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O Católico Sommelier. É uma cilada, bino?

O Católico Sommelier

Em suas redes sociais, o Padre José Eduardo fez o seguinte texto sobre o Católico Sommelier ou, mais especificamente, Católico Sommelier de Missa, segue:

O século XXI vomitou um tipo insólito de católico: os sommeliers de Missa. Sem raízes, sem compromisso, vagam feito almas penadas, de paróquia em paróquia, farejando liturgias para depois destilarem seu veneno. Ora as amaldiçoam, ora as exaltam, conforme o sabor do dia ou o capricho de seu ego. Não pertencem a lugar nenhum, não contribuem com nada; servem-se de tudo, mas não servem a ninguém. Tão apegados à tradição, esquecem que a Igreja é territorial, com paróquias e dioceses bem delimitadas; tão “medievais”, não têm feudo, são nômades de sacrário, ovelhas desgarradas, desprovidas sem pastor, como Israel perdido no deserto, sem terra, longe de Canaã. Seus frutos? Superficialidade, elitismo e a ilusão de uma santidade que não se planta nem floresce. Que Deus os desperte, antes que se percam de vez, e os faça entender que a Igreja não é uma feira de vaidades, mas a casa de Cristo, onde o amor, e não o conforto, é a moeda de troca.

Em meu Facebook, limitei-me a ironizar a questão dizendo que eu só estaria disposto a discutir o assunto se já estivesse estabelecido o seguinte pressuposto: o violão é inimigo da liturgia. Fora disso, não creio que qualquer tipo de discussão possa ser benéfica. Sim, é difícil assistir a uma missa sem este instrumento ou até com coisa pior (bateria, tambor), mas isso só mostra a perda do bom senso litúrgico em nossos tempos. Não é porque um costume inconveniente está enraizado nos costumes que deixa de ser, como é próprio da inconveniência, abertura e desencadeamento de mazelas. Por isso, àquele que não concorda com a premissa de que o violão é inimigo da liturgia, este texto não lhe é recomendado.

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Pois bem, listemos as características dos católicos sommeliers:

  • 1) Não têm paróquia fixa
  • 2) Destilam veneno sobre as missas
  • 3) Inconstância na hora de criticar ou elogiar missas
  • 4) Não participam de nenhuma paróquia
  • 5) Apego inconsiderado pela tradição, de modo a desprezar paróquias
  • 6) Superficialidade
  • 7) Elitismo
  • 8) Ilusão de santidade
  • 9) Usa a Igreja como feira para sua vaidade
  • 10) Buscam conforto, e não o amor.

Como vemos, em menos de um parágrafo, o padre desenha um perfil duro. Desconheço a metodologia para criação de tal conceito, tampouco posso opinar sobre a motivação do mesmo em escrever tal texto polêmico. O que me interessa, na verdade, é tratar esse conceito sob o aspecto da psicologia social.

Resumidamente, a queixa sobre o católico sommelier diz respeito à Missa e, anexo, ao desprezo pela vida paroquial. Diante disso, há duas questões a serem feitas: 1) Qual é a qualidade das missas nesse nosso século XXI? 2) Qual é a qualidade das paróquias nesse século XXI?

O fato científico é que há posicionamentos críticos de católicos, comumente rotulados como tradicionalistas, quanto às missas que assistem e quanto à vida de paróquia. Não questionaremos isto. Porém, na ciência, diante de um fato, devemos buscar pela causa, e nisto há duas hipóteses.

1) Não é justo criticar nem a qualidade das missas nem a qualidade do povo da paróquia, porque tais queixas são oriundas de uma subjetividade e da má intenção do católico sommelier. Independentemente de qualidade, deve o católico ter senso de comunidade e, ao pular de uma missa para outra, não está cumprindo com seu dever e, ao externar suas críticas deslocadas, está causando divisão em nossa Igreja primaveril.

2) Tanto as missas quanto as paróquias são de qualidade duvidosa, então o católico sommelier, independente de qualquer problema psicológico ou má intenção que possa ter, ao fazer suas críticas, não está senão refletindo um cenário real.

