Há certa de 3 anos Kyle Thompson do canal do Youtube “Undaunted. Life” realizou um podcast com o tema “Contemporary Worship Music is for Women and Effeminate Men” (“A Música de Adoração Contemporânea é para Mulheres e Homens Afeminados”).
Segundo Kyle, os problemas do Worship cristão contemporâneo seriam estes:
1. É divisivo. É voltado para o público jovem. A pessoa só vai à igreja se esta tiver o estilo worship.
2. É egocêntrico, pois se volta inteiramente para o “eu”.
3. É afeminado. Trata Cristo/Deus como um namorado.
4. Esconde a face “temível” de Deus, pois Eleé sempre retratado como um amigo fofo. Nunca como um juiz ou como o Leão de Judá.
5. É sentimentalista. As músicas são excessivamente emocionais.
6. Não é realmente uma boa música. É repetitiva, estereotipada. Muitas são criadas a partir do country, do jazz ou do rock. Cristãos deveriam ser capazes de produzir uma música de nível mais alto e profundo do que optar sempre por música industrial.
7. É teologicamente falido. São músicas cativantes para ficarem guardadas na memória, mas não possuem conteúdo de fé para ser meditado.
Kyle ainda explica o porquê o porquê do Worship ser para mulheres e homens afeminados.
1. Mulheres consomem muito mais esse tipo de música do que homens. O worship é comercialmente feito para elas.
2. A ênfase está nas emoções. Efeminado é justamente aquele que não consegue controlar suas emoções.
3. É tudo sobre Cristo como cordeiro. Nada sobre Cristo como leão. A passividade é valorizada ao invés da fortaleza.
4. As músicas são escritas por mulheres ou por homens afeminados.
5. Se a letra desse tipo de música fosse escrita por homens de verdade, ela soaria como algo homoerótico. As Escrituras nunca descrevem a relação entre homens e Deus em termos eróticos. Homens buscam um líder masculino, não um amante masculino.
As observações de Kyle se coadunam com a opinião de Calvin Johansson que publicamos no artigo “O problema da música gospel“. A música cristã contemporânea (Gospel) é causa de imaturidade espiritual e atrapalha objetivamente a santidade, porque, na verdade, é um lixo musical que não favorece a oração.
Contudo, Kyle acrescenta mais um problema, o da afeminação da música cristã.
Neste blog, já comentamos no artigo “Sobre o Tradismatismo” sobre o problema da música carismática católica. Nesse artigo criticamos o uso de música não-litúrgica por carismáticos na missa. Porém, convém descatar o quanto a Renovação Carismática tem sido pródiga em produzir também músicas afeminadas.
Neste contexto, nota-se a música do Pe. Marcelo Rossi “Yeshua“, agora regravada com o cantor Thiaguinho (sim, aquele mesmo).
A canção encaixa-se com perfeição nos problemas descritos por Kyle Thompson sobre o worship cristão atual. Vejamos a letra:
Ele chora, Jesus, esse nome que ele chora/Te chamam de Deus e de Senhor/Te chamam de Rei e de Salvador/Mas eu me atrevo a te chamar de meu amor/Te chamam de Deus e de Senhor/Te chamam de Rei e de Salvador/Mas eu me atrevo a te chamar de meu amor
Yeshua, Yeshua/Tu és tão lindo/Que nem sei me expressar/Yeshua, Tu és tão lindo/Jesus/Meu Rei/Te chamam de Deus e de Senhor/Te chamam de Rei e de Salvador/Mas eu me atrevo a te chamar de meu amor/Te chamam de Deus e de Senhor/Te chamam de Rei e de Salvador
Mas eu me atrevo a te chamar de meu amor/Yeshua, Yeshua/Tu és tão lindo/Que nem sei me expressar/Yeshua, Tu és tão lindo/Yeshua, Yeshua/Tu és tão lindo/Que nem sei me expressar
Jesus/Yeshua, Tu és tão lindo/Tu és tão lindo/Yeshua, Yeshua/Que nem sei me expressar/Yeshua, Tu és tão lindo/Que nem sei me expressar/Yeshua, Tu és tão lindo/Jesus
A música é repetitiva, sem conteúdo teológico, sentimentalista, judaizante e, se for cantada por homens, soa como algo homoafetivo.
