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O berço da corrupção no clero: relatos sobre a infiltração e contaminação dos seminários

Adeus Homens de Deus - Michael S Rose
Por Luiz de Moraes

No dia 9 de dezembro último, a vida do venerável bispo norte-americano Fulton Sheen, que deverá ser beatificado em breve, foi tema de um programa especial ao vivo no apostolado online do Padre Paulo Ricardo. Na ocasião, o sacerdote brasileiro recordou também uma inimiga da Igreja que foi admiravelmente convertida por aquele bispo: Bella Dodd, ex-agente soviética em atuação nos EUA que operou inclusive um esquema para corromper e redefinir o perfil do clero naquele país.

Dodd esteve inclusive à frente do Partido Comunista americano entre as décadas de 1930 e 1940. Dentre as atividades de subversão que cumpriu em solo yankee, ela revelou que foi encarregada de uma missão especialmente sacrílega pelo regime de Moscou: desvirtuar as bases clericais da Igreja Católica dos EUA mediante a infiltração nos seminários de aspirantes ao sacerdócio sem vocação autêntica, como homossexuais recalcitrantes e jovens com ideias revolucionárias.

Deste modo, centenas de seminaristas com visões e práticas contrárias à fé da Igreja seriam inseridos nas casas de formação para a vida consagrada daquele país e poderiam, mais tarde, mudar a fisionomia da hierarquia católica estadunidense. E ela assegura que teve um formidável êxito na sua missão!

Numa palestra proferida em 1953 na Fordham University, uma universidade católica outrora bastante conceituada em Nova York, a já convertida Sra. Dodd declarou:

“No final dos anos 20 e nos anos 30 eu pessoalmente coloquei 1.100 homens no sacerdócio com o intuito de enfraquecer a Igreja Católica a partir de dentro. A ideia era que esses homens fossem ordenados e progredissem para posições de autoridade e influência, como monsenhores e bispos… não para destruir a instituição da Igreja, mas sim a fé do povo, e inclusive usar a instituição eclesiástica, se possível, para destruir a fé através de uma pseudo-religião. Algo que seria parecido com o catolicismo, mas que não seria isto de fato. Uma vez que a fé fosse destruída, um complexo de culpa começaria a ser introduzido na Igreja… para rotular a ‘Igreja do passado’ como sendo opressiva, autoritária, cheia de preconceitos, arrogante em se arvorar na única possuidora da verdade e responsável pelas divisões religiosas ao longo dos séculos. Isto seria necessário para constranger as lideranças da Igreja na direção de uma ‘abertura ao mundo’, e para uma atitude mais flexível em relação a todas as religiões e filosofias. Os comunistas então explorariam essa abertura no sentido de minar as defesas da Igreja.”

Observando o discurso da imensa parcela “progressista” do nosso atual clero “católico”, constatamos que aqueles eram planos de fato bastante promissores para os comunistas, não? Alguém poderia desconfiar que eles não foram tremendamente bem sucedidos?

A inserção planejada de indivíduos de sexualidade desordenada e mentalidade subversiva nas fileiras do clero pode, sem dúvida, explicar muitas posturas heterodoxas de membros da alta hierarquia eclesiástica e muitas escabrosidades da crise pela qual a Igreja atualmente passa, não apenas nos EUA, mas no mundo inteiro.

Mas as confissões de Bella Dodd não são o único relato que expõe uma contaminação deliberada da Igreja a partir dos seminários. O livro Adeus, Homens de Deus: Como Corromperam a Igreja Católica nos EUA, escrito pelo jornalista investigativo Michael S. Rose, fala de uma ampla e devastadora seleção às avessas que foi sendo feita nos seminários com o objetivo de barrar o acesso ao sacerdócio para aqueles vocacionados de fé sincera e mais qualificados para o exercício do ministério, enquanto eram privilegiados os candidatos mais avessos ao ensinamento católico tradicional, inclusive no tocante a pontos de doutrina e moral sexual polêmicos, como a homossexualidade.

O autor expõe

“a infiltração deliberada nos seminários católicos por aquilo que Andrew Greeley apelidou de ‘Máfia da Lavanda’, um círculo de homossexuais diletantes, sustentados por uma camada subterrânea de membros progressistas da hierarquia, determinados a mudar as doutrinas, disciplinas e missão da Igreja Católica desde dentro. A partir dos seminários, os progressistas aportaram uma catástrofe moral ao sacerdócio católico. Para que os escândalos sexuais que abalaram a Igreja Católica cessem, os indivíduos responsáveis por essa catástrofe moral devem ser extirpados da hierarquia. Somente então é que a ‘sombra negra de suspeita’ será removida de todos os outros bons padres que desempenham seu ministério com honestidade e integridade, e frequentemente em heroico auto-sacrifício.” (pp. 09-10).

