Na edição impressa da minha palestra intitulada “Traditionis Custodes: Separando Fato da Ficção” publicada na The Remnant em 7 de outubro de 2021, eu escrevi que “as premissas e conclusões de Traditionis Custodes não são as mesmas daquelas apresentadas no relatório principal e detalhado elaborado pela Congregação para Doutrina da Fé (CDF)”, elaborado com base na consulta aos bispos do mundo. “Traditionis Custodes não foi consistente com o que o relatório principal recomendou ou reportou”.

Considerando o relatório principal e detalhado da CDF, eu escrevi:

É de meu conhecimento que o relatório principal foi bastante completo e foi divido em várias seções. Uma parte foi bastante analítica, realizado a análise de diocese por diocese, país por país, região por região, continente por continente, com gráficos analíticos e gráficos circulares. Outra parte foi um resumo de todas as argumentações apresentadas, junto com recomendações e destaques. E é do meu conhecimento que uma parte do relatório continha citações tomadas das respostas que chegaram das dioceses individuais. Esta coletânea de citações seria incluída para dar ao Santo Padre uma amostra geral do que os bispos disseram.

Eu também verifiquei que:

Esta coletânea de citações foram inseridas para fornecer ao Santo Padre uma amostragem representativa das respostas, e foram divididas em várias categorias. Incluindo: “avaliações negativas sobre a atitude de certos fiéis”; “sobre o isolamento da comunidade”; uma breve seção “sobre a irrelevância da Forma Extraordinária para as pessoas”; “sobre a necessidade e/ou adequação pastoral da Forma Extraordinária”; “Sobre aqueles que são atraídos pela Forma Extraordinária”; uma seção considerável com citações sobre “o valor da Forma Extraordinária para a paz e unidade da Igreja”; “sobre o valor teológico, litúrgico e catequético da Forma Extraordinária”; “sobre o valor histórico da Forma Extraordinária”; “sobre a influência da Forma Extraordinária sobre a Forma Ordinária”; “sobre a influência da Forma Extraordinária nos seminários e/ou casas de formação”; e uma longa sessão final sobre “propostas para o futuro”.

Na edição impressa do dia 7 de outubro, eu acrescentei trinta dessas citações, as quais foram retiradas de várias categorias. Esta porção da coletânea pode ser vista aqui. Hoje vamos acrescentar mais 15 citações novas dos bispos de todo o mundo.

Em respeito aos membros da hierarquia, retirei os nomes individuais de cada bispo aqui citado, incluindo apenas o seu país de origem.

COLETÂNEA DAS CITAÇÕES ORIUNDAS DAS RESPOSTAS RECEBIDAS DAS DIOCESES

(Foram abreviadas: EF = Forma Extraordinária; OF = Forma Ordinária)

Aspectos negativos sobre a atitude de certos fiéis

“Para alguns, esta missa é uma forma de protesto contra a direção geral dada pela Igreja, e para outros isso vem acompanhado com agendas políticas. Dito isto, eu prefiro manter essas pessoas próximas à Igreja, solicitando aos padres envolvidos que corrijam essas visões equivocadas” (Um Bispo dos Estados Unidos, resposta à questão 3).

Sobre o isolamento de comunidades

“Na prática, o efeito desejado [a manutenção do link com a paróquia] não aconteceu, porque todo mundo se mantém dentro do círculo da fé junto com quem compartilha da mesma sensibilidade litúrgica. Mas talvez esta limitação seja devida a uma aplicação ainda muito cautelosa do Motu Proprio [Summorum Pontificum]” (Um Bispo da França, resposta à pergunta 3).

“Essas comunidades não se integram na vida paroquial e diocesana. Isso pode ser culpa deles, quando desconfiam das orientações pastorais da diocese ou da paróquia e preferem viver em isolamento. Mas também pode ser culpa daqueles que estão vinculados à Forma Ordinária, quando resistem em entender exatamente quem eles são e quais são suas expectativas, bem como o modo desses fiéis viverem sua fé” (Um Bispo da França, resposta à questão 3).

