com brandura.

O Divino Salvador elogia a mansidão, dizendo: “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra”. (Mt., 5,4)

Não te obstines na tua opinião, nem tomes facilmente resolução irrevogável em coisas secundárias, se não estiveres seguramente convencida diante de Deus, de que isso em quaisquer circunstâncias constitui um dever imutável.

Nas pequenas contrariedades e dissabores, não te exaltes intimamente, nem profiras palavras de enfado; domina-te, corajosamente e não permitas que se altere o teu humor. Se aprenderes desde cedo a aliar doçura e indulgência, à firmeza e energia, evitarás, muitos contratempos e situações dolorosas…”

As Sagradas Escrituras também reprovam a mulher irascível, rixosa e destemperada:

“Melhor é habitar no deserto do que com uma mulher impertinente e intrigante” (Pr 21,19)

 “É melhor habitar um canto do terraço do que viver com uma mulher impertinente.” (Pr 25,24)

“Goteira que cai de contínuo em dia de chuva e mulher litigiosa, tudo é a mesma coisa. Querer retê-la é reter o vento, ou pegar azeite com a mão. (Pr 27,15-16)

No livro “O Poder Oculto da Amabilidade“, o Pe. Lawrence Lovasik afirma que a união íntima com Nosso Senhor faz desaparecer do cristão o hábito do deboche:

“A amabilidade é nossa imitação da Divina Providência. A amabilidade, para ser perfeita e duradoura, deve ser uma imitação consciente de Deus. Se você estiver sinceramente conformando-se à imagem de Jesus Cristo, a aspereza, a amargura e o sarcasmo desaparecem. A própria tentativa de ser como Jesus já é uma fonte de doçura dentro de você, fluindo com uma graça fácil sobre todos que estão ao seu alcance.”

 O mesmo é repetido pelo Pe. William Faber na obra “A Bondade“:

“O conhecimento crescente do pouco que valemos, proporcionado pela união crescente com Deus sob o impulso da graça, torna-nos compreensivos com os outros. A aspereza, a amargura, a ironia mordaz, a meticulosa observação dos outros, a procura de motivos para menosprezar os outros – tudo isso desaparece quando alguém, seriamente, se conforma com a imagem de Jesus Cristo.”

O exposto permite-nos dizer que a atitude debochada ou escarniciosa não deve ser um comportamento entre cristãos. A ironia, é claro, trata-se de um recurso retórico que pode evidenciar melhor o absurdo, mas o sarcasmo ou a ironia mordaz para humilhar, diminuir o próximo é um pecado mortal e não pode ser tolerado.

O deboche do feminismo católico

O feminismo, como dissemos, vive de escárnio. E o feminismo católico não é diferente. Ele é escarnecedor, rixoso e debochado. Nos debates, principalmente sobre modéstia, é comum ouvirmos comentários feministas debochados sobre mulheres tradicionais. Como dissemos no artigo “Conservadores católicos se rendem à imodéstia” é ínsito do feminismo católico o combate e a desconstrução da modéstia do vestir, visto que feministas, como boas liberais, valorizam acima de tudo a liberdade e a autonomia de padrões e regras no modo de vestir.

Nesse sentido, citamos, mais uma vez, o Pe. Bremscheid para ilustrar o ponto:

Não há muitas pessoas que condenam um padrão definido de modéstia no vestir?

Naturalmente, assim como um homem de negócios desleal condena uma lei honesta. Uma sociedade que destruiu os padrões tradicionais de modéstia no vestir, com dificuldade tomaria esforços para reimplantá-los, Mesmo católicos liberais se opõem a padrões específicos de modéstia no vestir. Isto em conseqüência de que o Liberalismo procura uma falsa liberdade em relação às leis, as regras, às regulamentações e a todo tipo de restrições.

Entretanto, queiram as pessoas admitir ou não, todas as suas vidas são reguladas por padrões de uma forma ou outra. Ha padrões para sapatos, padrões para pesos. Temos cores padronizadas e tamanhos, padrões de qualidade e mesmo padrões de tempo que nos são impostos pelo sol. Temos padrões de maneiras e de modos de agir que nos influenciam até mesmo nos minimos detalhes.

