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Mamãe Falei, as Ucranianas e as hipocrisias

Mamãe Falei na Ucrânia

O assunto do momento são os áudios vazados do Mamãe Falei, apelido de Arthur do Val, deputado estadual do estado de São Paulo e pré-candidato a governador pelo mesmo estado, que, estando na Ucrânia para cobrir in loco a situação de guerra, fazendo vídeos e até conseguindo arrecadar quase 100 mil para ajudar os refugiados, não conseguiu conter sua índole de mulherengo (uma característica que o Kim Kataguiri tinha mencionado en passant num de seus vídeos) e fez alguns comentários “de pedreiro” sobre as mulheres ucranianas e eslovacas para amigos no Whatsapp.

Com o vazamento de tais áudios, como não poderia deixar de ser nessa nossa sociedade de redes, houve comoção e todo um espírito condenatório contra o integrante do MBL. Atualmente, para ser um bom cidadão, basta repudiar os comentários do Arthur do Val, que de fato são repudiáveis, porém, pede o método shibumi que a coisa seja investigada de um modo um pouco mais profundo. Diante deste vergonhoso escândalo, cabe ainda uma pergunta assaz importante: De onde vem tamanha segurança psicológica para proferir tais comentários de modo privado a supostos amigos?

Para responder esta pergunta, um princípio psicológico e evangélico não pode ser esquecido: a boca fala do que o coração está cheio.

É verdade que até então Mamãe Falei nunca havia falado a seu público de tal modo, todavia o modo tão à vontade com que se dirigiu aos supostos amigos (sabemos porque os áudios foram vazados) mostra que se tratava de um hábito. O próprio Kim Kataguiri, num vídeo passado, havia dito que havia diferença entre os dois (Kim era fã de Anime e Mangá; Arthur, não; Arthur era fã de esportes radicais; Kim, não, etc.) e que Arthur do Val era mulherengo, dando a entender que ele, Kataguiri, não. A moral da história neste vídeo era que, apesar de seus diferentes gostos pessoais, estavam unidos nos ideais políticos.

Para quem acompanha os vídeos da turma do MBL, consegue perceber que é comum, como técnica retórica de debate, a ridicularização do oponente. Eis que, num desses típicos vídeos, estava Mamãe Falei fazendo críticas contra Allan dos Santos. Veja bem, na minha opinião, o jornalista do extinto Terça-Livre tem uma montanha de coisas pelo qual pode ser criticado, contudo, para ridicularizá-lo, Mamãe falou debochando sobre uma das coisas sobre a qual Allan dos Santos tem, razão, a saber, que a pornografia e a masturbação fazem com que o homem fique menos inteligente. “Para quem não conhece, Allan dos Santos é aquele cara que disse que masturbação deixam as pessoas mais burras”, faço a citação de memória com o que mais ou menos Arthur disse nesse vídeo.

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Mas não é à toa que Allan dos Santos esteja correto, esta é uma doutrina de Santo Tomás de Aquino. Eis como Martín Echavarría, psicólogo tomista, explica esta relação:

