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O que realmente está causando os motins na Inglaterra?

Protestos na Inglaterra
Crédito da foto: JUSTIN TALLIS / AFP
Por Steven Tucker

Dado os acontecimentos recentes, você provavelmente já está ciente dos graves motins raciais que acabaram de eclodir em todo o Reino Unido. De acordo com fontes prestigiadas dos Estados Unidos, como o New York Times e a NBC, eles estão sendo liderados exclusivamente pelos racistas brancos da extrema-direita, tendo sido instigados a agir por neonazistas que espalharam desinformação on-line após um esfaqueamento em massa de meninas que estavam numa aula de dança na cidade litorânea de Southport, perto de Liverpool, em 29 de julho. Os falsos rumores online alegavam que o agressor tinha sido um imigrante muçulmano que havia entrado ilegalmente no país. Isso tudo não é completamente falso, mas é, na melhor das hipóteses, uma história parcial e, na pior das hipóteses, uma pura desinformação em si mesma.

Na verdade, tumultos e motins públicos ocorreram em todo o Reino Unido durante o mês de julho; você simplesmente não ouviu falar disso na América, porque, nesses motins anteriores, os manifestantes não eram brancos e Britânicos. No dia 19 de julho, em Tower Hamlets, um subúrbio do leste de Londres com uma população aproximadamente 40% muçulmana, centenas de homens saíram às ruas, com dois grupos precisando ser separados pelo batalhão de choque com cassetetes e escudos depois de terem começado a brigar, arremessando pedras e destruindo carros e propriedades. Aqui está um vídeo provando isso.

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A violência parecia estar ligada a manifestações antigovernamentais, muito maiores e mais mortíferas, que ocorria em Bangladesh; os dois lados em conflito se projetaram então para as ruas de Londres. Quando a primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, se demitiu e fugiu do país (provavelmente para Tower Hamlets) em 5 de Agosto, uma enorme multidão de bangladeshianos britânicos, claramente muito bem organizados, reuniu-se em público mais uma vez para espancar uma efígie da líder deposta, e isso a céu aberto. Esses eventos tiveram muito pouca cobertura nos meios de comunicação nacionais, de modo que a maioria dos britânicos desconhece inteiramente o que aconteceu, e menos ainda os norte-americanos.

Talvez a mídia do Reino Unido quase nada tenha mencionado dos tumultos em Tower Hamlets porque ainda estava muito ocupada com a cobertura dos acontecimentos da noite anterior no bairro de Harehills, povoado por imigrantes, na cidade de Leeds, em Midlands, onde nos dizem que ciganos e muçulmanos vivem juntos em perfeita harmonia multicultural. Um incêndio criminoso e demais distúrbios violentos, que foram demasiadamente grandes para poderem ser efetivamente acobertados, eclodiram em Harehills após a intervenção dos serviços sociais levar quatro crianças por suspeita de que tinham ferido um bebê.

A família envolvida era cigana, o que levou os seus semelhantes a saírem às ruas quando viram as autoridades brancas supostamente “racistas” intervindo desta forma – de novo, aqui está um vídeo que provavelmente você não viu na televisão dos Estados Unidos, onde carros de polícia são capotados, veículos são incendiados e policiais, em grande desvantagem numérica, são forçados a fugir (desculpe, “recuar taticamente”) em terror.

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As autoridades, por sua vez, curiosamente pareceram lenientes com essas pessoas. Disse o Detetive Superintendente James Conway, responsável pela área de Tower Hamlets: “Reconheço que os eventos que ocorrem em Bangladesh podem ter um impacto significativo nas comunidades aqui de Tower Hamlets, mas não podemos permitir que essa força de sentimento se transforme em ameaças, violência e desordem. Sou grato às pessoas da comunidade que estiveram ao lado dos meus oficiais na noite passada e incentivaram a calma. Para os próximos dias, faço um apelo para que os outros sigam esse exemplo e evitem qualquer nova escalada”.

Note como ele nem sequer usou a palavra “motim”, optando por eufemismos como “desordem”. Usar o termo perfeitamente preciso “motim” seria, claro, inflamatório.