Na primeira hipótese, de fato, é justo que o católico sommelier seja qualificado de superficial, elitista e ilusório. Porém, e na segunda hipótese?

O interessante de considerar a segunda hipótese é que, neste caso, o “sommelier”, por mais mau caráter que seja, ainda que tenha os problemas elencados pelo padre, é vítima de um estado de coisas que não é sua culpa, mas das autoridades eclesiais.

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Na primeira hipótese, é como se o católico sommelier fosse a onda traiçoeira que quer derrubar o surfista. Esse tipo de onda deve ser denunciada e evitada.

Na segunda hipótese, diante de um católico soberbo que usa a Tradição como porrete (existem), a onda traiçoeira que quer derrubar o surfista é a “pastoral”, tanto litúrgica quanto paroquial; o sommelier, concedamos esse adjetivo para indicar um católico tradicionalista mau, está simplesmente surfando nesta onda (para envaidecer o próprio ego).

Não esqueçamos, porém, que nesta segunda hipótese, podemos apontar para outro tipo geral de católico: o católico tradicional bem formado e intencionado. Sim, amigo do violão na missa, que nem deveria estar lendo este parágrafo, nem todos os tradicionalistas são neuróticos[1].

Não sendo este católico tradicional nem superficial, nem elitista e nem portador de uma ilusão de santidade, traz consigo, contudo, críticas às más missas e não faz questão de participar de sua paróquia, pois não vê nelas meios ordenados para a santidade.

Ao contrário do que parece ser a posição do padre, eu creio que estamos diante da segunda hipótese. O católico tradicional, mesmo que mal intencionado, está descrevendo (ou surfando, no caso do mau) uma onda que de fato existe e cuja origem não é sua culpa, senão das autoridades eclesiais. Ora, numa paróquia, quem é o responsável pela liturgia? Resposta: O Padre. Quem é responsável pelas pastorais, atividades e doutrina? Resposta: O Padre.

Se, indo numa paróquia, um católico tradicionalista não vê nem boa liturgia nem uma comunidade com vida espiritual sóbria, por que, então, ele deveria participar de tal cenário de coisas de bom grado? Digo de bom grado, porque acabo de voltar de férias, e não tive alternativa senão tolerar missas com certos abusos.

Na vida espiritual, a primazia é a salvação da própria alma[2]. Ademais, o progresso nesta vida espiritual exige certas tolerâncias devido a imaturidades normais (ex: escrúpulos, temor servil, impulsividade, apego a consolações sensíveis, inconsideração a respeito dos maus costumes da sociedade…), contudo, amadurecendo, certas situações que antes eram toleradas (e não raro até gozadas), passam a ser incômodas. É aquela coisa que os carismáticos ironicamente gostam de cantar em suas músicas, “ir a águas mais profundas”, mas abstraindo o emocionalismo barato e entendendo essa expressão em seu sentido mistagógico (cf. Is 43,2).

Por exemplo. Num primeiro momento, é possível tolerar e até consolar-se na espiritualidade carismática, cuja nota característica é o barulho. Não é possível julgar almas que ainda são crianças espirituais por esse tipo de espiritualidade, sobretudo quando as próprias autoridades eclesiais dão guarida para esse estado de coisas. Entretanto, é próprio da maturidade espiritual a diminuição dos afetos sensíveis em favor do recolhimento mais sóbrio. Neste caso, uma barulhenta adoração Eucarística vai ser um incômodo, pois a alma madura já não consegue prescindir do silêncio que é próprio da contemplação e do afeto espiritual.

Note que usei o termo tolerar; tolerar uma espiritualidade carismática. Dado as nossas circunstâncias históricas, sociais e de crise na Igreja, é compreensível a atratividade que a “bagunça” carismática pode causar e que Deus (que de tudo se serve para o bem da alma, inclusive do mal) use disso para trazer almas para si. É compreensível, é tolerável, mas não é benéfico, pois estacionar nisso é estacionar numa vida espiritual barulhenta, dispersiva e, pois, desordenada.

