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Jesus preterido pelo Esquilo Floc: o aviltamento das celebrações natalinas nos shoppings de Curitiba

Pinheiros encantados, pinguins, renas e esquilos substituem a cada ano o verdadeiro Protagonista do Natal e falseiam o verdadeiro sentido da data, que é uma das mais importantes do calendário ocidental.

Visitamos alguns dos principais centros comerciais de Curitiba e constatamos que o Shopping Jardim das Américas é o único que tem um presépio! O único merecedor das congratulações dos curitibanos que ainda sabem o que é realmente o Natal!

Shopping Jardim das Américas, o único shopping de Curitiba que demonstra saber o verdadeiro sentido do Natal. Damos os nossos parabéns!
Shopping Jardim das Américas, o único shopping de Curitiba que demonstra saber o verdadeiro sentido do Natal. Damos os nossos parabéns!

No Shopping Palladium não há nenhuma menção ao Menino Deus. Em vez disso, as fantasias decorativas veneram uma floresta encantada onde jaz um “magnífico pinheiro que abriga muitos animaizinhos silvestres” e paisagens cobertas de neve. (Tudo a ver com a realidade brasileira e o significado original da festa, certamente.)

No Shopping Estação, personagens dos desenhos animados de Walt Disney somam-se ao Papai Noel, o distorcido simulacro de São Nicolau, aquele valoroso bispo de Mira cuja imagem tem sido descaracterizada desde meados do século passado pela propaganda da Coca-Cola e de outras empresas. Tudo para fingir que o Natal não tem nada a ver com a religião cristã.

No Shopping Müeller, além do clássico Noel, há pinguins gigantes, renas, um “túnel de luz” e o (claro, indispensável) “urso caramelo”! Nada de presépio.

No elitizado Shopping Pátio Batel, o “Esquilo Floc” tomou o lugar do Divino Infante. O Criador e Rei do Universo se rebaixou à nossa condição, em pobreza e humildade, para sofrer por nós, mostrar-nos o caminho para a Vida Eterna e nos redimir numa Cruz… e o ímpio mercado o troca por um reles esquilo devorador de nozes fictício!

No Shopping Cristal, até a Estrela de Belém que geralmente é colocada no topo da árvore de Natal foi substituída por uma nota musical.

O Instituto Santo Atanásio enviou solicitação aos shoppings sem presépio recordando-lhes a verdadeira natureza e o real sentido das festividades natalinas. Após mais de uma semana, não recebemos qualquer resposta da administração dos estabelecimentos interpelados. Lamentamos profundamente por isso.

Ano após ano temos acompanhado um crescente esvaziamento simbólico e espiritual das celebrações cristãs que, em outros tempos, eram acompanhadas pelo povo com profundo senso de espiritualidade e sincera reverência pelo mistério celebrado.

O Deus onipotente e Senhor dos tempos e da eternidade se fez Menino… e o mundo moderno oculta a extraordinária inserção do Amor Eterno na história, preterindo-o por imagens comerciais abobalhadas que pouco ou nada dizem de útil! Na imensa maioria dos estabelecimentos a impressão que se tem é que o Natal nada tem a ver com o santo e miraculoso nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim com animaizinhos ou tolas figuras icônicas do inverno europeu ou norte-americano.

A lógica liberal do mercado, que sempre tenta apartar a identidade religiosa das festas cristãs a fim de secularizá-las e vender mais com elas, revela-se implacável: a maximização dos lucros tem sempre a primazia. O medo de lucrar menos ao exibir imagens natalinas católicas (e correr o risco de ofender o orgulho de ateus, muçulmanos, pagãos ou protestantes iconoclastas) é a única explicação plausível para esta vergonhosa omissão.

As crianças não servem como pretexto: contar-lhes sobre o Menino Jesus e os extraordinários acontecimentos de Belém certamente as encantaria muito mais do que um esquilo glutão ou uma floresta nevada.

Num mundo que se orgulha tanto de seu apego aos fatos científicos e verdades históricas, é ridículo que personagens infantis sejam usados como que para encobrir a Pessoa histórica real cujo nascimento está nas origens desta comemoração.

E com isso vamos observando uma progressiva perda, na cultura comum, do tão belo, edificante e riquíssimo sentido histórico e teológico do Natal.

Sabemos que os símbolos têm uma importância fulcral na constituição do imaginário e, igualmente, na formação moral e espiritual do ser humano. Aviltá-los ou escondê-los por razões comerciais é um sinal inequívoco de decadência civilizacional.

Os ícones sacros, tais como as santas imagens do presépio ou o santo crucifixo, são vetores que remetem a uma realidade que transcende a história e as mazelas da vida ordinária e elevam o homem a uma compreensão mais perfeita do sobrenatural Amor divino, recordando-lhe o que Deus foi capaz de fazer por ele.

Ocultar estes símbolos e ícones ou fingir que o Natal nada tem a ver com a obra de salvação que o Senhor realizou por nós equivale a privar o pobre homem contemporâneo das santas verdades perenes que edificaram as nossas melhores instituições ao longo de 20 séculos e ajudaram a fertilizar a nossa cultura com os preciosíssimos ensinamentos do Verbo Divino que se fez carne.

É simplesmente aviltante (e até revoltante) o modo como se celebra o Natal do Senhor em nossas sociedades embebidas de um espírito capitalista liberal e consumista! De fato, constata-se que o mercado se tornou uma espécie de “deus” provedor de todos os bens cobiçados pelo homem moderno; os produtos que ele oferece substituem os dons do Espírito, enquanto os confortos materiais e as promessas de bem-estar tomam o lugar das graças espirituais que os cristãos de outrora almejavam.

Como se pode falar de paz e prosperidade, harmonia, união e todos esses “bons votos do Natal” se o Cristo Nosso Senhor, que é a fonte de toda a bondade, de todas as graças e virtudes, é perversamente alijado do Natal!??

Celebrar o Natal com um enfoque em desejos e propósitos superficiais ou dando primazia à aquisição e ao consumo de produtos diversos é um completo contrassenso!

Ora, se de fato desejamos paz e união e harmonia e tudo isso, deveríamos nos voltar sempre mais para o mistério da encarnação do Senhor e sua obra de redenção! É o Espírito que vivifica toda obra humana e nos dá as graças necessárias para vivermos conforme todos aqueles bons votos natalinos que são hipocritamente repetidos nessa época sem que se promovam iniciativas concretas de conversão para cumpri-los.

Enquanto os empresários insistirem em propor o esquilo Floc e a floresta encantada no lugar de Jesus e da manjedoura, enquanto teimarem em reduzir o Natal a frivolidades e platitudes, estarão inegavelmente realizando nada menos que a obra do demônio:

sempre foi do interesse do pai da mentira falsificar, subverter ou escamotear, muitas vezes de forma caricata, as maravilhas operadas por Deus, as verdades luminosas que cada homem precisa conhecer e amar para efetivamente ser libertado da escravidão e das ilusões do pecado e alcançar a sua salvação e a genuína felicidade.

Que neste Tempo do Advento nós procuremos nos aprofundar na compreensão e vivência dos santos mistérios que, diversamente dos personagens que o mercado nos apresenta em cada Natal, realmente nos aperfeiçoam e elevam às santas alegrias!

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