Chegou-nos por email a recomendação para divulgarmos a matéria da Church Militant que relata a imposição do governo comunista aos católicos chineses para que adorem o Estado e o líder do Partido Comunista, Xi Jinping. Agrademos a recomendação e abaixo traduzimos o referido artigo. De fato é importante noticiar tal a situação chinesa, não só porque a perseguição aos cristãos está aumentando, mas também para explicitar a estratégia do Partido Comunista: o uso da guerra simbólica.
Oficiais do governo estão oprimindo igrejas Católicas na China, obrigando-os que troquem imagens religiosas por retratos do presidente comunista.
Uma Igreja Católica da cidade de Ji’an, localizada ao sudeste da província de Jiangxi, foi construída este ano com um orçamento de um milhão de RMB (mais de 140 mil dólares). Todo o dinheiro foi levantado pelos fiéis. A Igreja foi nomeada “A Verdadeira e Original Fonte do Universo” (萬有真原), que é uma referência à inscrição de uma placa que o imperador Kangxi dôou para uma igreja Católica de Pequim em 1711.
Não muito tempo depois das portas abertas, essa paróquia tornou-se alvo de perseguição do governo local.
No final de setembro, as autoridades locais mandaram que a congregação apagasse e substituísse o nome da igreja pela inscrição “Siga o Partido, Obedeça o Partido, Agradeça ao Partido”. Além disso, foi ordenado que a bandeira nacional fosse levantada na entrada da igreja.
O governo também obrigou a remoção da pintura da Virgem Maria, São José e o Menino Jesus do centro da igreja, substituindo-a por um retrato do Presidente Xi Jinping. Agora, ao entrar na igreja, a primeira coisa que se vê é a foto do líder Xi cercada por slogans propagandístico em ambos os lados do retrato na parede.
A pintura da Sagrada Família foi relegada a um canto escuro da igreja.
Alguns dias depois, oficiais do governo confiscaram o prédio da igreja fechando todas as portas e janelas, possivelmente para preparar a transferência para a Associação Católica Patriotica Chinesa (CPCA), igreja controlada pelo governo. Os católicos que construíram sua igreja com seu próprio dinheiro perderam seu local de culto.
Ainda em Setembro, em Jiangxi, condado de Poyang, um local para encontros católicos teve ordem para interromper todas as atividades religiosas. A cruz da igreja, uma pintura da Virgem Maria e versos religiosos foram removidos e os retratos de Xi Jinping e Mao Zedong os substituíram.
No mesmo mês, no distrito de Linchuan da cidade de Fuzhou, em Jiangxi, oficiais locais mandaram que a congregação da Catedral de São José, administrada pelo Estado, exibissem slogans do lado de fora da igreja em apoio à cultural chinesa tradicional. Em vez de ser um lugar para adoração divina, a igreja agora se parece com uma agência de propaganda do governo.
O objetvo do governo é “transformar fiéis religiosos em fieís do partido”, noticiou o South China Morning Post.
No início de maio, outro local católico do condado de Poyang foi fechado com argumento de que “qualquer igreja que se recuse a ingressar na Associação Católica Patriótica Chinesa (CPCA) é um xie jiao.
Xie jiao pode ser traduzido como organização ou culto religioso ilegal, não-ortodoxo e enganoso.
Os membros da congregação disseram que eles preferem adorar em casa do que ingressar em uma igreja controlada pelo estado. O clero da CPCA proclamou seu apoio à liderança do Partido, amor ao país e à religião, comprometendo-se a “contribuir com sua parte para realizar o Sonho Chinês – a grande renovação da nação”.
Um padre aponsentado do nordeste da província de Jilin falou sobre o controle do governo sobre a Igreja:
Ficar sob o controle comunista é uma calamidade para a Igreja. Ingressar à CPCA é equivalente à se entregar ao demônio.
Eles decidiu se aposentar, porque se recusou a ser doutrinado pelo governo, tampouco se deixou ser usado para doutrinar os fiéis.
O South China Morning Post relata que oficiais do Partido Comunista da China (CPC) visitaram casas de fiéis em Yugan, condado da província de Jiangxi, uma região pobre onde cerca de 10% da população é cristã. Eles foram instigados a substituir suas imagens religiosas por pôsteres do presidente Xi Jinping.
Apesar do partido negar, alguns cristãos do condado de Yugan disseram que não seriam cadastráveis em programas de assistência a não ser que removessem seus cartazes religiosos. A casa de uma família tinha “Deus amou o mundo” inscrita sobre o portão de sua propriedade. O governo obrigou a mudar a citação de João 3:16 para “A harmonia da família direciona a uma prosperidade mil vezes melhor”.
Mais de 600 casas removeram os símbolos cristãos de suas salas e 453 dentre esses substituíram por retratos do líder comunista.
China passou a vivenciar um aumento na perseguição aos cristãos quando o presidente Xi Jinping consolidou seu poder e aboliu limites ao seu mandato.
A Comissão Americana sobre Liberdade Religiosa Internacional deixou claro que o pior violador da liberdade religiosa é a China:
Como cristão, sua Bíblia pode ser reescrita pelo governo chinês, sua igreja fechada ou demolida e seu pastor aprisionado. Como defensor dos direitos humanos, que trabalha para proteger as pessoas atacadas por causa de sua fé, você pode ser preso ou, no pior caso, desaparecer.