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O Significado da adoração dos Reis Magos – Reflexão de Natal

O significado da adoração dos Reis Magos

Boa noite a todos estão presentes aqui, e também a todos os que forem assistir essa pequena meditação no nosso canal do Instituto Santo Atanásio.

Na última semana, já meditamos sobre a estrela dos magos, que basicamente consistia em fazer uma reflexão sobre o caminho que nós, assim como os magos, devemos trilhar durante a nossa vida para encontrar aquele sentido que nos levará até Jesus. Encontrar aquela vocação necessária para chegarmos até Ele. Na ocasião também meditamos sobre o uso correto da inteligência para chegarmos a este fim. Hoje, dando sequência a esse caminho dos magos, vamos meditar sobre a adoração dos magos ao menino Jesus e a importância do exemplo que esses homens nos dão, para que nós também possamos fazer uma adoração ao menino Jesus da forma correta.

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Esses homens então partem de uma terra estrangeira até Belém. Lá conhecem o menino Jesus, aparecem subitamente para adorá-lo. Inclusive, tem uma frase que nós até utilizamos na última meditação, que é a frase “viemos para conhecer e adorá-lo”. Hoje vamos fazer uma meditação baseada nos escritos de um grande Doutor da Igreja, que é Santo Afonso de Ligório, e, com base neles, faremos algumas reflexões que são importantes para esse sétimo dia da Novena de Natal, que é sobre essa questão da adoração.

Os magos adoraram o menino Jesus. E quanto a nós? Como que nós podemos fazer esta adoração da forma correta? Para responder a isso, visando uma melhor compreensão, dividiremos em partes essa nossa reflexão. Na primeira parte, trataremos basicamente da manifestação do Menino Jesus, que é o primeiro momento que ele se manifesta aos homens nesse projeto da Redenção humana, desse sacrifício que Ele vai fazer para a Redenção de toda a humanidade.

Se olharmos para um presépio, veremos o menino Jesus em uma manjedoura. Essa manjedoura não passa de um simples estábulo, um abrigo para animais. É nela que o Rei dos Judeus. O Salvador da humanidade decide nascer no lugar mais pobre e indigno possível.

Podemos dizer que, mesmo em nossos tempos, seria algo totalmente desprezível para qualquer ser humano nascer em um lugar como esse, onde os animais se escondem, onde os animais passam a noite, comem e defecam. É uma situação bastante degradante se analisarmos a dignidade de uma pessoa humana. E, portanto, quanto mais degradante para aquele que é o Rei dos reis, o Salvador da humanidade? Santo Afonso Ligório traz uma importante reflexão sobre esse ponto, que nos permite olhar para algo bastante interessante sobre o modo como se deu essa manifestação.

Já vimos que foi em um local pobre que Ele nasceu, vindo ao mundo da forma mais indigna possível para os homens. Mas há algo ainda mais interessante: Ele se manifesta primeiramente a homens estrangeiros, gentios, que não conheciam praticamente nada sobre Deus, sobre a vida religiosa. Estamos falando de um povo do Oriente totalmente pagão que, baseado em uma profecia pagã, recebe esse sinal, essa estrela, que é o grande sinal do nascimento do Salvador. É essa estrela que ilumina esses homens para fazerem chegar até Cristo.

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Segundo a tradição, o nome desses três magos eram Melquior, Baltazar e Gaspar. Eles vêm para conhecer o Salvador e o adorar. E o interessante é que, nessa manifestação, nós vamos ver a primeira graça que Jesus dá ao homem: a vocação da Fé, a qual é a abertura para a vida da graça. Até esse momento, os homens estavam privados dessa graça, mas, a partir desse momento, com a vinda de Cristo, o homem passa a ter mais esse benefício para a salvação de sua alma, que é receber a graça e ter a vocação da fé, a qual, até esse momento, o homem não tinha.

Assim, nessa manifestação, nós temos duas coisas. A primeira é que Ele se manifesta como homem nascendo no lugar mais indigno possível – e se já indigno para qualquer tipo de homem, o que dirá de um Rei? E a segunda é que Ele vai estabelecer a primeira graça de sua Redenção, que é a vocação à fé. E vai justamente levar essa graça a homens estrangeiros, a homens gentis que conheciam o mínimo possível da pessoa do messias ou das profecias da sua vinda. Mas é neles que esta graça age.

