Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o deputado federal Francisco Jr. (PSD/GO), que preside a Frente Parlamentar Católica no Congresso Nacional, declarou que considera a nossa legislação federal “conservadora”. Será que ele tem razão nisso?
Se a legislação brasileira é conservadora, imaginem então como seria se ela fosse progressista!
Não seria de se esperar que leis supostamente “conservadoras” defendessem o patrimônio de princípios espirituais, morais e filosóficos que edificaram o país? Fosse o caso, não seria de se esperar que as nossas leis penalizassem exemplarmente os pseudo-humoristas, influenciadores perniciosos, maus professores, bem como funkeiros e demais “artistas” corruptores que se sentem sempre à vontade para propagandear o mal, para blasfemar contra Nosso Senhor, para disseminar indecências, perversidades e pecados de mil formas, para corromper livremente a mentalidade de jovens e do povão ignaro ao seu bel-prazer!?
Como pode ser “conservadora” a legislação de um país que permite o envilecimento total da cultura de seu povo, a ponto de esta cultura ter se tornado um instrumento mais de subversão, de embrutecimento e de perdição do que de enobrecimento e salvação?
O infame carnaval está aí de novo, em mais um ano, para afundar as almas em mais pecados e ofensas a Deus! Para gerar mais portadores de DST’s, mais divórcios, mais brigas, mais abortos ilegais e mais filhos indesejados que serão criados sem o cuidado, a educação e o amor que merecem! Um país que é totalmente conivente com um folguedo nacional desse nível (e até o estimula), poderia ter, porventura, uma legislação “conservadora”, como pensa o deputado?
O bom país é aquele no qual é fácil ser bom! A boa sociedade é aquela na qual o próprio ambiente circundante estimula a virtude; na qual os modos, os hábitos e as artes inclinam ao que é justo, belo, santo e verdadeiro!
Mas no nosso país, infelizmente, quase tudo o que nos cerca – das deprimentes “músicas” que o povão escuta às prioridades que o cidadão médio elege para sua vida (que geralmente giram em torno de dinheiro, comodidades, luxos e prazeres) – torna muito mais fácil ser mau e optar por uma vida egoísta e dissoluta do que ser bom e se exercitar na virtude.
Os católicos conscientes e convictos resistem porque têm em seu auxílio: 1) A Graça, que conseguem obter por uma vida assídua de orações, boas obras e sacramentos, e 2) A coragem de contrariar o seu meio quando necessário, de lutar contra os apelos ilusórios e as seduções do mundo, de ir contra a corrente! Mas o estímulo que a cultura brasileira hodierna (e nossa “conservadora” legislação) nos dão para almejarmos a excelência humana é praticamente inexistente!
Graças a Deus ainda temos – e nisto o deputado tem uma pequena razão – leis que pelo menos restringem o aborto na maioria dos casos e obstaculizam a poligamia, a eutanásia, o acesso legal a drogas muito prejudiciais, etc. Mas o pior mal é aquele que é causado às almas, não aos corpos!
Ademais, o devastador divórcio fácil, por exemplo, assim como as “uniões homoafetivas” e a produção de embriões humanos para fertilização in vitro e posterior manipulação e destruição em pesquisas científicas estão aí, amplamente permitidos pela nossa legislação “conservadora”!
Mas pensemos sobretudo nisso: as vozes (acadêmicas, artísticas, políticas, etc.) que influem tremendamente sobre o espírito dos brasileiros não se tornaram muito melhores nem mais cristãs com a queda do PT no Executivo nem com as diversas substituições que tivemos no Legislativo!
Para sermos um país de fato cristão e conservador, no melhor sentido dessa expressão, as coisas precisam começar a mudar também no nível cultural e espiritual! Comecemos por difundir mais as luzes e as belezas da santa Fé católica e apostólica e a propor melhores referências intelectuais e culturais no nosso entorno! Certamente, com isso, as demandas populares para tornar mais justa e sã a nossa legislação virão por acréscimo.
Viva Cristo Rei!
Seja Ele adorado e seja amado nesta Terra de Santa Cruz!