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Francisco não abolirá o “Rito Hindu” Eucarístico

Rito Hindu sacrílego
Por Jules Gomes

Provavelmente o Papa Francisco não irá ab-rogar a Missa do “Rito Indiano” aprovada pelo Vaticano e que faz uso do Sânscrito [idioma sagrado do Hindu]. Este rito tem intensificado as divisões de casta entre Católicos e causado discórdias entre Hinduístas e Católicos. É sobre esta situação que o Church Militant foi investigar.

Os Católicos Indianos estão perguntando se Francisco irá cancelar a liturgia sincrética hindutizada pelo fato do Pontífice ter publicado seu motu proprio Traditionis Custodes e ter imposto restrições draconianas sobre a Missa Tradicional em Latim – culpando-a por causar divisão na Igreja.

Múltiplas fontes clericais e leigas de posições proeminentes disseram ao Church Militant que a chamada Missa do Rito Indiano é uma sincrética e herética liturgia do “Rito Hindu” e que, além de ser ofensiva, aliena os Católicos que são de casta inferior e os intocáveis.

Os Hindus também fizeram denúncia ao Vaticano e à hierarquia Católica indiana por terem permitido a Missa do Rito Hindu e por plágio, pois se apropriaram indebitamente e alteraram “todos os elementos da vida e cultura Hindu” em nome da inculturação e da indigenização.

“Flagelo” do Rito Hindu/Indiano

“Eu fiquei chocado ao ler o motu proprio do Papa Francisco que restringe a Forma Extraordinária da Missa”, lamentou Michael Prabhu, autor do Medications and Mediations in the New Age: A Compendium of New Age Deceptions and Corresponding Church Teachings [Medicações e Mediações na Nova Era: Um Compêndio das Decepções da Nova Era e os Respectivos Ensinamentos da Igreja].

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“Em vez disso, Francisco deveria banir o rito da Missa Hindu/Indiana sincretista que tem sido um flagelo em meu país por cinco décadas. Nossos bispos e clérigos que são cúmplices disso não irão instigá-lo a fazer isso”, disse Prabhu à Church Militant.

A Missa Hinduzada é herética, ele explica, porque “em vez da cultura Indiana ser influenciada pela Igreja, os elementos e as formas artísticas dos rituais Hindu é que foram incorporados na liturgia do Novus Ordo Romana, corrompendo-a a ponto de ficar irreconhecível”.

Em 25 de abril de 1969, a Congregação para Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos autorizou que os bispos Indianos incluíssem elementos do Hinduísmo Brahmânico e criassem uma “Missa de rito Indiano”.

Os Brahmânicos são a casta superior do sacerdócio Hindu e promovem seus rituais em Sânscrito – a língua sagrada do Hinduísmo. Apesar das reclamações dos fiéis Católicos, incluindo repetidos apelos de pesquisadores como Prabhu, o Vaticano nunca ab-rogou o édito de 1969.

Ao mesmo tempo em que bispos e teólogos modernistas promoviam a Missa Hindu em seminários, casas de formação, institutos religiosos, mosteiros e centros de retiro, a hierarquia resistia ferozmente aos pedidos para a Missa Tradicional em Latim, apesar dos apelos de grupos de leigos Católicos.

“É chocante ouvir a respeito da grave deformação da liturgia que está ocorrendo na Índia em nome da enculturação”, disse Dr. Joseph Shaw, presidente da Latin Mass Society of England and Wales, à Church Militant.

Pedidos pela Missa em Latim Foram Ignorados

Como secretário de Una Voce Internacional, Shaw nota: “Eu também ouvi de Católicos do país que houve campanhas por mais de uma década para que fosse permitidas celebrações da Missa Tradicional em Latim, e os bispos foram extremamente relutantes em permiti-la”.

De acordo com a diretoria do Latin Mass, há somente nove igrejas que rezam a Missa Tradicional em Latim no país em que a população Católica é estimada em 20 milhões. As igrejas que oferecem a Missa Tridentina estão exclusivamente no estado de Tamil Nadu e na megalópolis de Bombay (Mumbai).

Por causa do Traditionis Custodes, a Missa Tradicional em Latim não será mais permitida nas “igrejas paroquiais” e o bispo deverá “tomar cuidado para não autorizar o estabelecimento de novos grupos”, o que efetivamente resultará no fim da Missa Tridentina na Índia.

“É um mistério que a hierarquia indiana permita as práticas litúrgicas que claramente violam a disciplina e a tradição da Igreja, mas não a Missa que formou a base histórica das comunidades católicas de rito latino na Índia durante séculos”, observou Shaw.

Ritos de “Emancipação Espiritual”

Os indianos Dalits (os intocáveis) agora estão solicitando do Papa Francisco que permita aos sacerdotes Católicos Dalits que tenham a sua própria Missa no “Rito Dalit” com todas as faculdades sob o direto controle da Santa Sé, seguindo o modelo dos Ritos Syro-Malabar e Syro-Malankara indianos.

Mesmo “nos Ritos Latinos Syro-Malabar e Syro-Malankara, as formas brahmânica como Bharata Natyam, o pote d’água Karagam carregado por dança, e a apresentação do pote d’água Kumbam, foram incluídos na Missa”, disse Franklin Caesar Thomas, coordenador do National Council of Dalit Christians (NCDC), à Church Militant.

