A Reforma Litúrgica, os abusos na missa absolutamente fora de controle e a perseguição ao Rito Romano Tradicional são prefácios evidentes da profecia de Daniel 9,27:
“Concluirá com muitos uma sólida aliança por uma semana e no meio da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; sobre a asa das abominações virá o devastador, até que a ruína decretada caia sobre o devastado.”
Não que a guerra ao Rito Romano Tradicional signifique o fim do sacrifício cristão (a missa), mas certamente ela será um sério fermento para isso. Não importa aqui as motivações alegadas ou imaginadas de quem sustenta que este rito deve acabar, o efeito prático de derrubar a maior herança litúrgica da Tradição católica é a “abominação da desolação”.
É preciso reconhecer que a “corrupção do templo” ou a “asa de abominações” sobre o rito romano, o mais digno e venerável dos ritos católicos, é o maior sinal escatológico dos tempos parusíacos, como disse Cristo:
“Este Evangelho do Reino será pregado pelo mundo inteiro para servir de testemunho a todas as nações, e então chegará o fim. Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel (9,27), então os habitantes da Judeia fujam para as montanhas… porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será.” (Mt 24, 15-16, 21)
Com o rito romano antigo a Igreja chegou ao seu ápice e o mundo foi evangelizado. Com a substituição deste rito também houve paradigmaticamente a substituição da “evangelização forte” para o dialoguismo, a inculturação e os abusos litúrgicos intermináveis. São estes os “répteis” e os “animais abomináveis” no templo que fala Ezequiel e que trarão a “tribulação como nunca antes vista”.
“E entrei e olhei, e eis que toda forma de répteis, e de animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel estavam pintados na parede em todo o redor.” (Ez 8,10)
Tudo dá a entender que a corrupção do templo se daria pela conversão do culto à criatura ao invés do Criador, isto é, o humanismo e a dessacralização da missa nos nossos tempos, como profetizou Ezequiel:
“Filho do homem” – falou-me –, “tu viste? Verás ainda abominações piores do que estas.” Levou-me então ao interior do templo. À entrada do santuário do Senhor, entre o vestíbulo e o altar, avistei cerca de vinte e cinco homens, que, de costas para o santuário do Senhor, com a face voltada para o oriente, se prosternavam diante do sol (Ez 8,15-16).
A missa é o que detém os piores castigos de Deus. A corrupção dela significa tornar o que é agradável ao Senhor em coisa detestável e atração da ira divina.
Muitos Santos Padres e doutores escolásticos compreendiam que o “katejon“, isto é, o obstáculo para a definitiva manifestação do Anticristo, seria o Império Romano ou ainda o Império Romano cristianizado, a “Civilização Ocidental”. Ambos os Impérios já caíram e o que resta agora são apenas fragmentos deles em algumas partes da outrora Cristandade menor (Brasil, EUA e alguns países africanos), onde ainda se vê resistência à ruína total. Contudo, talvez, o maior obstáculo para a manifestação do Anticristo, o verdadeiro katejon, seja a Missa Romana antiga, que ainda conserva um culto digno a Deus e que não se maculou com “os répteis e animais abomináveis”. Por isso o combate a ela sob inúmeros pretextos pastorais esfarrapados precisa ser tão brutal. Não sobrará nada depois dela a não ser “abominações no templo” e a proibição do sacrifício e da oblação. Os abusos serão tão incontroláveis e intragáveis que não haverá “lar” para a glória divina. Não terá praticamente um culto digno para o fiel devoto. Será melhor acabar com tudo.
Cardeal Sarah estava certíssimo quando disse “A proibição da missa tradicional é inspirada no diabo, que deseja a nossa morte espiritual”.