Abordemos, por outro lado, um vício carnal, como a luxúria, o apetite desordenado pelos prazeres venéreos. Seguindo a Gregório [Magno], o Aquinate conecta a luxúria com as seguintes desordens: a cegueira mental (caecitas mentis), a inconsideração (inconsideratio), a inconstância (inconstantia), a precipitação (pracipitatio), o amor próprio (amor sui), o ódio de Deus (odium Dei), o amor ao tempo presente (affectus prasenti saeculi), e o horror ou desesperação do futuro (horror vel desesperatio futuri). A explicação é a seguinte: por ser uma inclinação intensa aos prazeres sensíveis, e em particular aos sexuais, a luxúria afeta o funcionamento das potências superiores, ou seja, a razão e a vontade. Portanto, os vícios que se associam à luxúria terão relação com a afetação destas potências. A razão vê-se afetada, em primeiro lugar, quanto ao seu primeiro ato, a simples inteligência que apreende algo como um bem. Esta simples apreensão do bem é substituída pela cegueira da mente (…), a mente perde a agudeza que lhe permite superar os acidentes e chegar à essência das coisas e então a mente se torna superficial [portanto, menos inteligente] (…) o que se produz é uma simples superficialidade na apreciação do bem e do mal, ou algo ainda pior, uma autêntica cegueira mental com respeito aos bens espirituais. Em continuidade estão os atos da razão dirigidos aos meios que conduzem ao fim, como a deliberação (consilium), o juízo (iudicium) e o império (imperium), que são substituídos pelos vícios contrários à virtude da prudência: a precipitação, onde se atua impulsivamente sem prévia deliberação ou conselho [por exemplo, mandar áudios com conteúdo vergonhoso para amigos no Whatsapp]; a inconsideração, onde se julga de maneira desviada [por exemplo, dizer que as mulheres são fáceis, porque são pobres]; e a inconstância, onde, embora se tenha deliberado e julgado previamente o bem, não se leva a cabo a ação justa previamente escolhida [por exemplo, já saiu o pedido de desculpas de Arthur do Val. Ele sabe que foi escroto e tem consciência de que o conteúdo de seus comentários é torpe, mas mesmo sabendo disso, não deixava de ser mulherengo]. Pelo lado da vontade, temos as seguintes desordens: em primeiro lugar, a respeito de seu primeiro movimento, que é o apetite do fim, temos o amor sui (a philautía dos Padres orientais), que não é outra coisa que o egoísmo, porque, ao apetecer o prazer contra a reta razão, a pessoa se coloca a si mesma como medida do bem [por exemplo, dispor-se depois da guerra a comprar passagem para o leste europeu para praticar a pegação]; como consequência, desenvolve-se o ódio de Deus, porque aparece, com seus mandamentos, como quem proíbe o livre desfrute desse prazer [por exemplo, é conveniente ao mulherengo ser ateu]. Depois se desordena também o apetite dos meios que conduzem ao fim. Neste nível temos o amor do presente século, pois quem deseja o prazer sensível precisa se posicionar no aqui e agora. Como consequência, cai-se na desesperação e horror do tempo futuro, porque a dissipação nos prazeres do presente leva a descuidar dos bens espirituais (…).

O artigo completo e traduzido do Dr. Echavarría encontra-se traduzido aqui.

Ironicamente, Allan dos Santos provou o seu ponto tendo Arthur do Val como exemplo vivo do que falava. O professor de cursos online sobre ciência e debate político, diante de uma fila de mulheres bonitas, emburreceu de um jeito assustador, e isso foi traduzido no conteúdo dos áudios.

Pois bem, creio que está claro, dado todas essas considerações, que o coração de Arthur do Val está cheio de luxúria. E agora vem a outra pergunta. Ele é um caso excepcional desta nossa sociedade? Creio que a resposta é evidente: não. Toda nossa sociedade ainda vive 1968, o ano que não acabou, ou seja, o marcusianismo na cultura, ou seja, a defesa e a prática do sexo livre.

Portanto, por mais que seja justo criticar Mamãe Falei pelo que falou, as críticas dirigidas a ele, em sua maioria, são hipócritas. Aqueles que o criticam são tão ou mais luxuriosos do que ele. E isso independente de sexo ou espectro político. Tanto na direita, quanto na esquerda, é tendência dos homens, por causa da luxúria, verem a mulher como um objeto de prazer sexual (como explica Santo Tomás de Aquino, e antes dele, sobretudo, a doutrina católica, a luxuria torna a mente do homem superficial, deixando-a presa nos aspectos mais sensíveis, o corpo, e tornando-a incapacitada para apreciar aquilo que é mais profundo, isto é, a alma da outra pessoa); e da mulher, querer ser objeto de cobiça do homem, apelando, por isso, a imodéstia e ao sensualismo. Em resumo, na sociedade marcusiana em que vivemos, o homem quer pornografia, e a mulher quer tirar a roupa. Aliás, os conservadores e conservadoras não escapam disso, a diferença é que são mais comedidos ou disfarçam melhor. No final da tarde, todo mundo está curtindo seu sertanejo universitário.

