A Conferência Episcopal Italiana (CEI) criticou o governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte por não ter liberado a realização de missas e outras celebrações religiosas no país a partir de 4 de maio.
Em um pronunciamento no último domingo (26), Conte anunciou que, na semana que vem, serão permitidas a reabertura de parques e a realização de funerais, mas manteve o veto a missas para evitar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), frustrando a Igreja Católica.
“Os bispos italianos não podem aceitar o comprometimento do exercício da liberdade de culto. Deve estar claro a todos que o empenho no serviço para os pobres, tão importante nesta emergência, nasce de uma fé que precisa se nutrir em suas fontes, principalmente a vida sacramental”, diz um comunicado da CEI.
Na nota, os bispos italianos afirmam que a Igreja aceitou com sofrimento as limitações impostas pelo governo para combater a pandemia, mas exige retomar sua ação pastoral quando começar a etapa de relaxamento das normas de isolamento social.
“Deve ficar claro para todos que o compromisso de servir aos pobres, tão significativo nesta emergência, vem de uma fé que deve ser nutrida em sua fonte, especialmente a vida sacramental”, insiste a instituição.
Ainda segundo a CEI, a decisão de manter o veto às missas é arbitrária. Em resposta, o governo Conte disse que estudará nos próximas dias um protocolo que permita a reabertura das igrejas em máxima segurança.
A decisão do premiê é alvo de críticas até dentro do governo. A ministra da Família, Elena Bonetti, afirmou ser incompreensível não autorizar a volta das celebrações religiosas – Bonetti é aliada do ex-primeiro-ministro e senador Matteo Renzi, principal voz dissonante na base aliada.
Apesar disso, o comitê científico que assessora o governo na pandemia afirmou que ainda existem “criticidades” a serem resolvidas antes de permitir que fiéis voltem a se reunir nas igrejas, como a proximidade durante a Eucaristia.
“Como ainda não é possível prever o impacto das reaberturas parciais e do relaxamento das medidas atualmente em vigor na dinâmica epidêmica, o comitê acredita ser prematuro permitir a participação de fiéis em eventos religiosos”, disse o órgão.
Esse mesmo comitê prevê que a reabertura das missas possa começar em 25 de maio. Até o momento, o novo coronavírus já infectou cerca de 200 mil pessoas na Itália e matou mais de 26 mil pessoas.
Fonte: Microsoft News