A cada passo somos confrontados com padrões. As pessoas aceitam isso sem questionarem, até o ponto, por vezes, de chegarem à escravidão e ao absurdo.

Porventura somente a virtude da modéstia deveria ser privada de ser regulada e protegida por padrões? Se estamos prontos para aceitar o que quer que as autoridades seculares nos imponham, muito mais devemos nós, católicos, estar prontos para aceitar “o que quer que Maria Imaculada aprove”, o que é nosso lema da Cruzada.

A seguir mostraremos uma sequência de deboches do feminismo católico em relação a pessoas que defendem padrões e regras na modéstia do vestir. 

1) “Seita do véu”

Uma das bandeiras do feminismo católico é a batalha contra o véu. Feministas odeiam o véu, porque a devoção do véu é a maior arma católica contra o feminismo. O véu lembra a mulher que há autoridades acima dela, Deus e o marido.

Assim, tem sido cada vez mais comum feministas debocharem de moças que usam véu rotulando-as de “seita do véu”. Todavia, tal escárnio simplesmente não faz sentido.

Primeiro, não há qualquer sentido de se falar em “seita do véu” quando o uso dele é obrigatório, conforme demonstramos no artigo “O uso piedoso do véu não é mais obrigatório?“. 

Segundo, ainda que não fosse obrigatório, é a ausência do uso dele que sempre foi considerada pelos autores católicos, como Santo Tomás, como um costume reprovável entre as mulheres.

“Salvo que nem mesmo às mulheres casadas convém trazer os cabelos descobertos, elas que devem cobrir até a cabeça. Caso em que certas poderiam ser escusadas do pecado, se não procedessem assim por nenhuma vaidade, mas, por um costume contrário, embora tal costume não seja louvável.” (S.Th. II-II, q. 169, a. 2).

O moralista Donald P. Goodman III no ensaio “Por Causa dos Anjos: Um Estudo do Véu na Tradição Cristã” assim comenta a posição de São João Cristóstomo a respeito de mulheres que não usam véu:

“São João Crisóstomo foi o mais prolífico e mais contundente de todos os Padres a respeito do véu. Tanto no que diz respeito à importância do que disse quanto ao rigor de seus ensinamentos, Crisóstomo foi de longe o mais inflexível em insistir sobre o véu para mulheres. Ele afirma inequivocamente que “estar sem véu é sempre uma reprovação” para as mulheres, assumindo assim uma posição ainda mais rígida do que a leitura de I Coríntios nos levou a pensar que o apóstolo assumia.

Crisóstomo argumenta que uma mulher deve “estar coberta cuidadosamente em todos os lados em todos os momentos”, baseando diretamente seu argumento no texto da Epístola de São Paulo. Para São João Crisóstomo, São Paulo regrava o uso contínuo do véu mesmo fora da oração. Ao invés de interpretar esse verso – “porque é como se estivesse rapada” – como uma analogia, ele afirma que isso é uma identificação dos dois estados, dizendo que “se estar rapada é sempre vergonhoso, também é certo que estar sem véu é sempre reprovável.

E chega à seguinte conclusão:

O véu é uma bela e autêntica parte da Tradição Católica, que proclama numerosos e elevados aspectos de nossa santa religião e fornece um sinal nobre e óbvio de contradição ao mundo que tanto odeia a mensagem que nosso Deus trouxe para nós. A própria existência da hierarquia natural, o reconhecimento de que Deus está acima do homem, desapareceu de nossa cultura; em toda parte triunfa a afirmação de que todos os homens são iguais.

O véu mostra nossa oposição ao mundo e ao ethos libertino que a Modernidade fez triunfar. As forças dominantes do feminismo, panteísmo, hedonismo e igualitarismo recebem uma repreensão permanente pelo simples fato de uma mulher católica cobrir seus nobres e abençoados cabelos. O véu é um costume bonito e valioso; deve ser preservado onde existe e restaurado onde não existe, e daí estendido à sua plena e adequada prática em todo o mundo católico.

Portanto, se há uma “seita”, isto é, um cisma da Tradição católica, esta é a “seita das insubordinadas“, que não aceitam qualquer referência, mesmo que simbólica, da hierarquia familiar estabelecida por Deus.