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Enquanto isso, em Harehills, o Conselho de Leeds fez a seguinte declaração pós-motim, quer dizer, na verdade fez um agradecimento aos responsáveis por sua longa contribuição para a área: “A comunidade cigana desempenhou um papel fantástico na comunidade e contribuiu muito para a diversidade e riqueza de Harehills. Queremos que este trabalho continue e que se desenvolvam mais trabalhos que tornem Harehills um lugar ainda melhor para trabalhar e viver. Os eventos da noite passada não contribuirão nem para a nossa comunidade nem para a família [que teve os seus filhos levados]. Precisamos trabalhar junto com as autoridades para garantir os melhores resultados para a comunidade e para garantir que as nossas vozes cheguem ao mais alto nível, para que assim possamos evitar tais cenários no futuro”.

A melhor maneira de “evitar tais cenários no futuro”, aparentemente decidiu o Conselho de Leeds, foi devolver rapidamente aos seus familiares ciganos aquelas crianças anteriormente consideradas de risco.

No restante do país, muitos brancos assistiam a tudo isso (na verdade, sempre que isso lhes era relatado) e fervilhavam. Parecia bastante claro que certos setores da população nacional tinham autorização para conseguir o que quisessem simplesmente causando atos de violência em massa nas ruas. Assim, quando, em 29 de julho, ocorreram os esfaqueamentos em Southport, muitos brancos fartos dessa situação decidiram agir da mesma maneira.

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Especulações imprecisas na Internet afirmavam que o suposto perpetrador era um requerente de asilo muçulmano, em linha com vários crimes anteriores de natureza similar, o que provocou protestos em Southport que mais tarde se espalhariam por outras cidades do país, onde mesquitas, albergues e outros alvos semelhantes foram cercados, atacados ou vandalizados.

Mais tarde se descobriu que o alegado assassino era na verdade o filho negro de migrantes cristãos ruandeses que chegaram ao Reino Unido em 2002 e, tendo nascido aqui, era então tecnicamente Britânico. Muitas pessoas não conseguiram fazer a distinção. Saturadas e cansadas de onda após onda de imigração tanto legal quanto ilegal, por cuja política ninguém tinha votado, as pessoas saíram às ruas para protestar em toda a nação.

Infelizmente, alguns deles foram de fato muito violentos, levando o novo primeiro-ministro esquerdista do Partido Trabalhista britânico, Sir Keir Starmer, a fazer um discurso insensível chamando incorretamente todas as pessoas nas ruas de “bandidos de extrema-direita”, as quais foram trazidas desde o exterior a fim de causar problemas nos locais. A narrativa entre governo e mídia foi rapidamente acordada, e eis que a única razão pela qual as pessoas protestavam era porque tinham sido instigadas por mentirosos neonazistas da internet. O fato de alguns idiotas terem aparecido bêbados e bebendo latas de cerveja, ou ostentando tatuagens de suásticas nas costas, ajudou a apoiar essa narrativa – até que você a examinasse com mais cuidado.

Os esfaqueamentos de Southport foram simplesmente o catalisador específico que trouxe à tona anos e anos de insatisfação generalizada com a escalada e o ritmo da imigração em massa, que nas últimas duas décadas transformou demograficamente toda a nação, apesar de o público votar repetidamente em partidos que prometeram (falsamente) acabar com isso.

Eu moro em Merseyside, área básica localizada em Southport, e posso confirmar que este é o sentimento público que predomina localmente: as pessoas não precisam ser “mandadas” para as ruas mediante incitamentos feitos por neonazistas em grande parte imaginários. As pesquisas mostram que uma esmagadora maioria dos residentes de Southport – 58% – já pensava que a imigração era demasiado elevada. É a mesma coisa em todas as regiões. Não é de admirar que, só em 2023, os números mostrem que a migração líquida para o Reino Unido foi de 685.000 pessoas; compare isso com 30 anos atrás, 1993, quando o saldo migratório era de menos 1000 pessoas.