O fato de eu, um mero leigo, estar escrevendo isso pode soar uma atitude desumilde. Porém, quanto ao progresso na vida espiritual, estou seguindo os passos de São Francisco de Sales, cuja autoridade para as coisas espirituais é inegável:

A devoção não consiste nessa suavidade nem nas consolações sensíveis e nesse doce enternecimento do coração, que o excitam às lágrimas e aos suspiros e que tornam nossos exercícios espirituais uma ocupação agradável.

Não, Filotéia, a devoção e as doçuras não são a mesma coisa, porque muitas almas há que, sentindo essas doçuras, não renunciam a seus vícios e, portanto, não possuem um verdadeiro amor a Deus e muito menos uma verdadeira devoção.

Saul, perseguindo a David até ao deserto, para o matar, entrou sozinho numa caverna em que David estava escondido com os seus; facilmente poderia este desfazer-se de seu inimigo, mas não quis nem sequer lhe causar medo, contentando-se em o chamar depois que saíra da gruta, para fazer ver o que lhe poderia ter feito e para lhe dar ainda esta prova de sua inocência. Pois bem, o que não fez Saul para mostrar a David quanto seu coração estava enternecido! Chamou-o seu filho, chorou copiosamente, louvou a sua benignidade, rezou a Deus por ele, publicou altamente que ele reinaria depois de sua morte e lhe recomendou a sua família. Poderia ele manifestar maior doçura e ternura de coração? Contudo o seu coração não estava mudado e ele não deixou de perseguir cruelmente a David. Do mesmo modo, pessoas há que, considerando a bondade de Deus e a paixão de Nosso Senhor, sentem-se com o coração enternecido a ponto de verterem muitas lágrimas e soltarem suspiros nas orações e ações de graça muito sensíveis, dando a aparência duma grande devoção. Mas, se as pomos a provas, bem depressa se verá que são as chuvas de verão, que, passageiras, caem em torrente sobre a terra, mas não a penetram e só servem para produzir cogumelos; ver-se-á, digo, que essas lágrimas tão ternas caem num coração viciado e não o penetram, lhe são inteiramente inúteis, porque essas pessoas não largariam nem um ceitil de todos os bens injustos que possuem, não renunciariam à menor de suas más inclinações e não sofreriam o mais leve incômodo pelo serviço de Jesus Cristo, pelo qual tanto choravam; todos esses bons movimentos do coração não passaram de falsos sentimentos de devoção, semelhantes aos cogumelos, que são um produto falso da terra. Ora, o que é mais deplorável é que uma alma enganada por esses artifícios do inimigo se entretenha com essas consolações mesquinhas e viva por aí satisfeita sem aspirar a uma devoção sólida e verdadeira, que consiste numa vontade constante, pronta e ativa de fazer o que se sabe que agrada a Deus. Uma criança entra em choro desfeito, vendo tirar sangue de sua mãe; mas, se ao mesmo tempo a mãe lhe pede uma bagatela qualquer que tem nas mãos, não lha quer dar. Semelhantes são a maior parte de nossas ternas devoções, quando, vendo o Coração de Jesus crucificado e traspassado duma lança, vertemos muitas lágrimas. Ah! Filotéia, é bom chorar a morte e paixão dolorosas de nosso Pai e Salvador; mas por que então não lhe dar o nosso coração e amor, que esse querido Redentor está pedindo? Por que não lhe sacrificamos essas inclinações, satisfações e complacências, que Ele nos quer arrancar do coração e com as quais preferimos nos deliciar do que com a Sua graça divina? Ah! Não passam de amizades de crianças ternas, mas fracas, fantásticas e sem efeito, que procedem duma compleição débil e suscetível a movimentos que se quer ter, ou às vezes a impressões artificiosas do inimigo sobre a nossa imaginação (Filotéia, IV, c. XIII)