Por isso é importante esclarecer o que é a hipocrisia. Ela é uma das filhas da vaidade. No mesmo artigo já citado, Dr. Echavarría explica:

À vanglória associam-se como vícios conexos os seguintes: a jactância (jactantia), a presunção de novidades (praesumptio novitatum), a hipocrisia, a obstinação (pertinatcia), a discórdia (discordia), a disputa (contentio) e a desobediência (inbedientia).  A lógica pela qual estes vícios se conectam com a vaidade é esta: dado que este vício consiste na tendência de manifestar a própria excelência, a este fim pode-se ordenar distintos meios. Primeiramente, se a manifestação da própria superioridade é buscada diretamente, com o uso das palavras, então temos a jactância, ou por outros atos. Se os atos dos quais se glorifica são reais, temos a presunção, principalmente pela originalidade ou novidade, porque o que é novo produz maior admiração. Se, ao contrário, a perfeição por que se glorifica é falsa, temos a hipocrisia.

Esta caso do Mamãe Falei comprova aquela máxima a respeito da hipocrisia: é o tributo que o vício presta à virtude. A pessoa não é virtuosa, não possui tal virtude, mas finge que a possui criticando os que escorregam no vício contrário. Neste caso específico, Mamãe Falei está sendo criticado por ter sido desrespeitoso com as mulheres, o que é verdade, mas curiosamente não está sendo criticado pela causa deste desrespeito: a desobediência e desprezo pelo sexto mandamento. Nesta questão – questionemos tudo, como pede o próprio do Val – todos estão no mesmo barco de impureza.

Eu, por minha vez, crítico os conteúdos dos áudios vazados de Arthur do Val, mas não o faço por hipocrisia, senão por amor à virtude. De que adianta criticar o membro do MBL às 23:59, e à 00:00 receber ou enviar nudes? Os mandamentos de Deus ainda são válidos, por mais que a filosofia moderna tente negar isso. Crítico, pois, por ir contra a lei natural (como base na explicação do Dr. Echavarría) e contra a lei divina (contra o sexto mandamento).

Não podemos ficar na superfície do problema, se não seremos nós parte do problema. A hipocrisia, como vimos, é uma glória buscada pela via da falsidade. Ora, isso não resolve nada. É necessário haver certa honestidade neste tópico em questão, do contrário, teremos nossa consciência destruída, como já alertava o falecido filósofo Olavo de Carvalho:

O que é preciso denunciar não é este ou aquele pecado em particular, esta ou aquela forma de imoralidade específica: é o quadro inteiro de uma cultura montada para destruir, na base, a possibilidade mesma da consciência moral. O caso de Tiger Woods, que citei no artigo, é um entre milhares [Woods foi pego traindo a esposa]. Escândalos de adultério espoucam a toda hora na mesma mídia que advoga o abortismo, o sexo livre e o gayzismo. A contradição é tão óbvia e constante que nenhum aglomerado de curiosas coincidências poderia jamais explicá-la. Ela é uma opção política, a demolição planejada do discernimento moral. Muitas pessoas que se escandalizam com imoralidades específicas não percebem nem mesmo de longe a indústria do escândalo geral e permanente, em que as denúncias de imoralidade se integram utilmente como engrenagens na linha de produção. Ou a luta contra o mal começa pela luta contra a confusão, ou só acaba contribuindo para a confusão entre o bem e o mal (Olavo de Carvalho. A Demolição das Consciência. Diário do Comércio, 21 de dezembro de 2009).

“Ou a luta contra o mal começa pela luta contra a confusão, ou só acaba contribuindo para a confusão entre o bem e o mal”. Certamente! Por isso, de modo prático, digo que esta saída da confusão começa superando o vício da luxúria, pois o luxurioso tem dificuldade de distinguir entre o bem e o mal, e da vaidade, pois o vaidoso tem dificuldade de se dobrar à verdade, quer antes sair bem na foto, nem que seja criticando um vício no outro que ele mesmo possui.

Como não ver tamanha contradição, sinal claro da demolição das consciências, nas pessoas que querem, ao mesmo tempo, promiscuidade e decência, sensualismo e decoro, sexo livre e fidelidade? A um olhar um pouco mais atento, não escapa a hipocrisia que tenta disfarçar estas contradições.

