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Quando o diabo “entregou o jogo” num filme

Por Luiz de Moraes

Há uma cena formidável num filme de 1997 em que o próprio Djanho, ali interpretado por Al Pacino, manifesta a sua revolta odiosa contra Deus, retratando-O como um tirano escarnecedor e, ao mesmo tempo, repetindo toda a velha cantilena do discurso liberal-revolucionário contra os mandamentos divinos.

O longa-metragem O Advogado do Diabo, dirigido por Taylor Hackford, sumariza, num dos seus diálogos finais, toda a obra de enganação demoníaca na história humana. Sim. Ele reproduz muito bem a narrativa ideológica da modernidade rebelada contra Deus desde o humanismo renascentista.

Penso que, embora o filme não seja recomendável no seu todo, uma vez cenas indecentes não faltam nela, esta específica cena de diálogo já nos minutos finais do longa (parcialmente reproduzida aqui) merece ser revista de tempos em tempos e analisada à luz das principais reivindicações do homem moderno e das suas consequências mais trágicas que hoje todos nós constatamos.

Vemos ali o diabo defendendo todas as novidades da mentalidade moderna: o ódio às leis divinas, ao sacrifício e às virtudes; o apego às sensações, o hedonismo, o liberalismo, a autonomia iluminista, o positivismo jurídico que corrompeu o poder judiciário até as tripas, tudo! Diretor e intérprete foram simplesmente brilhantes nessa reprodução do pensamento luciferino. 

Jamais se viu algum outro filme em que o pai da mentira e toda a sua grandiosa obra de empulhação e falso bom-mocismo fossem tão bem representados. E o Satã de Al Pacino tem toda a razão quando se apresenta como o autor das ideias revolucionárias e dono das instâncias de poder corrompidas, do século XX, das faculdades de Direito, do ordenamento jurídico atual… hoje isso é tudo dele mesmo!

Poucos devem ter percebido, mas o filme traz uma tremenda denúncia do quão demoníaco e perverso é o mundo dos vulgares “pensadores críticos” com seus prazeres, suas vaidades, suas cobiças e seu discurso “humanista” que impera no nosso tempo e esmaga o próprio homem ao tirar Deus do lugar central e superior que Lhe é devido para botar ídolos (paixões e ideologias) no Seu lugar. 

A perfídia do inimigo ludibriador é fielmente explicitada na narrativa. O personagem de Pacino e seus serviçais estão sempre tentando enganar, seduzir, manipular o protagonista.

Fica claro no desfecho do longa que, se o personagem de Keanu Reeves tivesse feito, desde o início, o que é o certo, se tivesse agido conforme Deus e Sua sã doutrina, se tivesse priorizado a justiça, a honestidade, o conselho da mãe, o cuidado da esposa, ele não teria caído nas garras do demônio a ponto de ver o suicídio como única saída!

No final, ele tem a chance de recomeçar e fazer tudo diferente, de não livrar a cara do réu abusador no tribunal por pura ambição, e então faz a escolha certa. Porém, mesmo aí ele abre uma brecha para a vaidade, que o diabo declara ser o seu pecado preferido, pois é muito fácil para nós, tolos homens, cairmos nele.

O filme é sobre as seduções e a perfídia do mal, que sempre quer nos induzir ao erro, de um jeito ou de outro. Mas, ao mesmo tempo, o filme atesta como a vida moderna, com sua lógica hedonista, libertina, relativista e materialista, é todinha obra de um maldito espírito caído que, simulando ser nosso amigo, fingindo-se “humanista”, fingindo defender os “nossos direitos e desejos” contra o suposto “autoritarismo” de Deus, quer nos fazer perder a razão, ir contra a nossa própria consciência e nos arrastar à danação completa e eterna.

Impossível não pensar na infelicidade dos muitos servos do inferno e “advogados do diabo” que estão por aí, não só defendendo criminosos nos tribunais, mas lecionando nas escolas e universidades, atuando em exibições “culturais”, deliberando nas arenas políticas e defendendo projetos demoníacos embrulhados como “direitos reprodutivos”, “políticas identitárias” e outros nomes bonitinhos.

É um painel de toda a obra multissecular do maldito enganador, sumarizada neste emblemático filme.

ATENÇÃO: O filme contém cenas explícitas de nudez e sexo, razão pela qual NÃO É RECOMENDADO que seja assistido na íntegra.

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