Dom Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu e um dos principais organizadores do Sínodo da Amazônia, confirmou nesta quarta (23) aos jornalistas do LifeSiteNews que o documento final do sínodo já está escrito. Porém, quanto à sua autoria, o bispo austríaco-brasileiro alegou que “ninguém sabe” quem o escreveu. Aparentemente, ninguém entre os organizadores do sínodo sabia exatamente o que eram aquelas estranhas esculturas indígenas (que felizmente foram parar no Tibre) diante das quais um círculo de pessoas se prostrou em uma estranha cerimônia nos jardins do Vaticano com a presença do Papa. E ninguém sabe, segundo um dos organizadores-chave do evento, quem escreveu o já preparado documento final do sínodo. O Papa Francisco não se tem mostrado muito confortável com os audazes prelados e fiéis que ousam querer e pedir clareza e ortodoxia no seu pontificado, mas talvez a falta delas esteja levando a confusão um pouco longe demais…
O LifeSite perguntou a Kräutker se o cardeal Cláudio Hummes, que é o relator geral do sínodo, foi um dos autores do documento que será submetido a Sua Santidade para ser endossado. A resposta foi um enfático “não”. E ele, Kräutler, disse que também não contribuiu para redigir o texto final a partir do qual o Papa fará a sua exortação apostólica. (Convém recordar que Kräutler tem sido apontado como o principal responsável pelo teor altamente criticável do Instrumentum Laboris do sínodo. Ele já foi mencionado aqui em nosso blog como um dos representantes máximos da neomissiologia materialista que transbordou no texto preparatório.)
As palavras de Kräutler parecem estranhamente contradizer as declarações do cardeal Schönborn na segunda-feira, 21. O arcebispo de Viena e membro do comitê de redação disse que o comitê simplesmente articularia as recomendações dos círculos menores, sem adicionar mais comentários, porque o texto era para Hummes e sua equipe.
Descartando-se as opções sobrenaturais de que o documento tenha redigido a si próprio ou tenha sido escrito por um espírito angélico (em estado de graça ou caído?), as explicações restantes são bastante preocupantes, embora não inteiramente descartáveis, incluindo: a de que ele foi mais ou menos escrito antes mesmo da chegada dos padres sinodais a Roma!
Devemos reconhecer que essa explicação não é totalmente improvável. Ela estaria de acordo com o que sabemos sobre o próprio sínodo e com o que vimos em circunstâncias semelhantes. Em encontros sinodais anteriores, descobrimos que os dois sínodos sobre a Família não eram realmente sobre a família e que o sínodo da juventude tinha muito pouco a ver com a juventude.
No último caso, o documento final se concentrou especialmente na “sinodalidade”, uma palavra que quase não havia sido dita nas discussões ou nas coletivas de imprensa. Uma surpresa do “Deus das surpresas”.
Quanto ao próprio sínodo, ele nos ajudou a ver até que ponto os índios da Amazônia se tornaram reféns de reformas que servem mais aos interesses do Reno do que aos do Amazonas. Vimos um suspeito interesse em ampliar o acesso aos sacramentos sendo ostentado por membros de uma facção eclesial (“libertadora”) que, paradoxalmente, têm um longo histórico de menosprezo pelos sacramentos!
Vimos que os índios atualmente vivem em sua maioria em cidades, não na selva; que eles foram evangelizados e inseridos na Igreja sem problemas quando os missionários quiseram evangelizar e não politizar, e que, em algumas regiões, a maioria dos nativos migrou para as seitas protestantes simplesmente porque elas lhes falam de Cristo e não dos espíritos da floresta, de direitos a reivindicar ou de uma “justiça social” que rebaixa a religião a uma finalidade puramente materialista.
Vimos, finalmente, como a agência organizadora deste sínodo, a REPAM, recebeu milhões em doações da Fundação Ford, uma entidade patentemente abortista e financiadora do aborto em diversos países, que agora supostamente estaria mui preocupada, tanto quanto os bispos progressistas, com o acesso dos índios aos sacramentos.
O fato de tratar-se de recursos que também financiam o assassinato de crianças não é um aspecto menor ou acessório, pois é o dinheiro de uma instituição criminosa, uma entidade cujos diretores têm as mãos sujas de sangue inocente e uma visão do mundo frontalmente incompatível com a fé cristã! E, obviamente, não é muito plausível que a nefasta Ford Foundation tenha injetado milhões na REPAM por pura bondade, num êxtase de inexplicável generosidade e preocupação com a salvação dos índios.
Sabemos que Kräutler tem feito um ostensivo lobby dentro da Igreja para promover a ordenação sacerdotal de homens casados (sob o pretexto, por exemplo, de que os índios não conseguem entender “essa coisa de homem que não é casado”), bem pela ordenação de diaconisas, que ele vê como o “primeiro passo” para a ordenação sacerdotal de mulheres. Resta-nos saber o que esperar da exortação apostólica que virá do misterioso documento que este heterodoxo prelado alega não saber quem produziu.
Peçamos ao Divino Espírito Santo para que ilumine e dê coragem ao Papa Francisco, a fim de que ele não se permita influenciar pelas forças que se articulam para desvirtuar a Santa Igreja de Cristo.
Santos Apóstolos Pedro e Paulo, rogai por nós.
Com informações de InfoVaticana e LifeSiteNews.