A pedido de vários leitores, faço esta reflexão acerca da consagração da Rússia à Virgem Maria que o Papa Francisco realizou, conforme o pedido de Nossa Senhora de Fátima.
Enquanto regressávamos ontem de Roma, depois de celebrar a missa na cripta da Basílica de São Pedro, se realizava ali uma belíssima cerimônia, com liturgia penitencial, possibilidade de confessar-se individualmente com muitos confessores, cardeais, bispos e sacerdotes, além da grande presença do povo fiel.
O que se pode dizer já tendo passado um dia?
1) Que o texto utilizado poderia ter sido melhor e mais explícito, mas, no parágrafo 3 da consagração, estão os requisitos essenciais pedidos pela Santíssima Virgem: a) uso da palavra consagração; b) especialmente da Rússia c) ao Coração Imaculado da Virgem.
2) Os bispos do mundo se somaram (algo que teria sido difícil nos tempos de Bento, a quem nem sempre os bispos obedeciam, diferentemente do que ocorre com Francisco, dado seu férreo modo de governar).
3) Para aqueles que duvidam da legitimidade da eleição do Papa Francisco, o próprio Bento se somou à consagração em sua capela privada.
4) Foi politicamente (ou eclesialmente) incorreto em relação àquilo que alguns hoje consideram como “ecumênico”: mencionou-se em alto e bom tom a Imaculada (algo que os “ortodoxos” não aceitam), a Virgem Maria como intercessora e a necessidade de conversão e confissão (para isso foram colocados centenas – literalmente – de confessores na cerimônia vaticana).
[Obs: para quem acha que houve uma alusão “pachamânica” com a expressão “Terra do Céu” para aludir à Virgem, deixamos este post onde é explicado a origem dessa imagem eslava (ver aqui ou aqui).
5) A Virgem disse que a consagração seria feita, mas que seria “tarde demais”, o que – ao que parece – foi o que sucedeu.
6) Por fim: aquilo que apenas poucos esperavam, aconteceu. Porque Deus escreve certo por linhas tortas.
Eis as considerações, salvo melhor opinião.
A esperar em Deus e em Nossa Santíssima Mãe.
Fonte: Que no te la cuenten