2) “Seita da saia e do vestido”

Outra grande bandeira do feminismo é o uso de calças. Diremos, no entanto, que a defesa da calça pelo feminismo neste caso não é pela calça em si mesma. Feministas não defendem o uso de calças por acreditarem que elas são adequadas para as mulheres. Feministas defendem calças porque elas acreditam num princípio liberal, isto é, que mulheres devem se vestir como elas quiserem.

Assim, se uma mulher deve se vestir como ela quer, então, nesta mentalidade, faz todo sentido falar em “seita da saia e do vestido”, já que a modéstia, na prática, não existe. Seria simplesmente uma coisa de “seita” exigir padrões de modéstia e pudor dos outros.

Mas, como mostraremos a seguir, é a ausência de padrões que traz as maiores confusões sobre o tema.

Recentemente, Glória Küster, consultora de imagem e estilo, uma pessoa que já tratamos brevemente aqui, após falar das calças, alertou seus seguidores em seus Destaques no Instagram que na sua página não se encontrará regras de modéstia.

Ela prova assim o que dissemos: a defesa da calça não é pela calça, mas pela libertação de padrões em favor da autonomia pessoal (princípio liberal).

O pensamento de Glória, obviamente, atrai pessoas que pensam igual a ela. Em uma nova postagem no Instagram, Glória respondia uma pergunta que não tinha qualquer relação com a modéstia no vestir, e sim com moderação na compra de roupas. Contudo, o simples fato de responder uma pergunta que pudesse envolver escrúpulos e roupas, já acionou o gatilho do deboche feminista de suas seguidoras para ironizarem a “seita da saia”.

Gloria Kuster Seita da Saia

Aline Brodbeck é dona do “Blog Femina” e muito conhecida por ser uma das primeiras influenciadoras católicas a combaterem padrões de modéstia do vestir, principalmente daqueles defendidos por católicos tradicionais. Agora, pelo que tudo indica, ela já aderiu ao método feminista do deboche, pois rotula os desafetos de “seita da saia”.

Pois bem, faz sentido falar de “seita da saia” como Aline e tantas outras falam? Não, não faz.

Aliás, em que época da História humana mulheres afirmariam que o uso de saia ou de vestido é coisa de uma “seita”, senão a nossa, a mais feminista da História?

Saias e vestidos são as autênticas roupas femininas, como saudosamente afirmou o Pe. Paulo Ricardo:

Ora, seria o Padre Paulo um integrante da “seita da saia”?

Não, absolutamente não. Ele apenas disse o óbvio: historicamente, o normal da mulher é usar saia e vestido. O anormal é se apartar deste padrão. A única “seita” propriamente falando é das mulheres que querem imitar os homens no modo de vestir, como bem advertiu o Cardeal Siri aqui, isto é, a “seita das feministas“.

Donald P. Goodman III no livro “The Modesty Handbook” assim salienta a importância da restauração do uso de saias:

A saia é, portanto, um sinal importante do poder que pertence às mulheres nos seus papéis naturais, um poder que, embora não seja evidente como o dos homens, é, no entanto, insondavelmente grande. Não é um sinal do seu domínio, como seria descobrir as suas cabeças, mas é um sinal do poder inerente aos seus papéis, um poder comparável ao dos reis, mas menos grosseiro e óbvio. A saia parece ser mais adequada para as mulheres, pelo menos considerada desta forma.

Mesmo assumindo, no entanto, que a cultura é a única que determina especificamente o vestuário masculino e feminino, as mulheres ocidentais ainda assim fariam bem em usar saias em vez de calças. Como a cultura ocidental tem removido progressivamente todas as distinções de sexo em qualquer vestimenta que não seja a mais formal, por vezes, até colocando as mulheres em ternos e gravatas, é evidente que os próprios padrões culturais a respeito entraram em colapso. As mulheres católicas fariam bem, portanto, em tentar restabelecer a distinção sexual no vestuário, readotando aquilo que antes era aceito sem questionamento: saias como vestes masculinas e calças como masculino.

