Mal publicamos o artigo “Acabando com o Carnaval do “O Catequista“” e a página não satisfeita já inventou mais uma lorota para justificar sua paixão irracional pelo carnaval. Desta vez, a lorota é: Dom Bosco pulou o carnaval com seus meninos do Oratório.
Viviane em nova publicação no Instagram utiliza a biografia “A Vida de Dom Bosco” escrita pelo Pe. Giovanni Battista Lemoyne, para defender que Dom Bosco caiu na folia.
Diz Viviane que Dom Bosco queria ensinar os meninos do Oratório a “como viver o carnaval”, a despeito das imoralidades da festa. Contudo, essa argumentação do O Catequista simplesmente não bate com a postura de Dom Bosco e dos padres que o ajudavam até então. Ora, se essa era a lição que Dom Bosco queria ensinar, por que ele não a deu nos carnavais anteriores? A resposta é muito simples: Dom Bosco não estava procurando ensinar como viver bem uma festa mundana. Durante o carnaval, Dom Bosco fazia programações dentro do Oratório, o que é totalmente lícito segundo explicamos no nosso artigo anterior. E a única vez que ele foi a um carnaval público não foi pelas razões ditas pelo O Catequista.
O próprio vídeo de Viviane explica o contexto da motivação de Dom Bosco:
“Naquele ano a Prefeitura de Turim havia autorizado que as instituições de caridade montassem uma barraca na Piazza Castello pra vender nos últimos dias de carnaval o que achassem melhor pro benefício dos pobres atendidos por suas obras.”
A intenção de Dom Bosco em ir ao carnaval de Turim era apenas uma: angariar fundos para o Oratório por meio de uma barraca de vendas. Ou seja, Dom Bosco queria ir ao carnaval para trabalhar para o sustento do Oratório, não simplesmente para divertir-se.
A própria biografia utilizada por Viviane narra que Dom Bosco, antes de se entregar à Providência, buscava por todos os meios angariar recursos para o Oratório, sendo até mesmo engenhoso ao fazer isso. Uma de suas engenhosidades foi trabalhar no carnaval, como afirma o Pe. Lemoye:
“Dom Bosco sentiu-se obrigado a tentar esgotar todos os meios humanos, antes de se abandonar cegamente nos braços da Divina Providência. Por isso ele sempre pedia, de mil maneiras, usando as maneiras mais variadas, mais prudentes, mais engenhosas. Circulares, loterias, barracas de doações, e uma centena de outros meios foram usados quando as necessidades eram sérias, e os recursos diários ordinários eram insuficientes.
Durante o carnaval de 1869 ele teve uma ideia singular. Naquela época, o carnaval de Turim era o mais digno, tranquilo e agradável de toda a Itália; basta dizer que uma comissão especial, com plenos poderes e a polícia sob seu comando, zelava pela ordem, pela moral e pelo respeito a todas as classes de pessoas. Pois bem, ele obteve autorização da prefeitura para montar uma barraca de vendas na Piazza Castello, junto com outras instituições de caridade, para seu próprio benefício durante os últimos dias do Carnaval.” (A Vida de Dom Bosco, vol. 2)
Ou seja, Dom Bosco tinha uma razão justa e proporcional para ir ao Carnaval. Ele foi por necessidade, não por opção. Como narra a própria biografia, o santo sentia-se obrigado a esgotar todos os meios possíveis para sustentar o Oratório.
Se aplicarmos os princípios expostos no artigo “O Catequista e a Opção Preferencial pelo Laxismo“ sobre as espécies de cooperação com o mal, veremos que eventual cooperação de Dom Bosco neste caso seria remota e não necessária, sendo absolutamente escusável ele buscar o sustento do Oratório montando a barraca de vendas na festividade.
Todavia, desonestamente, o O Catequista omite todo esse contexto. Viviane chega a afirmar que Dom Bosco buscava “maneiras de ir ao Carnaval”, como se quisesse arranjar desculpas para os seus meninos irem à festividade, quando claramente essa não era a verdade.
Omitindo informações importantes dessa maneira o O Catequista faz um verdadeiro anti-apostolado para os católicos, pois o exerce unicamente para anestesiar as consciências em prol de sua opção preferencial pelo laxismo.
Ademais, neste caso, a escolha de Dom Bosco como motivo de defesa do Carnaval parece ter sido bem calculada. Neste ano, o Centro Dom Bosco fez críticas públicas ao O Catequista por defender o Carnaval e agora a página busca de alguma forma responder usando o patrono do CDB. Bom, tenha sido esta a intenção ou não, o tiro saiu pela culatra. Dom Bosco não foi ao carnaval pelas razões que o O Catequista quer sugerir.