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“A mulher se salvará pela maternidade”. Sermão para o dia das mães

Nossa Senhora da Alegria é bom símbolo para o Dia das Mães, pois a Alegria da mulher está na maternidade
Por Padre Javier Olivera Ravasi

Conta-se que, durante a terrível Revolução Francesa, quando a maçonaria e o liberalismo se apoderaram das instituições reais, esforçava-se em eliminar tudo o que tivesse traços cristãos. Os meses, os dias, as semanas…, tudo mudava de nome: “Termidor”, “dia primeiro”, dia “da liberdade”, da “deusa Razão”, etc., etc.

Até o Pai Nosso quiseram mudar! Claro! Já não se podia dizer “adveniat regnum tuum”, pois rememorava a monarquia; era preciso dizer: “adveniat republicam tuam”.

Porque “os ritos são importantes”, dizia O Pequeno Príncipe…

Pois bem, das inúmeras festas comerciais que nós católicos pós-modernos festejamos hoje em alguns lugares é o dia das mães (há também o dia “do animal”, “das baleias”, da “diversidade cultural” e das lagartas em perigo de extinção na Nova Guiné). Porém, independente de sua origem, se faz oportuno pregarmos. “Pregar o quê?”, é o que sempre perguntamos nestes casos.

Ora, sobre a mãe, sobretudo nesses tempos em que são abundantemente atacadas pelo feminismo que difunde o “empoderamento” da mulher e a maternidade como uma “imposição do heteropatriarcado…” algo que são contrários ao que nos é ensinado nas Sagradas Escrituras, especialmente em São Paulo:

 “a mulher será salva dando à luz filhos” (1 Tim 2,15)

Desde o princípio dos tempos é que se sucede este ataque contra a partícipe da criação, conforme lemos o que, no Gênesis, disse o Senhor à serpente:

“Maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente” (Gn 3,14)

É que a mulher sempre esteve em guerra contra Satanás, é por isso que as Sagradas Escrituras falam daquelas “mulheres fortes”, virtuosas, difíceis de encontrar, que lutam diariamente por sua santidade, como se lê em Provérbios:

Uma mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis (…) Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada.

1) E qual é o papel da mãe cristã?

“Criar os filhos para o céu”

As vacas têm crias, os cachorros e as lebres também, mas enquanto estes animais de Deus criam filhos para a terra, a mãe cristã deve criá-los para o céu. Porque antes de saciar o corpo, é preciso pensar em saciar a alma. Antes de pensar com o que se vestirão os filhos, é preciso ver se estão revestidos da graça. Portanto, o papel da mãe é fundamental, tanto é assim que Nosso Senhor viveu sem pai carnal, mas não sem mãe.

“Criar filhos para o céu…” Praticando as virtudes, antes de tudo. É por isso que o Cura de Ars dizia que “as virtudes passam suavemente das mães aos filhos”.

É da mãe que ele aprenderá a primeira oração ou o primeiro insulto.

É da mãe que o filho aprenderá primeiramente a distinguir o bem do mal. É por isso que é tão nefasta essa corrente ideológica que diz que “não se deve impor limites”, “não se deve corrigir”, “nunca se deve levantar a mão”.

“Tens filhos? Educa-os, e curva-os à obediência desde a infância.” (Eclesiástico 7,23), pois “o cavalo xucro se torna intratável, e o filho entregue a si mesmo se torna teimoso (Eclesiástico 30,8).

2) E uma mãe deveria…

a. Ensinar sobre a presença de Deus

Como a Mamãe Margherita, mãe de São João Bosco, que aproveitava todas as ocasiões para ensinar seus filhos sobre Deus.

Quando o sol nascia sobre o topo nevado dos Alpes dizia: “Quantas maravilhas fez Deus para nós, meus filhos!”

Ou quando o granizo destruía em parte ou inteiramente a vinha da família, dizia resignada: “Inclinemos a cabeça, meus filhos; Deus nos deus esses belos cachos. Deus nos tira. Ele é que o Dono. Para nós é uma prova; para os maus, um castigo”.

Nas belas noites estreladas, saia para a rua, apontava para o céu e lhes dizia: “Deus é quem criou o mundo e colocou sobre o céu as estrelas. Se o firmamento é tão bonito, como será o paraíso?

b. Uma mãe deve fazer odiar o pecado

Como Branca de Castela, mãe de São Luis Rei.

Rainha e mãe, preocupava-se em fazer de seu filho, São Luis, o rei cruzado, um cristão fervoroso e um governante sem mácula. Desde pequeno repetia e repetia a seu filho a seguinte frase:

Te amo muitíssimo, mas preferiria mil vezes antes te ver morto do que tomar conhecimento de que tenhas cometido um pecado mortal.

Vocês não sabem como sofre a alma do sacerdote quando, no confessionário, ouve certos pecados de filhos que poderiam ter sido evitados com um pouco de diligência por parte de seus pais!