Portanto, quer a natureza ou a cultura determinem tipos específicos de vestimenta, as mulheres católicas devem usar a saia. As saias não são pesadas nem opressivas; o desconforto que às vezes oferecem é pelo menos igual ao causado pelas calças em outros momentos. As saias são, como a maioria das práticas modestas, simplesmente honestas; são simplesmente uma expressão da natureza feminina, aquela natureza que foi a fonte até mesmo das virtudes naturais da Santíssima Virgem. Nenhuma mulher católica poderia ter qualquer objeção a isso.” (p. 31-33)

Acrescentemos, ademais, que Aline Brodbeck e Glória Küster também não se entendem quando o assunto é definir o que é imodesto. O que não é nenhuma surpresa, afinal, elas são contra padrões. Vejamos um exemplo a respeito da opinião de ambas sobre o uso de calças rasgadas.

Aline em seu Blog Femina, em 08.11.2017, mostrou um dos seus looks com calças rasgadas estilo “destroyed” dizendo “Podemos ser modestas sem ser cafonas“:

Aline Brodbeck - calça rasgada

Já Glória afirma que o estilo “destroyed” das ripped jeans detonam a imagem pessoal da mulher:

Gloria Kuster contra calça rasgada

E Glória justifica sua posição (ao nosso ver, corretamente) citando a obra Filoteia de São Francisco de Sales

De fato, não se passava pela cabeça de São Francisco de Sales “estilos modestos” de roupas rasgadas. Na verdade, transformar roupas rasgadas em estilo de moda trata-se de uma das muitas revoluções para desconstruir o que é belo.

Neste contexto, perguntemos: como alguém da “seita da saia” resolveria o impasse entre Glória e Aline sobre calças destroyed serem imodestas ou não?

Simples. Vestiria uma saia. O que ilustra a nossa conclusão: padrões ajudam na modéstia do vestir, entregar as pessoas ao seu próprio arbítrio atrapalha.

Podemos dizer com certa segurança que moças católicas que são contra padrões de modéstia são também completamente anárquicas no modo de vestir.

3) “Ana Francisca”, “Incels

O próximo deboche que iremos mostrar é de uma moça, dona de uma página no Instagram que fala sobre paternidade responsável e que adota um tom debochado (qual a novidade?) em suas postagens para criticar o que ela chama de “providencialismo”.

Neste storie, a moça parece dar um aviso aos interessados em se relacionar com ela e que sejam envolvidos com apostolados de Missa Tridentina:

Influencer debochando
Agora que eu sei que tem incel que dá plantão aqui, deixa eu bater um papo contigo: O mais perto que você vai chegar de uma gostosa dessa é no seu soninho, a mimir. A única função de “homem” da tRaDISsAuM pra uma mulher bonita e inteligente é ser chacota. Pode ficar sossegado que nenhuma mulher com essas características esteve ou está procurando marido entre vocês. Talvez esteja confundido a gente com os cosplay Ana Francisca de chocolate com pimenta que orbita seu círculo de incels.

Evidentemente, a autora do comentário nunca refletiu seriamente sobre a busca da santidade, pois quantas santas se autodeclarariam “gostosas” para todos ouvirem?

A autora debocha ainda da modéstia de um grupo inteiro de mulheres rotulando-as de “Ana Francisca”, personagem da novela “Chocolate com Pimenta”. Este tipo de escárnio não é novo e já foi identificado em 1944 pelo Pe. Bernard A. Kunkel no livro “Marylike Modesty Handbook of the Purity of Mary Immaculate“:

Os padrões marianos não levam as mulheres a serem modestas de modo “ridículo”?

O diabo odeia mulheres “discretas, modestas e excelentes”. Portanto, ele recorre à chavões e palavras de ordem, procurando levar as mulheres a aceitar roupas morais por medo do ridículo. O diabo associa a palavra “modéstia” com “trajes de Dona Benta” e tenta fazê-las crerem que a Cruzada Mariana defende saias abaixo do tornozelo jamais um centímetro a menos – e colarinhos até o queixo.

Muitas católicas têm um medo mórbido do ridículo, e permitirão que o diabo as conduza docilmente para escapar de ridículo. Contudo, ridículo não é um argumento de modo algum. Frequentemente é o único recurso de pessoas que não estão sinceramente querendo ver a verdade. As Cruzadas Marianas, desafiando esta arma mortal do ridículo, “ousam ser diferentes.”

