Quando começaram a circular sinais sobre a possibilidade de “flexibilização” do isolamento social obrigatório decretado pelo Governo [da Argentina] para conter a pandemia de COVID-19, algumas vozes da Igreja Católica apressaram-se para solicitar a abertura dos templos para as celebrações litúrgicas. Houve os que reclamaram de modo irritado com um “devolvam a missa” e outros que, com um tom mais recatado e reflexivo, mas não com menos firmeza, disseram que embora sejam boas as celebrações virtuais que estão sendo realizadas, “aos fiéis não é a mesma coisa” e que, portanto, “não podemos esperar simplesmente que passe por completo a pandemia”.
Pressionada por estes comentários, junto a uma carta de um importante e influente arcebispo dirigida à autoridades da Conferência Episcopal [Argentina], a Comissão Executiva do episcopado católico apresentou na semana passada uma nota ao Governo dirigida ao Secretário de Culto, Guillermo Oliveri, solicitando que, sob certas condições, permitisse a “abertura gradual” dos templos e que se autorizassem as celebrações religiosas.
Com este propósito, os bispos Oscar Ojea, Presidente da Conferência Episcopal, e Carlos Malfa, Secretário Geral, solicitaram a Oliveri pelo retorno das celebrações eucarísticas “com os devidos cuidados sanitários exigidos” pelo Poder Executivo.
A resposta oficial foi tão elegante quanto categórica. Assim reconheceu a própria Conferência Episcopal em um comunicado onde disseram que “as autoridades nacionais continuarão avaliando a consulta, mas no momento é necessário manter as medidas atuais de prevenção e isolamento que afetam as celebrações religiosas”. Dito sem firula: continuem assim.
Fonte: Página 12