Uma mãe deve explicar por que certas séries ou filmes são maus, por que tal música é danosa à alma, por que tais jogos de internet “inocentes” destroem não só a imaginação dos filhos, mas também seu caminho á santidade.

É como se parecesse que algumas mães dissessem: “preferiria mil vezes ver-te cometer um pecado mortal do que te ver morto”.

c. Uma mãe deve saber aplacar a ira e os caprichos de seus filhos

Do contrário, estará criando um tirano.

O exemplo de Vetúria, mãe de Coriolano, pode nos servir.

É clássica a história que imortalizou Shakespeare ao narrar a vida desse general romano que havia se negado a mostrar suas feridas recebidas na guerra.

Expulso por isso de Roma, aliou-se com seus inimigos e decidiu enfrentar sua própria Pátria. Tudo estava correndo bem e parecia que com a sua estratégia a Cidade Eterna pereceria, contudo, sua própria mãe, indo ao seu encontro e ajoelhando-se a seus pés, lhe rogou o perdão da cidade, recordando-lhe que a ira é sempre má conselheira:

“Mãe, venceste. Por ti e só por ti! O que os grandes emissários não conseguiram, tu conseguiste somente com tuas súplicas. Ouçam todos! Roma deve sua liberdade às lágrimas de uma mãe…

d. Uma mãe deve ensinar a fortaleza, especialmente ao homem

Como a mãe de Boabdil, o último rei de Granada,que mesmo sendo muçulmana, disse a seu filho:

“Não chores como mulher o que não conseguiste defender como homem”

Pois esse famoso ditado de que “os homens não choram”, que nos ensinavam desde criança, não tem nada a ver com insensibilidade, estoicismo ou “machismo”. Os homens não choram porque o pai de família, no fim das contas, é o último bastião da casa. Se o pai quebrar, toda a família desmorona.

“Os homens não choram”, porque este menino talvez um dia será pai e não poderá se dar ao luxo de chorar em frente a seus filhos sem que com isso os prejudique.

e. Uma mãe nunca deve desesperar

Inspirar-se com o que se passou com Santa Mônica

“É impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”, disse-lhe Santo Ambrósio quando ela se lamentava pelos pecados de seu filho Santo Agostinho. Pois, como diz o salmo, “os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria. (Sal 125). É necessário lembrar disso sempre…

f. Deve aconselhar independente da idade ou estado de vida

De novo a mamãe Margherita, a mãe de Dom Bosco, quando este já era sacerdote:

Eis que tu, meu filho, está revestido com a batina. Advinhas a alegria e a doçura com que esse evento é recebido em meu coração. Porém, lembre-se que não é a vestimenta que honra o estado, mas a prática das virtudes. Se por desgraças chegares a duvidar de tua vocação, eu te imploro que não desonres este uniforme [1]

g. Finalmente, deve ensinar a dar a vida pela Fé, principalmente em nossos tempos

Assim como a mãe dos Macabeus (Cfr. 2 Macabeus 7)

Aconteceu também que sete irmãos, presos junto com sua mãe, foram forçados pelo rei Antíoco, flagelados com açoites e nervos de boi, a provar carne de porco (algo que era proibida pela Lei).

A mãe começou a perceber como uns junto com outros sucumbiam ante o terror dos algozes, mas tinha a esperança posta no Senhor e os animava a morrer por sua Fé com estas palavras:

Ignoro como crescestes em meu seio, porque não fui eu que vos dei o espírito e a vida, não fui eu que ajuntei os vossos membros. Mas o Criador do mundo, que formou o homem na sua origem e deu existência a todas as coisas, vos restituirá, em sua misericórdia, tanto o espírito como a vida

O rei mandou matar a todos, deixando somente o menor. Chamou a mãe e solicitou que insistisse para que seu filho cedesse. Ela, zombando do rei, inclinou-se diante o último de seus filhos e disse-lhe:

Meu filho, compadece-te de tua mãe, que te trouxe nove meses no seio, que te amamentou durante três anos, que te nutriu, te conduziu e te educou até esta idade. Eu te suplico, meu filho, contempla o céu e a terra. (…) Tudo o que vês, Deus criou do nada, assim como todos os homens. Não temas, pois, este algoz, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que no dia da misericórdia eu te encontre no meio deles.

Conclusão: Uma mulher forte, quem a encontrará? Peçamos na Santa Missa, a Deus Nosso Senhor e a sua Mãe Admirável, que saiam dentre nós aquelas preciosas pérolas que são as mães cristãs, que criam os filhos para o céu.

Padre Javier Olivera Ravasi, SE

20/10/2019

[1] A. Auffray. Una madre ejemplar: Margarita Bosco, Difusión, Bs.As. 1953, 57-58.

Fonte: Que no te la cuenten

Sobre Padre Javier Olivera Ravasi

Que no te la cuenten, apologética histórica e contrarrevolucionária

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