Publicamos aqui o texto enviado pelo Dr. Héctor Hernández, advogado argentino, sobre um tema da atualidade: o escândalo que aconteceu há alguns dias neste país [Argentina] quando um deputado federal (que já renunciou) se apresentou, em plena sessão legislativa, em atitude indecorosa junto a sua parceira, frente às câmeras.
Em vista a um melhor entendimento, o autor fez notas explicativas aos leitores que não são da Argentina para
Padre Javier Olivera Ravasi
Para os leitores não argentinos: 1) Deputado expulso. Durante sessão feita por telesistema, um deputado kirchenerista conhecido com apelido de Amoris, em sua casa, acariciou eroticamente os seios de sua parceira, à vista de todo mundo, o que motivou seu afastamento da Câmara. Diante da depravação sexual promovida pelo Estado argentino em todos os níveis, nosso colaborador vê uma hipocrisia neste castigo, mas que, por outro lado, cumpre o velho axioma de que a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude. 2) ESI denomina-se à educação sexual integral auspiciada publicamente, que perverte a infância com a “ideologia de gênero”. 3) Magdalena Ruiz Guiñazú é uma famosa jornalista argentina de origem católica, mas que possui posições definidas contra a ordem natural e cristã. 4) “Sarasa” está significando nesses tempos na Argentina “sanata”, palavras insubstanciais ou sem sentido ou mentirosas. 5) Heller. É o nome do deputado de linha marxista-kirchnerista que fazia uso da palavra no momento do ocorrido. 6. “Dólar guerrilheiro”. A expressão alude ao fato de que na Argentina há severas restrições e normas para compra de dólares, das quais estão excetuados os guerrilheiros do século passado.
Por Héctor H. Hernández
Digam-me se não foi uma Discriminaçãoamaisnopoder a que foi sofrida por um tal deputado Amoris quando o rechaçaram por exercer os direitos que o Estado argentino ensina às crianças através de sua nova educação sexual!
Expulsão
Acontece quando nós, os defensores dos mandamentos, protestamos, porque a ESI perverte as crianças ao ensinar o sexo contra o que Deus manda e sem o pudor que até as prostitutas respeitam, e dizemos que o Estado não tem autoridade para ensinar, e este, pervertendo o que deve ser custodiado com pudor pela família segundo o princípio de subsidiariedade anti-totalitário, levanta um grito para o céu contra nossa Heterossexualidade Patriarcal Homofóbica que pretende “impor uma moral”.
Porém, os pobres são demitidos por fazerem abertamente aquilo que nossos netos praticam publicamente nas aulas oficiais, já os colégios que resistem são perseguidos pela Ditadura. Não lestes que são ensinados a se tatearem nas aulas, sem ou com olhos vendados, para sentir os sexos e então se orientarem nas opções disponíveis na matéria para decidir seu gênero e assim entrar no amplo mercado da hormonizações, de cirurgias, de farmacopéias de todo tipo e de suicídios que atacam os inimigos da natureza?
Entretanto…
Aqueles que agora recordaram um pouco do básico de moral ao punir o amante impúdico, são os mesmos que, ao mesmo tempo, promovem a Educação Sexual Imoral. Com isso, eles certamente ganham, com milhas de vantagem, o Campeonato Mundial da Hipocrisia. Com efeito, eles puniram enquanto Parlamento, Judiciário e Ditadura ignoram o efeito perverso de uma Televisão que, por causa de sua caminhada progressista, fez com que há anos Magdalena Ruiz Guiñazu a chamasse de “bordel”; enquanto se avança com os planos da Educação Sexual Imoral e nas Universidades são ensinadas como normais e como “divertimentos” todas as perversões; enquanto se persegue legalmente o sexo masculino em nome do feminismo militante; enquanto se consagra no Parlamento como direito qualquer capricho contra a natureza; enquanto se trabalha para fazer desaparecer do Código Civil as noções próprias de pai e mãe, indo contra a autoridade educativa dos pais e perseguindo em todos os lugares a Religião protetora da moral; enquanto, indo contra a lei, contra a constituição e contra os tratados e leis da humanidade, incrementam o Genocídio do aborto. Enquanto tudo isso acontece, é chocante que se faça tanto barulho contra quem, entediado por estar em um local ideal para se entediar, dado a sarasa do deputado Heller, teria perdido o controle remoto e, acalorado, agarrou-se ao próximo.
Mais uma vez envergonhados perante o mundo, nós argentinos diremos que ele não devia ter sido expulso e que, além disso, deveria receber uma indenização por dano material e moral retroativos e pelo dólar guerrilheiro que perdeu por discriminação?
De maneira nenhuma, porque esse ato colossal de hipocrisia é a homenagem que o vício podre presta à virtude combatida. Bem ou mal, apesar de todos o escândalo e graças ao escândalo, recordou-se brevemente, ainda que pouco, da moral perseguida. Há os que acham que muitos outros deveriam ser expulsos.
Dr. Héctor H. Hernández