M. Rose assegura ter entrevistado mais de 150 pessoas para chegar às conclusões que estão no livro. Ele fala de seminaristas de perfil mais ortodoxo, piedoso e honesto sendo ostensivamente perseguidos, tolhidos já na etapa de acompanhamento vocacional ou impedidos de seguirem suas vocações em algum momento do processo formativo.

O autor fala também do papel dos psicólogos a serviço dos seminários (e dos clérigos progressistas que dirigem essas casas de formação) naquela seleção ao contrário que tem visado afastar os melhores do presbiterato e conceder o sacramento da Ordem aos piores. Disserta, ainda, sobre os escândalos de abuso sexual cometidos por religiosos e sobre a atual escassez de padres em muitos lugares como uma situação artificial e propositalmente produzida por aqueles que lograram deformar e desvirtuar a Igreja.

Diversos relatos de homens de boa vontade que foram expulsos de seminários incluem a percepção de um clima maligno claramente reconhecível naquelas casas de formação infectadas pela perversidade de um progressismo nitidamente demoníaco:

“Ficou claro que havia um elemento diabólico no seminário. […] Havia noites em que eu nem mesmo conseguia dormir de tanto medo. Eu podia quase sentir a presença do mal naquele lugar. O desdém que os padres demonstravam com a Eucaristia e com Maria, por exemplo, era uma hostilidade explícita. Eu me lembro de ter sido humilhado, por exemplo, porque queria rezar o terço.” (p. 181)

Relacionando o testemunho de Bella Dodd com as pesquisas de Michael Rose poderíamos inclusive supor uma nefanda sucessão de gerações de clérigos que foram tratando de formar novas gerações de padres sempre mais corrompidas que a sua própria. Ao que parece, o que aconteceu nos EUA foi que os maus seminaristas inseridos no clero por um plano soviético de subversão político-ideológica se tornaram depois prelados de fato poderosos e passaram, então, a determinar critérios sempre mais “progressistas” para a admissão de novos candidatos.

Antes disso, Dodd certamente teve algum trabalho para orientar os seus recrutas a fim de que não deixassem transparecer todo o seu progressismo perante os padres da geração anterior, que era ainda católica. Mas depois que estes recrutas revolucionários chegaram onde pretendiam e granjearam autoridade, foi só uma questão de viciar o discurso e os critérios de admissão, desencorajar e perseguir os bons, enaltecer e promover os perversos e pronto. Estava feita a sabotagem.

No Brasil, é igualmente comum ouvirmos falar de coisas desalentadoras que acontecem nos nossos seminários; de bons seminaristas que são acossados e expulsos injustamente pelos padres formadores e de farsantes que, por outro lado, pouco ou nada possuem de uma fé católica sincera ou têm até comportamentos escandalosos e, no entanto, se ordenam sem dificuldades. Há bons padres brasileiros que, embora tenham conseguido vencer as dificuldades e se ordenar, reconhecem a situação lamentavelmente corruptora de muitos dos nossos seminários e atestam que os tristes relatos presentes no livro de Rose são similares aos que ouvimos por aqui também.

No entanto, por aqui não há nenhum estudo parecido com o de Michael Rose e nenhuma confissão pública de subversão e sabotagem planejada como a de Bella Dodd. Ninguém duvida que a extensão da corrupção ideológica nos nossos seminários também é uma coisa assombrosa, quem tem sido altamente destrutiva para a fé do povo brasileiro e profundamente deplorável em si mesma, mas as suas causas mais longínquas e o modo como essa corrupção foi se espalhando e reconfigurando o perfil do nosso clero ainda precisam ser investigados.

Será que tivemos agentes a serviço de partidos comunistas ou até de governos estrangeiros atuando para minar o clero católico por aqui também? Será que os psicólogos dos seminários brasileiros também influenciaram no sentido de emascular ou debilitar o caráter dos nossos padres? É bem provável.

Naturalmente, é possível que muitas decepções na catolicidade brasileira contemporânea se expliquem apenas pela execrável influência da Teologia da Libertação na nossa cena eclesial (um fator que praticamente não influiu nos EUA), mas ainda haveria muito por averiguar. O fato é que influências perniciosas também foram tornando cada vez mais obscuro e dissoluto o perfil de uma imensa parcela do clero brasileiro nas últimas décadas, de modo que em muitos sacerdotes validamente ordenados já não se reconhecem sequer aquelas virtudes sobrenaturais indispensáveis que se esperariam de um verdadeiro padre católico, infelizmente.

Rezemos e imploremos, todos os dias, ao S. Coração de Jesus e a Maria, Mãe da Igreja, pelos nossos padres e seminaristas.

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