“Os Católicos Dalit querem ter seu próprio rito para que não haja mais discriminação contra eles, e assim, sob o controle direto do Papa, possam ter seus próprios bispos e sua emancipação espiritual e social”, enfatizou Thomas.

A liturgia do rito Hindu também causa divisão entre Católicos liberais e conservadores, já que todos os seus “rituais litúrgicos, formas de artes e arquiteturas foram adaptados da religião majoritária, que é o Hinduísmo”, escreve Prabhu em seu livro de 600 páginas.

A aprovação do Vaticano aconteceu um mês depois que 51 dos 71 bispos aprovaram o novo rito, mesmo com 30% dos bispos rejeitando-o. A página da Comissão Litúrgica da Conferência de Bispos Católicos da Índia (CCBI) afirma: “A renovação litúrgica iniciada pela Conferência e pelo falecido Padre Amalorpavadass precisa alcançar o povo e o clero”.

Padre Amalorpavadass, teólogo e fundador do Anjali Ashram, foi a figura chave que atuou nos bastidores para criação e promoção da Missa de Rito Hindu. Prabhu disse que, em 2016, uma diretiva da CCBI atestava que “a celebração da Missa Ordinária para Índia não deve ser continuada”, mas “não apresenta nenhuma evidência para substanciar esta afirmação”.

Idolatria, Profanação Eucarística

Uma anáfora indiana, grávida com teologia Hindu, foi aprovada por bispos católicos na reunião em Mandra de Abril de 1972, recebendo 60 votos dos 80 bispos presentes. Novamente, 25% dos bispos votaram contra isso.

Os 12 Pontos indubitavelmente foram uma grave fraude perpetrada na fé da Igreja na Índia pela Conferência de Bispos Católicos da Índia (CBCI) junto com sua insidiosa ferramenta do mal, o Centro Nacional Bíblico, Catequético e Litúrgico (NBCLC) de Bangalore”, argumenta Prabhu.

A Missa Hindu frequentemente inclui versos das escrituras Hindu como o mantra Om e o canto em sânscrito do mantra védico Pavamana do Bṛhadāraṇyaka Upanishad, assim como o mantra do Gayatri do Rig Veda.

Bhajans (coros indianos) são cantados por uma congregação agachada no chão com os celebrantes usando uma vestimenta de xale indiano e um angavastram (estola). Os bhajans são cantados na língua indiana e em sânscrito – este último retirado diretamente das cerimônias Hindu.

O Vaticano permitiu o uso do “aarti” – um rito Litúrgico Hindu onde chamas de cânfora, flores e bastões de joss são oferecidos à divindade por meio de uma rotação em sentido horário enquanto se está diante de um ídolo.

As cinco lâmpadas de cânfora simbolizam os cinco elementos: terra, ar, fogo, água e o éter – representando a totalidade do cosmos segundo a teologia Hindu. A cerimônia também é usada para dar boas-vindas a uma personalidade ou convidado importante, já que no monismo do Hinduísmo toda a criação é um só princípio de divindade.

“O que nós temos aqui é a introdução de uma cerimônia puramente Hindu”, escreve Victor J. F. Kulanday em seu livro The Paganized Catholic Church in India [A Paganização da Igreja Católica na Índia].

O bispo de Belgaum, Derek Fernandes, provou a reação de Católicos e de Hindus em 2019 depois de ter celebrado a Sagrada Eucaristia usando mantos de cor açafrão, que são usados por sacerdotes Hindus, diante de um tabernáculo em forma de Shivalinga – o falo de Shiva, um deus Hindu. Relatou-se à Church Militant.

Permeado de Paganismo

Em dezembro de 2020, Francisco recomendou um rito Zaire pós-Vaticano II, mesmo que isso incorporasse à liturgia eucarística o costume pagão de “invocação dos ancestrais”.

“O Rito Zaire também sugere um caminho promissor para a possibilidade de elaboração de um Rito Amazônico”, escreveu Francisco no prefácio de um novo livro intitulado “Pope Francis and the Roman Missal of the Dioceses of Zaire: A Promising Rite for Other Cultures” [Papa Francisco e o Missal Romano da Diocese de Zaire: Um Rito Promissor para Outras Culturas].

O endosso de Francisco para com a Missa Zaire ocorre um ano após o pontífice ter celebrado uma Missa especial para Católicos Congolenses na Basílica de São Pedro usado o Rito de Zaire.

Liturgistas apontam para existência de elementos pagãos na Missa Zaire, principalmente o rito de “Invocação dos Ancentrais de Coração Reto” ao lado dos santos no rito de abertura da Santa Missa, permitindo assim que os presentes possam inclusive invocar seus ancestrais pagãos.

“Isto permite-nos receber na liturgia muitos elementos próprios da experiência dos indígenas no seu contato íntimo com a natureza e estimular expressões autóctones em cantos, danças, ritos, gestos e símbolos”, escreveu Francisco na sua Exortação Apostólica Querida Amazonia.

“No Sínodo [da Amazônia], surgiu a proposta de se elaborar um rito amazônico”, explicou o pontífice em uma nota de rodapé.

A Church Militant contactou a NBCLC e a CBCI para comentar a respeito do assunto, mas não recebemos resposta até o momento.

Fonte: Church Militant

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