Aqueles repórteres que se aventuraram a falar com os manifestantes, ao contrário de Keir Starmer, distante e trancado em segurança no número 10 da Downing Street, encontraram uma variedade de motivos claramente não-nazistas para o descontentamento, para além do ódio racial. The Times conversou com uma senhora idosa que fazia piquete numa mesquita de Liverpool e que admitiu pensar que havia “demasiados imigrantes aqui”. Por que ela pensou isso? Era fascista? Não, apenas velha e doente. “Você não consegue uma consulta médica e eles estão priorizando os estrangeiros em detrimento do próprio povo do país. Isso precisa parar.”

Outro manifestante em Liverpool foi John Crooke, um estucador branco de 62 anos da cidade de Bradford, em Yorkshire, onde, em 1971, 94% dos residentes eram brancos. Em 2021, apenas 57% o eram, sendo agora 25% de etnia paquistanesa. John disse ao The Times: “Eu cresci em uma área de Bradford que hoje em dia é uma área perigosa de ir, mas ninguém quer admitir isso. Há quarenta anos, minha mãe limpava os degraus de pedra da casa e íamos à igreja. Mas hoje você não pode andar por essas ruas. O governo diz que somos de extrema-direita. Não somos. Tive que me mudar três vezes em Bradford porque a comunidade não é integrada e algumas partes dela acham que podem fazer o que quiserem. É hora de começarem a nos ouvir”.

O problema é que pessoas como Sir Keir Starmer, ideologicamente ligadas ao grande projeto “moral” da imigração em massa, nunca ouvirão. Em vez disso, eles continuarão a rotular desdenhosamente pessoas inocentes, como John, com o apelativo de neonazis perigosos, em vez de verem nelas pessoas preocupadas e com queixas realmente legítimas. Na verdade, não importa que aquela faísca que acendeu o atual incêndio que assola toda a Inglaterra tenha sido causada por um rumor online totalmente falso sobre o status preciso de imigração do suposto esfaqueador de Southport: algo desta mesma natureza estava fadado a começar em algum momento ou outro; seria, em breve, desencadeado por alguma atrocidade semelhante.

E, se o Governo esquerdista continuar respondendo da forma opressiva como tem feito atualmente, as coisas só irão piorar. Veja esta foto de um manifestante segurando um excelente cartaz onde se lê: “NÃO QUERER CRIANÇAS ASSASSINADAS É NORMAL, ISSO NÃO É SER DE ‘EXTREMA-DIRETA’”. Alguns desordeiros declarados são, de fato, indivíduos extremistas desagradáveis, ou então idiotas violentos que só querem vandalizar livremente. Mas muitos outros manifestantes pacíficos são, como diz o cartaz, pessoas meramente normais. Ao atacar todos os participantes com o mesmo pincel, em vez de realmente ouvir e abordar as suas preocupações legítimas, Starmer só conseguirá alienar membros cada vez mais comuns da população – sobretudo quando “Two-Tier Keir”, como agora se tornou zombeteiramente conhecido devido aos seus óbvios padrões duplos raciais, não aborda o fato flagrante de que muitos muçulmanos também estão agora em busca de vingança.

A resposta aos tumultos por parte da maioria das igrejas britânicas é igualmente inadequada. Os líderes religiosos locais – católicos, anglicanos e muçulmanos – publicaram uma declaração pós-Southport dizendo que “a divisão é capaz de destruir as relações próximas e o ambiente do qual depende as nossas vidas diárias; não há lugar para o ódio nas nossas comunidades… Neste momento difícil, devemos lembrar de que há muito mais coisas que nos unem do que as que nos dividem.”

Se esse for realmente o caso, então por que existem motins raciais?

Fonte: Crisis Magazine

Sobre Steven Tucker

Steven Tucker é um escritor residente no Reino Unido cujo trabalho apareceu online e impresso em todo o mundo. Seu último livro, Hitler & Stalin’s Misuse of Science, examina as semelhanças entre as ciências ideologicamente corrompidas dos soviéticos e dos nazistas e as ciências woke igualmente ideologicamente corrompidas de hoje. Anteriormente, ele lecionou em uma escola secundária católica inglesa.

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