Sobre a irrelevância da Forma Extraordinária para as pessoas

“Algumas vezes a forma foi aplicada não pelo bem das almas, mas para agradar o gosto pessoal do padre” (Um Bispo da Itália, resposta à questão 4).

Sobre aqueles que são atraídos pela Forma Extraordinária

“Existe um número significativo de Católicos que sempre permaneceram em comunhão, mas que fortemente aspiram às formas litúrgicas mais tradicionais e que são grandemente consolados e assistidos em sua fé quando participam das Missas na Forma Extraordinária. Muitas famílias jovens e Católicos jovens encontraram na Forma Extraordinária um tesouro que os ajudam a crescer na fé… mesmo que não tenham crescido com a EF, encontram enriquecimento na prática da fé”. (Um Bispo dos Estados Unidos, reposta à questão 2).

Sobre o valor da Forma Extraordinária para a paz e unidade da Igreja

“Muitas das pessoas que frequentam são peregrinos inquietos e sofredores, então eu acho que a ‘normalização’ da sua experiência litúrgica dentro da vida da Igreja fortalece a unidade da Igreja” (Um Bispo dos Estados Unidos, resposta à questão 9).

“Uma parte dos fiéis da Missa na Forma Extraordinária, que não estavam interessados na vida diocesana, mudaram seu comportamento, contribuíram para a “denier de l’Eglise” [coleta anual para as dioceses da França], e expressam de várias maneiras a alegria de poderem rezar na sua diocese” (Um Bispo da França, resposta à questão 9).

Sobre o valor teológico, litúrgico e catequético da Forma Extraordinária

“Não há dúvida de que a Forma Extraordinária desafia os membros do clero a um respeito pela ritualidade na vida Cristã e pela dignidade das celebrações” (Um Bispo da França, resposta à questão 5).

“A Forma Extraordinária tornou-se um tesouro para a Diocese, a partir da qual trouxe inspiração e perspectivas concretas para a renovação da vida litúrgica da Igreja” (Um Bispo das Filipinas, resposta à questão 5).

Sobre o valor histórico da Forma Extraordinária

“Omitir-se de praticar a Forma Extraordinária seria cortar a si mesmo das fontes da fé” (Um Bispo da Bélgica, resposta à questão 9)

Sobre a influência da Forma Extraordinária na Forma Ordinária

“Às vezes se presumia que elementos da Forma Extraordinária seriam incorporados na Forma Ordinária da Missa. Eu pude verificar que não foi o caso, tratava-se de simples ignorância daquilo que já era permitido pela GIRM” (Um Bispo dos Estados Unidos, resposta à questão 5).

Propostas e/ou perspectivas para o futuro

“Eu sugiro que nós permitamos a Forma Extraordinária como tal. Que usemos do princípio de Gamaliel” (Um Bispo das Filipinas, resposta à questão 9).

“Eu acho que é possível que os dois usos, Ordinário e Extraordinário, coexistam. Isso poderia fortalecer internamente a Igreja Católica. Apesar de ouvirmos muito sobre a LMS (Sociedade da Missa Latina) e sua cruzada para mudar o rosto da Igreja retornando no tempo, minha impressão na Diocese é que esses apelos exagerados pela EF agora desapareceram, e só irão atingir o seu próprio (provavelmente bem pequeno) nível, por assim dizer (…) Eu diria que a formação na plenitude da tradição das formas, práticas e símbolos litúrgicos é necessária, e que isso pode ser acessível a todos, livremente, inclusive encorajado, de modo a mostrar que a EF não é algo a ser temido, e que a OF não deve ser desprezada, porque ela está arraigada na tradição” (Um Bispo da Inglaterra, resposta à questão 9).

“Se nós continuamos a tolerar maus exemplos de anormalidades, experimentações e abusos litúrgicos, ou seja, liturgias de má-qualidades, por que deveríamos focar naqueles que estão conectados aos ritos antigos da Igreja com uma vigilância especial? Isso não me parece justo” (Um Bispo dos Estados Unidos, resposta à questão 9).

“A Conferência Episcopal do México acredita que uma formação autenticamente litúrgica é indispensável em todos os níveis” (Relatório geral do CEM)

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Haverá continuação.

Fonte: The Remnant