No artigo “O Novo Curso de Bernard Küster e o Catolicismo Tradicional” demonstramos que Bernardo também aplica o mesmo expediente da moça em questão. E refutamos sua posição.

Por fim, a autora do storie escarnece de rapazes ligados à Missa Tridentina xingando-os de “incels” (celibatários involuntários) esquecendo-se, porém, que ambientes de Missa Tridentina são os mais prolíficos em casamentos e famílias numerosas.

Sabemos que essa moça é mãe. Perguntemos, então, o seguinte:

Se ela é casada, não bastava dizer educadamente aos rapazes interessados que está comprometida? Por que é preciso humilhar e se autodenominar “gostosa” para todos? Por que não usar a oportunidade para ser virtuosa e mostrar discreta e educadamente o valor do casamento?

Mas, se é mãe solteira, não seria ela própria uma “incel“? A menos que seja viúva, duvidamos muito que seu estado de solteira tenha se dado por razões voluntárias.

Perguntemos ainda:

Para que serviu essa exaltação desordenada do próprio ego e o deboche gratuito dos “inimigos”? Para que serviu destilar o veneno do escárnio? Para que serviu desferir golpes odiosos com a própria língua?

Respondamos já: Para absolutamente nada. 

Vimos que essa atitude sarcástica, mordaz e de autoexaltação não é católica e muito menos adequada para uma mulher cristã. Uma mulher virtuosa deve desde cedo treinar sua docilidade, brandura e amabilidade. Deve com todas as forças extirpar de seu comportamento essa atitude “revoltada” e escarnecedora, já que se trata de um hábito destrutivo para o matrimônio e para a santidade.

É surpreendente como esta moça não repara a profunda desordem do seu comportamento. Citemos nesse sentido, novamente, as lições do maravilhoso livro “O Poder Oculto da Amabilidade“:

“Mesmo quando a correção de um mal é necessária, o sarcasmo não serve a nenhum propósito útil; em vez disso, serve apenas para despertar profundo ressentimento. É a vontade de Deus que você respeite a integridade de seus semelhantes. Você não deve amontoar desprezo sobre eles, menosprezá-los, usar sua língua como uma ferramenta afiada contra eles.”

O remédio para o sarcasmo na raiva é a humildade, o sufocamento do seu ego e a honestidade em avaliar suas bênçãos e cruzes. Uma pessoa sarcástica tem um complexo de superioridade que pode ser curado apenas pela honestidade da humildade.” 

Citemos também um trecho do Sermão do Instituto Bom Pastor a respeito dos problemas das redes sociais

Quanto aos problemas morais mais comuns das redes sociais, eles são:

b) Atenta muito contra a mansidão. Muitas vezes leem-se coisas que não agradam e entra-se sempre em discussões infrutíferas, nas quais ninguém será convencido, mas no mínimo se perderá a paz. Frequentemente terminam em desavenças e ofensas contrárias à caridade, produzindo inimizades e ódios. Ocorre principalmente com publicações contra a Igreja, nos meios católicos. Mas com as pessoas não católicas as rixas acontecem a respeito das questões mais deploráveis.

Se as redes sociais estão sendo um meio para alimentar um comportamento escarnecedor, orgulhoso e feminista, não seria melhor não tê-las?

Conclusão

O deboche, o escarnecimento, a ironia mordaz não são comportamentos femininos. A moça católica é conhecida pela sua docilidade e brandura, pois tais virtudes são absolutamente essenciais para cultivar sua personalidade feminina e seus deveres como esposa, se vier a casar.

A feminista católica, contudo, é espiritualmente a anti-esposa. Ao contrário da amabilidade da esposa, a feminista será reconhecida pela sua acidez, amargura e sarcasmo. Usará principalmente o deboche como método de destruição da esposa ideal. Seu desejo profundo é a destruição da esposa tal como ensinaram os Papas e os santos.

Não estamos convencidos, contudo, que a maioria das moças do atual feminismo católico estejam totalmente conscientes do espírito que as move. Muitas promovem o feminismo sem perceber. As más companhias e influências são a principal razão de agirem assim.

Rezemos para que abram os olhos e retrocedam das suas atitudes.

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