Padre Marcelo, previsivelmente e para a nossa infelicidade, também canta essa música em suas missas:
Já a canção “Jesus, Meu Esposo” da Comunidade Católica Colo de Deus, que citaremos apenas alguns trechos, vemos um homem se autonomeando “esposa” e chamando Jesus de “meu esposo”. A música só faz sentido se imaginarmos que se trata de uma relação homoafetiva.
Segue a letra:
É digno que a esposa/Se cubra com as vestes do esposo/É justo que eu meu vista com as feridas do teu corpo/Jesus, meu esposo
Eu troco as coroas desse mundo/Pela coroa e os teus espinhos/É justo que eu me cubra com a tua dor/Jesus meu esposo
Me deixe entrar/Me deixa entrar/(Na brecha do teu peito)/Te conhecer por dentro/Em tuas chagas, cura e libertação encontrar/Me deixa entrar/(Na brecha do teu peito)/Te conhecer por dentro, meu Jesus/(Te conhecer por dentro)/E em tuas chagas, cura e libertação (encontrar)/
Me deixa entrar, ê, ê, ê/Na brecha do teu peito/Te conhecer por dentro, e em tuas chagas/E em tuas chagas, cura e libertação (encontrar)
Avivamento encontrar/Esperança encontrar/Tua face encontrar, avivamento/Avivamento encontrar, esperança/
Esperança encontrar, tua face/A tua face encontrar/Meu esposo, e ele é/Jesus meu esposo/
Jesus meu esposo, Jesus meu esposo, Jesus meu esposo/Eu estou entrando, Eu estou entrando, E quanto mais eu entro/Mais eu me encanto
Eu estou entrando (estou entrando)/Eu estou entrando (eu estou entrando)/E quanto mais eu entro/Mais eu me apaixono
Eu estou entrando (eu estou entrando)/Eu estou entrando (eu estou entrando)/E quanto mais eu me apaixono/Mais eu me conheço
E descubro que eu sou louco/E descubro que eu sou louco/E descubro que eu te amo
Primeiramente, a música traz a frase “É justo que a noiva se vista com as vestes do esposo“. A afirmação, no entanto, é péssima, porque esposas simplesmente não se vestem de esposo e nem é justo fazê-lo, visto que por direito natural homens e mulheres devem se vestir diferente. É uma frase sem sentido e que favorece a ideologia de gênero. Certamente, a esposa deve assumir muitas coisas do esposo, mas a veste não é uma delas.
Depois a letra fala de Jesus como “esposo”. De fato, Nosso Senhor é retratado pela Tradição como Esposo, mas sempre da Igreja ou da alma, nunca do indivíduo enquanto tal. A canção, porém, retrata Cristo como esposo de um eu lírico masculino, pois a voz poética é de um homem (“E descubro que eu sou louco“). Esta abordagem é completamente homossexual, pois Cristo é tomado como um parceiro romântico de um outro homem, algo nunca feito antes pelos santos. Não se verá nos escritos espirituais de Santo Agostinho, São Bernardo, Santo Tomás de Aquino ou de São João da Cruz Jesus Cristo sendo tomado como esposo de si mesmos.
Notemos como só faz sentido a “esposa se vestir com as vestes do esposo”, se imaginarmos que se trata de uma relação entre dois homens.
Por fim, a canção diz:
Jesus meu esposo, Jesus meu esposo, Jesus meu esposo/Eu estou entrando, Eu estou entrando, E quanto mais eu entro/Mais eu me encanto.
Eu estou entrando (estou entrando)/Eu estou entrando (eu estou entrando)/E quanto mais eu entro/Mais eu me apaixono.
A música parece parafrasear o verso 4 do primeiro capítulo de Cântico dos Cânticos:
“Arrasta-me após ti; corramos! O rei introduziu-me nos seus aposentos. Exultaremos de alegria e de júbilo em ti. Tuas carícias nos inebriarão mais que o vinho. Quanta razão há de te amar!” (Ct 1,4)
Todavia, notemos a diferença. O eu lírico da canção da Colo de Deus é masculino. Já o eu lírico de Cântico dos Cânticos é feminino. Na música da Colo, portanto, o homem literalmente se torna a mulher da relação (!).
