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A Necessidade de Bons Profissionais Católicos

Palestra do Padre Felipe Necco - A Necessidade de Bons Profissionais Católicos

Nesta palestra, o Padre Felipe Necco comenta sobre o difícil momento da fé católica na sociedade e da importância do leigo para tentar fazer frente às diversas agendas anti-cristãs. Também explica por que bons profissionais católicos são importantes para o apostolado.

Palestra realizada em 11/01/2020, onde se comemorava o aniversário de 2 anos do Instituto Santo Atanásio.

Nunca devemos temer a defesa e a afirmação da verdade, porque isso representa um grande perigo, especialmente ao pessoal mais jovem (ambiente universitário para baixo), do medo de ficar isolado, achando que se eu for quem eu devo ser, então talvez as pessoas não me aceitem.

Eu sempre comento com os alunos que estão terminando o ensino médio, próximos de entrar na universidade, que tais pessoas, quando têm qualquer necessidade, não irão buscar aquelas pessoas que são light e que acha que está tudo normal, mas buscarão as pessoas que são sérias, que dizem a verdade. Imagine uma pessoa com problema familiar ou de doenças, certamente não vai se animar em pedir ajudar para aqueles que acham que está tudo igual, mas vai pedir ajudar para você, vai pedir a sua oração – “reze por mim, porque estou com problema”; “estou com esse problema, o que você acha?”. É dessa maneira que se vai criando os laços e adquirindo confiança.

Por isso, os ambientes são muito importantes. E aqui não se trata de uma questão de se isolar. Há sempre um perigo de grupos e movimentos se isolarem e falar “aqui é só para quem já está”, mas isso acarreta em grande dificuldade, porque nós temos que trazer também aqueles que não estão conosco, que não receberam adequadamente a fé. Cada vez será maior esse número. Pode-se dizer que o Brasil é um país católico, mas encontraremos pessoas que sequer foram batizadas. Isso não é tão incomum fora do Brasil, mas se voltarmos para cá, encontraremos muitas pessoas que nunca ouviram direito sobre quem é Jesus Cristo, a não ser pelo que viram no Portas do Fundo.

E isso é uma realidade que vai começar a crescer no Brasil, mas que não devemos ter medo. É real, vai acontecer. Eu sempre tenho um lado mais pessimista, mas eu acredito que vai caminhar para essa direção em muitos temas: aborto, homossexualidade, casamento e adoção gay, etc. Eu digo sinceramente que estamos postergando uma coisa que vai acontecer. Aqueles que podem impedir isso são os católicos, mas nós sabemos que católicos de verdade são pouquíssimos, já somos minoria há muitos anos. Refiro-me àqueles católicos que lutam e defendem a sua fé não apenas na missa de domingo, mas também no dia a dia, no trabalho, no estudo, etc.

Para mim é uma batalha em que só estamos postergando os resultados, porque esses segmentos já estão tomados por pessoas que não querem saber do cristianismo, da verdade e da fé, senão que já estão lutando contra tudo isso. Além disso, eles têm muito dinheiro. Por sua vez, infelizmente, o dinheiro é o que move o mundo, as idéias e as pessoas. Assim eles conseguem impor seus projetos. Outro dia eu exemplificava com a questão da agenda homossexual. Trata-se de um número mínimo de pessoas, mas como elas têm muito dinheiro e interesse, investem muito nisso e conseguem modificar leis de países enormes, até mesmo dos que são fundamentalmente católicos.

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Nesse contexto, está a ação do leigo de, atuando cada um em seu ambiente, tentar fazer a diferença. Muitas vezes isso não será feito com o uso de palavras, mas sendo católico realmente. Este é o primeiro e mais importante exemplo de testemunho a qual todos nós fomos chamados, principalmente os leigos; em seus ambientes, serem o que devem ser e depois, se necessário, pregar com palavras. Esse é um trabalho grandioso e desafiador, mas eu tenho certeza que se cada um fizer dentro do seu ambiente, será como um fósforo que, diante de uma escuridão em que ninguém consegue ver, será uma pequena luz que conseguirá iluminar bastante.