O que nos faz voltar a questão. Qual a profundidade das almas que habitam as paróquias? Ou ainda, sendo mais sugestivo, qual o grau de mundanidade delas? Não cabe escrever um tratado, mas há sinais. Por exemplo, contra São Paulo (a que ponto chegamos!), o uso do véu é desprezado[3], e as moças que, ao tomar consciência do valor desta prática, querem aprofundar-se espiritualmente mediante esta piedade exterior, se não são ridicularizas, são, no mínimo, tomadas por esquisitas, por retrógradas, mesmo que a doutrina de São Paulo continue e sempre continuará em vigor. Vê, uma prática piedosa e retamente tradicional não é respeitada, no máximo tolerada, quando não abertamente atacada. Diante de um ambiente desses, há duas alternativas: 1) Continuar na paróquia fingindo que está tudo bem, que é mera questão de gosto e opinião; 2) Afastar-se da comunidade, pois se percebeu que a paróquia está trabalhando a favor do mundo contra a piedade tradicional católica.

Paradoxos da pastoralidade moderna. São Paulo, que é o grande mestre da doutrina da autoridade, perde autoridade no âmago dos templos católicos[4]. 🎶Relativismo hei, Relativismo hei, Relativismo ha! É Relativismo nas alturas!🎶

A questão que está longe de ser tocada neste debate sobre o catolicismo sommelier é que há muito tempo – se distorcidamente ou logicamente a partir de um certo Concílio pastoral, deixo para os teólogos debaterem – a Igreja fez uma estranha opção de aggiornamento, de aproximação com o mundo (um dos inimigos da alma). Resultado: nossas paróquias se mundanizaram. Resultado: mundanizando-se, paradoxalmente se tornaram locais de riscos às almas.

Se a modéstia é tópico sensível, podemos abarcar o problema da qualidade das catequeses. É sempre um desafio quando nos pedem recomendação de uma boa catequese em Curitiba. Sabemos de pessoas que, convertendo-se “por fora” da Igreja[5], fazem a catequese por mera questão protocolar, tendo que aguentar semanalmente por horas várias bobagens (para não dizer heresias), pois sabem que essa burocracia é necessária para poderem comungar a adentrar nos sacramentos.

Ok. Estou no discurso anedótico, mas, fica o questionamento: não seria a catequese o momento propício para fazer a alma que está se convertendo participar da comunidade? E se, todavia, a catequese é ruim? Neste caso, afasta ou aproxima a pessoa da paróquia, que é territorial? E, enfim, de quem é a responsabilidade da catequese? Do sommelier ou do padre?

E num hipotético caso em que a pessoa faz catequese, participa da vida paroquial, mas depois, em contato com a Tradição – sem superficialidade, sem ilusão, sem elitismo – percebe que está sendo mais levado pelo mundo do que pensava e toma a resolução de romper com certas práticas mundanas (por exemplo, nas mulheres, abolir o duvidoso uso de calça e prática do uso do véu), terá essa pessoa o direito de sentir-se traída pela paróquia?

Tudo me leva a crer que o problema está mais na má qualidade dos sacerdotes e dos paroquianos do que no católico sommelier, mesmo porque o católico tradicionalista já é minoritário, quanto mais o inóspito sommelier! Não vou negar a existência deste e sua pródiga soberba, que usa da Tradição mais para bater do que para se humilhar diante dela; mas este não é a causa da desgraça litúrgica e paroquial, atua como verbalizador do mau estado das coisas, ainda que ele próprio seja mau.

E quanto aos católicos tradicionais maduros, enfim, é justo que nesse estado de coisas, desordem na missa e desordem na paróquia, prefiram ficar afastados[6]. Se a prudência é a virtude de escolher os meios adequados para atingir o fim devido, se a primazia na vida espiritual é a salvação da própria alma, então, de fato, é prudente que não ingresse em vida de paróquia e, quanto a missa, busque as menos abusivas, já que, desde a década de 1970 e adentrando no século XXI, por causa de um conceito chamado “criatividade litúrgica”, as liturgias dependem do capricho e do ego do sacerdote.