Em suma, na música temos: um homem se autodeclarando “esposa” e fazendo de Cristo um par romântico e um homem se apaixonando na medida que “entra” no seu esposo.
Um rapaz homossexual tem nesta música um verdadeiro “lar”. Ele é convidado a “sair do armário” toda vez que a canta, pois pensa que é justo falar de Cristo como um par romântico esquecendo-se que ele é verdadeiro Deus, mas, antes de tudo, verdadeiro homem.
Só por este fato esta música deveria ser extirpada dos shows carismáticos e da música católica como todo. Não sabemos quem seja, mas não duvidamos que o compositor da canção seja, de fato, um homem homossexual ou muito afeminado.
Continuemos.
No clipe da música, se vê ainda jovens andando a esmo e rapazes tendo gestos e movimentos muito afetados:
A afeminação dos movimentos é resultado direto da música tocada, tendo em vista que ela incentiva a espontaneidade e a explosão de sentimentos ao invés da sobriedade/gravidade do espírito de devoção.
A música, além de homoafetiva, gera problemas de imodéstia corporal. Segundo Antonio Royo Marín, a modéstia corporal
“É uma virtude que nos inclina a guardar o devido decoro nos gestos e nos movimentos corporais” (Teologia Moral para Leigos, tomo I, p. 585).
E continua o mesmo autor:
“Gestos bruscos e descompassados, gargalhadas ruidosas, olhares fixos ou indiscretos, modos afetados e amaneirados e outras mil impertinências desse tipo são indício, geralmente, de um interior desordenado e vulgar.” (p. 586)
Ora, se há rapazes católicos com tendências e trejeitos homossexuais, mas que buscam viver o ensino da Igreja, nada pior e inóspito pra eles do que um ambiente que os incentiva a terem explosões de sentimentos e de imodéstia corporal, pois ambos geram a efeminação do comportamento masculino.
Com efeito, não é surpresa que do meio carismático alguns ícones famosos tenham se assumido publicamente homossexuais e com vida sexual ativa, como foi o famoso caso do cantor Gil Monteiro, que confessou, em 2022, que estava “casado” há pelo menos cinco anos com seu “marido”.
Do exposto, concordamos inteiramente com o Dr. Peter Kwasniewski, quando diz, na segunda parte do seu artigo Sacred Music vs Praise and Worship – Does it Matter?, que o Worship cristão deveria ser totalmente excluído não só da liturgia como também da adoração devocional:
“Não pode haver lugar para música pop contemporânea inspirada ou influenciada pelo pop na liturgia porque ela viola vários dos princípios repetidamente dados nos documentos da Igreja. O fato de muitos padres e bispos não aplicarem essas regras e não parecerem se importar não vem ao caso, assim como o fato de a maioria dos católicos discordar da Humanae Vitae (incluindo muitos membros do clero) não justifica a contracepção. A vasta maioria dos católicos está em um estado de profunda ignorância, desrespeito habitual e, às vezes, desobediência total, e devemos encarar o fato de que isso é parte da causa da atual crise de identidade, doutrina e disciplina na Igreja.
Eu iria mais longe e diria que precisamos nos afastar da moda ou modismo de usar música derivada de estilos populares contemporâneos para qualquer atividade litúrgica ou devocional. Faríamos bem na adoração, por exemplo, se retornássemos a um papel muito maior para o silêncio e um uso consistente de cantos mais simples. A oração silenciosa, combinada com o canto, permite que pessoas de temperamentos, personalidades, idades, situações pelas quais estão passando em um determinado dia, etc., estejam unidas em oração de uma forma que pode ser adaptada às necessidades de cada uma. A oração vocal, ou uma forma de música mais “emocionante”, embora essas coisas possam ter seu lugar na vida cristã, não facilitam a oração em grupo, portanto a oração litúrgica, da forma que o silêncio e o canto (e a música sacra) o fazem.”
A RCC faria um grande bem à música católica brasileira, se começasse a promover autêntica música sacra e deixasse de lado o pop religioso. Como vimos, não é um estilo autenticamente católico, empobrece a música cristã, impede a santificação de irmãos com tendências homossexuais e causa imaturidade espiritual dos fiéis.