Jesus disse-lhes: “Isaí­as com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos. Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens”. E Jesus acrescentou: “Na realidade, invalidais o mandamento de Deus para estabelecer a vossa tradição. Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e: Todo aquele que amaldiçoar pai ou mãe seja morto. Vós, porém, dizeis: Se alguém disser ao pai ou à mãe: Qualquer coisa que de minha parte te pudesse ser útil é corban, isto é, oferta, e já não lhe deixais fazer coisa alguma a favor de seu pai ou de sua mãe, anulando a Palavra de Deus por vossa tradição que vós vos transmitistes. E fazeis ainda muitas coisas semelhantes”. Tendo chamado de novo a turba, dizia-lhes: “Ouvi-me todos, e entendei. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem (Mc 7, 6-15).

Em vão, pois, cultuam a Deus, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos, como o sexo livre. Deixando a castidade ensinada por Deus, vos apegais às promiscuidades humanas. Na realidade, invalidais o mandamento de Deus para estabelecer vossas impurezas. Pois a doutrina católica diz que não é para pecar contra a castidade, mas vós, porém dizeis: “isso é coisa do passado, estamos no século XXI”, anulando a Palavra de Deus em detrimento de teorias filosóficas e científicas infundadas.

E de fato, “nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem”, porque o que sai do homem é aquilo que está em seu coração, ou seja, o problema não é tanto o contato com o mal quanto o consentir neste mal (ver São Francisco de Sales, Filotéia, Parte I, Capítulo V).

Mamãe Falei, deixe de ser defensor da masturbação, deixe de ser um mulherengo, deixe de ser, em suma, um promíscuo, converta-se. Se por um lado este episódio pode dar fim a suas pretensões políticas, por outro, se aceitares a verdade, perderás o poder do mundo, mas salvarás a sua alma. “Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?” (Mc 8, 36).

Adendo:

Nesse episódio todo, já saiu a notícia de que a namorada falei já não é mais namorada. Postou ela no Instagram a mensagem que analisaremos a seguir. O leitor pode achar que estou indo para a fofoca, mas não. A mensagem que ela deixou é outro exemplo de como a promiscuidade torna as coisas superficiais, merecendo a jovem de 25 anos também uma análise psicológica:

“Em respeito a todos os meus seguidores que também seguiam o Arthur gostaria de deixar claro que seguiremos caminhos distintos. Infelizmente a vida é imprevisível e muitas vezes nos leva por caminhos que não compreendemos. Mas de uma coisa podem ter certeza: o amor foi real e sempre será!”

“O amor foi real, e sempre será”. Fofo, mas contraditório. Ou o amor foi efêmero, pois seguirão por caminhos distintos, ou o amor continuará, por ser real e para sempre. As duas coisas não podem se dar. Vê-se aqui que a luxúria não consegue distinguir direito o efêmero do eterno, os bens efêmeros dos bens espirituais. Santo Tomás tem razão! Que coisa, não?

Outro detalhe interessante é que uma questão particular, isto é, o namoro entre os dois, torna-se pública: “em respeito a todos os meus seguidores que também seguiam o Arthur…”, dando a impressão de que não foi uma decisão pessoal, quando foi, e com o agravante de que ela postou este texto por cima de uma foto dos dois se beijando romanticamente. Vemos aqui, claramente, a vaidade.

“Infelizmente a vida é imprevisível e muitas vezes nos leva por caminhos que não compreendemos”. Novamente, outro texto que visa deixar a responsabilidade pessoal de lado, dando a entender de que ela foi vítima de fatores incompreensíveis da natureza que a obrigaram a tomas esta decisão.

Se isto foi o amor real, imagine você, caro leitor, se o amor não tivesse sido real…

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Augusto Pola Júnior

Vice-presidente do Instituto Santo Atanásio, seu maior interesse de estudo é psicologia (em especial a tomista) e espiritualidade. Possui especialização em Logoterapia e Análise Existencial e em Aconselhamento e Orientação Espiritual.
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