Isso também vai influenciar inclusive a realidade dos próprios sacerdotes. Eu falava com um amigo que foi dos Legionários [de Cristo], saiu do seminário, hoje está casado e trabalha no Church Militant com o Michael Voris. Ele disse que vê nos seminários muitos jovens seminaristas querendo viver o Evangelho, querendo viver na Verdade, querem transmitir o cristianismo e a fé, mas que nos Estados Unidos o ambiente sacerdotal, inclusive de ordenação de bispos, está bem difícil dado a baixa qualidade. Porém, a grande força do laicato está ajudando essa geração jovem de seminaristas a perseverarem no caminho para se tornarem sacerdotes e talvez depois até bispos. A força para isso está vindo a realidade laica.

Podemos pensar em outros temas, por exemplo, o da sexualidade. Eu acompanho a discussão no ambiente americano, leio muito material e gosto da capacidade deles. Há nomes como Christian West, Jason Everton, entre outros, que estão metidos neste tema. Há inclusive aqueles que nem católicos são como, por exemplo, Ben Shapiro, que é judeu, mas que está ali buscando uma certa verdade em temas que são de grande importância para o mundo, fazendo um tipo de trabalho que precisa ser iniciado aqui no Brasil. Precisamos ter pessoas que são ícones em certos temas, que já não sejam somente um fósforo, mas um farol realmente.

E eu acredito que este papel cabe também aos leigos. Acredito também que temos tanta capacidade quanto eles; temos tantas mentes brilhantes aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos. Temos aqui pessoas capazes de lançarem-se para isso com coragem, dedicação, contando com ajuda, buscando grupos, fazendo crescer apostolados. Essa é uma grande necessidade no Brasil, pois o que estamos vivendo é uma realidade cada vez mais light e vazia do catolicismo.

A reação precisa vir principalmente dos leigos. Não esperem que os sacerdotes façam isso, porque somos poucos e cada vez menos. Cabe, pois, ao leigo a movimentação para transformar o mundo, dentro de sua vocação. Há quem pense que, por não ter vocação sacerdotal, não poderá fazer muitas coisas, mas é o oposto: justamente por isso poderá fazer mais do que nós, porque cada vez mais os padres ficarão presos a seu ministério sacramental. Como eu estava dizendo antes da palestra, hoje mesmo eu tenho um casamento e duas missas, amanhã serão quatro missas, e eu nem sou pároco, só estou ajudando os padres. A vida do padre ficará limitada a isso, porque será menos padre para mais igrejas. Já existem padres com duas paróquias, e daqui a alguns anos haverá os que terão três ou quatro. Em um quadro assim, poderão se dedicar a isso somente. Não sobrará tempo para o padre agir nas realidades sociais. Por isso eu acredito que caberá aos leigos o grande apostolado social de transmissão da fé.

Diferentemente de trinta ou quarenta anos atrás, os sacerdotes já não estão mais tão presentes nos meios sociais, já não estamos com tanto contato nas universidades, nos meios de cultura e de pensamento. Há muito tempo que fomos jogados para escanteio. Os leigos, porém, podem viver essa realidade com a sua própria identidade. Talvez tentem colocá-los para escanteio, mas se você tiver uma grande capacidade, será difícil que te ignorem simplesmente por ser católico. Por exemplo, se ele é católico e também uma eminência em química, é até possível perguntar para outros químicos, mas sabendo que ele é o melhor em química, mesmo sendo católico, terão que chamá-lo. Essa excelência naquilo que cada um é e faz é muito importante. É isso que realmente fará o diferencial para nós, especialmente pensando nesses ambientes culturais. Na minha opinião, o grande papel dos leigos é buscar excelência naquilo que sou e que faço.

