A matéria d’O Antagonista cujo link aparece no print de Moro e cuja informação foi citada por Bolsonaro como “mais um motivo para a troca” do diretor geral da Polícia Federal se referia ao inquérito conduzido pelo STF de forma inconstitucional a fim de blindar o próprio STF censurando críticas feitas na internet aos supremos juizões. Essas críticas seriam, supostamente, “fake news” espalhadas por robôs controlados por pessoas interessadas em macular a ilibada imagem dos “meritíssimos”. O inquérito já gerou operações de busca e apreensão em casas de cidadãos que mantém páginas conservadoras na rede.
A PRG Raquel Dodge chegou a afirmar, em agosto do ano passado, que se tratava de um procedimento “ilegal”, de um “abuso de poder” e de um “verdadeiro tribunal de exceção”, uma vez que há várias irregularidades na instauração desse inquérito, a começar pelo fato de que, por lei, o órgão que investiga não pode ser o mesmo que julga, pois isso poderia comprometer a imparcialidade e lisura do processo. Via de regra, caberia às polícias ou ao MP proceder com as investigações e não ao próprio STF!
Será que há mesmo um esquema criminoso para desgastar a imagem do STF perante a opinião pública?
Eu mesmo já critiquei o STF várias vezes, inclusive nas redes sociais. Já questionei o ativismo judicial deles em temas ligados, por exemplo, ao ensino e propagação de ideologia de gênero e leis anti “homofobia”, já os chamei de “marajás togados”, já discuti a imparcialidade e idoneidade dos vampirões, já perguntei se eles são dignos dos gordos vencimentos, benefícios e privilégios com os quais o povo brasileiro os remunera!
Será que sou um robô bancado por empresários bolsonaristas e controlado remotamente por Carlos Bolsonaro e seu “gabinete do ódio”?
Sobram razões para suspeitar que esse inquérito das fake news é de fato uma aberração jurídica levada a cabo pelo STF com interesses meramente corporativistas e contrários aos direitos de liberdade de informação e de expressão. Se Valeixo e gente próxima dele estava favorável ou colaborando com isso, Bolsonaro tinha boas razões (não apenas pessoais) para se opor a ele.
Ora, se o tal esquema ilícito de disparos de calúnias em massa e até supostos “atos de terrorismo” (palavras do Toffoli) contra os ministros é real e se uma investigação idônea sobre isso devia ser feita, o STF deveria ter seguido à risca o processo regular e remetido para o MP, em vez de tomar para si (mais uma vez) uma atribuição que não lhe cabe, como quando se põe a legislar!
O STF quer investigar, quer legislar, daqui a pouco pode querer governar também!
(Vai ver eles também acham que separação de poderes e legalidade constitucional é só “coisa de liberal”, como dizem uns professores de filosofia por aí.)
Fica, então, a pergunta: A oposição do chefe do executivo a um inquérito conduzido de forma ilegal e abusiva… Isso é tudo o que Moro tinha contra Bolsonaro?
O presidente queria trocar o diretor geral da PF (uma atribuição legal dele) porque acreditava que este contribuía com um inquérito do STF classificado pela PGR como “abuso de poder” e “tribunal de exceção”!!… Bem… Posso estar errado, mas… não me parece exatamente uma coisa que mereça esse furdunço todo!
O que mais haveria?
Não queremos, aqui, tomar partido e tampouco sustentar a pressuposição da inocência do pres. Bolsonaro, mas apenas levantar indagações pertinentes a respeito da força das evidências até agora apresentadas pelo ex-ministro.
Porque, convenhamos, para um ex-ministro que
1) parecia tão pouco disposto a conversar pra tentar chegar num consenso (como sugerem os outros prints divulgados depois pela Dep. Carla Zambelli),
2) printou recortes de conversas de forma premeditada,
3) fez acusações sérias em coletiva de imprensa logo após deixar a pasta e
4) mais tarde enviou aqueles prints direto para a Rede Globo…
Era de se esperar que tivesse evidências bem mais incriminadoras do que as que até agora apresentou.
Será que as evidências mais comprometedoras vão aparecer?
Esperemos. E oremos pelo Brasil.
Obs.: As ideias e informações aqui apresentadas são de inteira responsabilidade do articulista e não representam necessariamente a posição do Instituto.
PS: Quem quiser conferir a tese de doutorado do Dr. Sergio Fernando Moro, na qual ele elogia a sentença pró-aborto do famigerado caso “Roe Vs. Wade” e dá indícios de que ele próprio seria ainda mais liberal em relação às demandas abortistas, ei-la neste link: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/43165/Tese%20Moro.pdf?sequence=1