Bispo da Diocese de Caicó, dom Antônio Carlos Santos tinha determinado ao padre Stanley Dantas que gravasse um vídeo se retratando pela crítica ao papa Francisco por mudar a Missão da Igreja por diálogo.
Mas, talvez diante da críticas e apoio ao padre, decidiu que fosse por escrito. A carta de retratação foi publicada neste sábado (16) nas redes sociais da Diocese. Foi revelada a data: dia 22 de outubro de 2023. A retratação foi exigida após a vitalização do vídeo com as críticas, há 12 dias.
Padre Stanley, entretanto, ratifica “a necessidade premente, junto ao Santo Padre e com ele, dum renovável engajamento na difusão da Fé e no grande e permanente compromisso MISSIONÁRIO”.
Vídeo da Homilia que viralizou
Retratação do Padre Stanley
Considerando o fato de que uma parte duma minha homilia proferida na tarde do Domingo 22 de outubro de 2023, Dia Mundial das Missões, ter ganhado notavelmente ampla divulgação na internet e ter causado estupor e desentendimento entre fiéis católicos dos mais variados perfis, em virtude de palavras fortes e igualmente contundentes, e ensejando restabelecer o equilíbrio logo após a situação que se criou em decorrência da referida preleção, e secundado pela liberdade de minha consciência, retrato-me diante de meu Bispo Diocesano e de toda a Comunidade, desfazendo conceitualmente qualquer palavra que de modo ambíguo tenha levado alguém a crer diferente daquelas intuições profundas que permeiam o verdadeiro sentido de MISSÃO, seja ela ‘ad intra’ como ‘ad extra’.
Não havendo intenção alguma de ficar longe daquilo que cremos e amamos, ou seja, creio na Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica e afirmando não ser possível pensar outra coisa senão aquilo mesmo que promana do Magistério infalível do Sucessor de Pedro, por essa mesma razão, eu, Pe. Stanley Lopes Dantas, sacerdote católico incardinado na Diocese de Caicó (RN) e, atualmente, Vigário Paroquial em São João do Sabugi (RN), pela presente reitero minha incondicional adesão a Nosso Senhor Jesus Cristo e a tudo quanto Ele ensinou através da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, com tudo que isso implica.
Tendo Cristo instituído a Igreja como coluna e esteio da verdade (cf. 1Tm 3,15) e prometido que as portas do Inferno não prevaleceriam contra ela (cf. Mt 16,18), adiro de coração a todas e cada uma das verdades de fé promulgadas pela Igreja a respeito da fé e da moral. Reconheço no conjunto da Fé Católica a perfeita verdade que Nosso Senhor quis ensinar aos Apóstolos e que estes, através dos seus sucessores – os Bispos – corretamente interpretaram, guardaram e transmitiram sem alteração ou contradição ao longo desses quase vinte séculos.
Não havendo em Deus, o Pai das luzes, qualquer contradição ou sombra de variação (cf. Tg 1,17) e sabendo que o Espírito Santo ensina a verdade completa (cf. Jo 16,13), com plena liberdade e concurso da vontade, reitero integralmente o juramento que fiz por ocasião da minha Ordenação Sacerdotal: “Guardarei integralmente o depósito da fé, que com fidelidade transmitirei e explicarei; quaisquer doutrinas, portanto, contrárias a este depósito, serão por mim evitadas.
Prometo conservar sempre a comunhão com a Igreja católica, quer em palavras por mim proferidas, quer em meu procedimento. Hei de seguir e promover a disciplina comum de toda a Igreja, e acatar a observância de todas as leis eclesiásticas, sobretudo aquelas que estão contidas no Código de Direito Canônico. Com obediência cristã seguirei o que declaram os sagrados Pastores, como autênticos doutores e mestres da fé ou o que estabelecem como orientadores da Igreja, e prestarei fielmente auxílio ao Bispo Diocesano, a fim de que a ação apostólica, a ser exercida em nome e por mandato da Igreja, se realize em comunhão com a mesma Igreja”.
Também reitero integralmente minha profissão de fé, declarando que, além de crer em tudo que está contido no Símbolo da Fé, “também creio tudo o que na palavra de Deus escrita ou transmitida se contém e que é proposto como divinamente revelado e de fé pela Igreja, quer em solene definição, quer pelo magistério ordinário e universal. Firmemente também acolho e guardo todas e cada uma das afirmações que são propostas definitivamente pela mesma Igreja, a respeito da doutrina sobre a fé e os costumes.
Enfim, presto minha adesão com religioso acatamento de vontade e inteligência às doutrinas enunciadas, quer pelo Romano Pontífice, quer pelo Colégio dos Bispos, ao exercer o Magistério autêntico, ainda que não sejam proclamadas por ato definitivo”.
Ademais, para que não fiquem dúvidas nem tampouco restrições intelectuais no que tange a assunto da mais alta envergadura, persuadido pela FÉ e sua subsequente adesão a tudo quanto é CATÓLICO, confirmo minha prontidão na obediência e veneração à Sé de Pedro na pessoa do Romano Pontifice; outrossim, ratifico a necessidade premente, junto ao Santo Padre e com ele, dum renovável engajamento na difusão da Fé e no grande e permanente compromisso MISSIONÁRIO.
Não pretendendo arrastar após mim um movimento sedicioso que viesse a promover fissuras e rupturas no tecido eclesial, consideradas as proporções imensas de confusão em que se encontra o conjunto da sociedade em todo o mundo, por causa da posição tomada de distanciamento do Evangelho, faço adesão de amor àquele que por Cristo foi colocado como Guardião e Garante da Doutrina da Salvação. Como Bispo de Roma, o Sumo Pontifice recebe todas as loas que lhe são devidas por múnus tão elevado e ao mesmo tempo, nossa humilde colaboração. Que Deus nos ajude.
Pe Stanky Lopes Dantass
São João do Sabugi, 14 de março de 2024.
Fonte: BZNotícias
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