Infelizmente, observando a igreja no Brasil, nós nos satisfazemos com o mais ou menos. Tem um grupo de música que canta mais ou menos, então já é aceito e colocado para tocar na missa. “Precisamos de alguém para dar uma catequese, quem se candidata?” Escolhe-se uma mãe que nunca leu o catecismo para dar aula de catequese para as crianças. E isso é assim em muitos âmbitos. Podemos pensar nisso acontecendo em um ambiente escolar de um colégio católico, onde não se tem os melhores profissionais, porque infelizmente os melhores profissionais não são católicos. Vi isso na realidade de um colégio… Conseguir um professor que fale inglês e seja católico é tido como impossível. Geralmente são jovens que já moraram no exterior, tudo tatuado, fizeram “mochiladas”, encararam muitas aventuras, retornam ao Brasil com um inglês bom e conseguem trabalho em qualquer colégio. Todavia, achar um católico que tenha bom inglês para ensinar no colégio é quase impossível. Isso é assim para as outras matérias também. Recentemente conheci um jovem que está estudando história, então eu lhe disse: “Isso! Estude história! Estude história!” Porque um católico, professor de história e que fale inglês é outra raridade. É bem complicado, pois a realidade dos cursos de humanas estão bem desvirtuadas, é um ambiente bem difícil ao católico cursá-los.

É por isso que os leigos católicos precisam buscar a excelência naquilo que fazem. Se eu for jardineiro, preciso tentar ser o melhor jardineiro. Assim todas as famílias irão me chamar, pois serei o melhor jardineiro. E, sendo católico, poderei evangelizar essas famílias com o meu testemunho, mesmo sendo jardineiro. Darei bom dia, direi que estou rezando por elas, colocarei-me à disposição para rezar diante de um problema que essa família enfrente… E tudo isso poderá ser feito, porque eu sou o melhor jardineiro, ou o melhor eletricista, ou o melhor pintor, ou melhor professor, ou melhor advogado. Então o que vai brilhar mais já não será a minha profissão, mas aquilo que eu sou, porque será a minha fé que iluminará toda essa realidade.

Para a realidade leiga, essa busca é fundamental. Porém, infelizmente no Brasil, foi deixada de lado essa excelência sobre o que o católico faz. Dentro do ambiente eclesiástico, foi aceito simplesmente o que viesse. Voltando para a realidade da música; quando bela, somos unidos com a realidade da criação e com o Criador, tornando a celebração mais bonita. Já fiz casamento onde os cantores eram bons, e todo mundo elogiou a missa, “nossa, que missa maravilhosa!”. De fato, a excelência ajuda. Mas se aceitamos qualquer um que vai lá e cante, desafinado, já diminui – não deveria, mas diminui – o valor atribuído ao Sacramento da Eucaristia. Dentro da igreja no Brasil, deixamos há muito tempo de buscar essa excelência. Principalmente por causa da Teologia da Libertação, essa realidade foi retirada das escolas, universidades, setores culturais, congregações… Então muitos campos onde éramos os melhores foram esvaziados.

Seria isso o que eu tinha para dizer. Foi uma idéia que veio agora, eu não tinha planejado antecipadamente, era mais ou menos o que eu trazia presente no coração.

O Instituto Santo Atanásio, ao querer transmitir conhecimento aos leigos, faz um trabalho importante para essa realidade. E não se trata de coisa exterior, no sentido de querer fazer uma coisa meramente bonita e chamativa, não é isso. Não é tanto a forma, pois o fundo é mais importante.

A forma ajuda. Se vamos em um grande hotel 10 estrelas e organizamos um super-evento, é claro que ajuda. Todavia, queremos o fundo. Se for uma forma sem fundo, não vai servir tanto. A forma precisa atrair, mas é o fundo aquilo que entrará nos corações e transformará as pessoas.

Força na missão de vocês!

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Santo Atanasio

Instituto Santo Atanásio (Curitiba - PR). Associação de leigos católicos que tem por objetivo promover a Fé e a Cultura Católica na sociedade.
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