E na questão do termo sommelier, consta que é alguém responsável do cuidado da carta de bebidas de restaurantes e bares. Para ser um bom sommelier, exige-se certo nível de especialização degustativa. Ora, ter a sensibilidade de escolher prudentemente o ambiente favorável para o seu progresso espiritual não é algo ilegítimo. Provavelmente o padre se refere ao mau sommelier, um fraudador. Mas, será mesmo que esse mau sommelier não tem um ponto válido, apesar de sua alma carcomida pela vaidade? Com efeito, podemos adjetivar esse católico venenoso de vários nomes, mas louco não parece ser o caso.


Notas:

[1] A sanha de vincular a neurose ao católico tradicional está bem presentes em análises do “catolicismo libertário”, cuja teologia é a da libertação. Seus pastoralistas socialistas gostam de reduzir o católico tradicional a um fenômeno de identitarismo, como uma simples busca do indivíduo, sobretudo os jovens, por uma identidade e grupo pelo qual possa se sentir representado e seguro, porque a fluidez da pós-modernidade o deixa confuso e o assusta. O engraçado nesse tipo de psicologismo de boteco com pitadas de sociologia é que, em primeiro lugar, a busca de identidade não é, por si, algo ruim, pelo contrário, é fundamental para o desenvolvimento da personalidade (xô psicologia de buteco). Em segundo lugar, ainda que o tradicionalismo seja buscado com um fim gregário ou – como também gostam de alardear – estético, não muda o fato de que em seu bojo há substância intelectual e, pois, há teses que precisam ser confrontadas e derrubadas no caso de estarem erradas. Curiosamente, nos críticos ferrenhos do tradicionalismo, a indisposição para com os católicos tradicionalistas é proporcional à fuga de adentrar nos méritos das questões doutrinais e intelectuais. Como diria o Quico do seriado Chaves, “que coisa, não?”.

[2] Por favor, não interpretar “primazia pela salvação da própria alma” como sinônimo ou proximidade com egoísmo. Trata-se, de fato, de um princípio espiritual que quer significar que não é lícito colocar a salvação da própria alma em risco (ou seja, pecar) sob pretexto de obtenção de um bem para o próximo. Santo Agostinho usa este princípio espiritual para argumentar que a mentira é sempre má. É de fato um princípio simples de entender, pode até parecer meio óbvio aos que têm zelo religioso, entretanto, sua aplicação prática nem sempre é fácil de executar. Pobre de nós, miseráveis.

[3] É corriqueiro criticar-se o feminismo mais grosseiro, quando o feminismo sutil ainda enferruja a almas de muitas mulheres. No combate contra essa maléfica ideologia demoníaca, subestima-se quão benéfico seria o retorno do costume do véu. O véu não só beneficia a retidão da modéstia, ajudando a desnudar a vaidade disfarçada das mulheres modernas, mas também traz consigo valores diretamente opostos ao feminismo mesmo. Enquanto este, em essência, advoga pelo desejo de autonomia e pela indocilidade, cuja manifestação pode ser grosseira (feministas declaradas) ou sutil (conservadoras sem senso de modéstia), o véu, ao contrário, representa a submissão e a obediência. Claro, sempre se pode alegar que o véu pode ser usado hipocritamente, mas isso não anula o fato de que, por si, simboliza e promove a pureza, a ordem e a sacralidade no entorno social.

[4] A CNBB chegou a trocar o termo “submissão” [da esposa ao marido] por “solicitude”.

[5] Por convertendo-se “por fora” quero dizer que, uma vez que dificilmente recebem a ortodoxia doutrinal no interior das paróquias, aprenderam-na fora das mesmas. Por exemplo, assistindo aos vídeos do perseguido Padre Paulo Ricardo.

[6] O que não implica que tenha renunciado à caridade ou a algum apostolado “extra-paroquial”.

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Augusto Pola Júnior

Vice-presidente do Instituto Santo Atanásio, seu maior interesse de estudo é psicologia (em especial a tomista) e espiritualidade. Possui especialização em Logoterapia e Análise Existencial e em Aconselhamento e Orientação Espiritual.
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