Na segunda parte da reflexão, Santo Afonso Ligório vai nos fazer refletir sobre essa questão da humildade deste homem. Este homem poderia nascer dentro de um castelo em qualquer local, mas escolherá o lugar mais simples, o lugar mais indigno, que é um estábulo de animais. É lá que Ele vai nascer, e, mais interessante do que isso, Ele vai se fazer o menor de todos com o objetivo de tornar a humanidade maior, a ponto de os anjos enxergarem isso dessa forma.

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Mas há também outro detalhe interessante: os homens negaram Cristo enquanto nascia da forma mais humilde possível no estábulo, mas os anjos enxergaram n’Ele o verdadeiro salvador, o Filho de Deus. Por isso é que esses anjos vão avisar os Reis Magos que o Salvador tinha nascido e onde Ele estava. E então aqueles Reis Magos, que estavam numa região próxima, partem até a manjedoura, até esse estábulo onde Cristo estava. Vemos assim que Cristo vai buscar as coisas nos lugares mais pequenos, mais simples, a fim de mostrar à humanidade que as coisas materiais não são as mais importantes. São necessárias, é claro, para nós sobrevivermos fisicamente aqui, mas mais importante do que isso é o próprio Cristo, que vai se tornar o centro, mesmo sendo a pessoa mais humilde. É Ele que vai conduzir as pessoas para a salvação.

Eu abro aqui um ponto importante, que é nós olharmos para os nossos tempos. Muitas das coisas que nós buscamos estão muitos focadas nos adornos, nas coisas materiais. E mesmo quando às vezes nós buscamos as coisas espirituais, queremos ir na capela mais bonita. Claro que a estética ajuda, a igreja está perfeitamente correta quanto a isso, mas às vezes nós esquecemos e deixamos o Cristo desolado nos lugares mais simples, nas capelas mais simples, nos lugares mais humildes.

Quando nós olhamos para os magos, notamos que eles fizeram todo o caminho que os levou basicamente para adoração ao menino Jesus. Nós hoje não temos o menino Jesus em carne humana, mas nós temos o Santíssimo Sacramento em todas as capelas e igrejas do mundo, e não fazemos com frequência esse caminho de ir lá e adorá-lo, nem que seja por minutos, por segundos, para dizer “meu senhor, meu Deus, eu estou aqui”.

Aliás, “meu senhor e meu Deus” é uma frase que a Igreja sabiamente oferece indulgência, tanto que era costume antigo, quando o padre levanta a Eucaristia, as pessoas falarem “meu senhor e meu Deus” ou “Dominus meus et Deus meus” em latim. A Igreja dá indulgência parcial, porque quem o diz, faz uma ação muito importante, que é o reconhecimento de que ali está Deus, ali está o Nosso Senhor. É importantíssimo, porque quando nós olhamos para Ele como Nosso Senhor, nosso Deus, nós eliminamos um dos piores pecados da nossa humanidade, que é a própria divinização do homem.

Quando o homem não se diviniza a si, então naturalmente ele tende a procurar por um Deus. Ou ele vai procurar um Deus verdadeiro, ou ele vai cair numa falsa religião e adorar um deus falso. Ou pior ainda, divinizando a si mesmo, ele irá adorar a si mesmo, que é o que mais acontece nos nossos tempos. Nós temos uma divinização do homem, razão pela qual infelizmente estão se perdendo completamente. Daí a importância de procurarmos o Santíssimo e de adorar a Santa Eucaristia. Hoje Cristo se faz presente em corpo, alma e divindade em todos os lugares onde existe um Santíssimo Sacramento.

Peguei esse gancho porque Santo Afonso Ligório vai fazer essa meditação a respeito de Cristo. E nos nossos tempos, nós precisamos trazer essa reflexão para as nossas vidas, como vida prática, para agirmos de modo a fazer essa adoração da forma mais correta possível a este Menino, é o Nosso Senhor e nosso Deus.

Em relação ao culto que os magos prestaram a esse pequeno Menino que é o Salvador da humanidade, Santo Afonso Ligório fará uma terceira reflexão, que é olhar para o silêncio da Virgem Maria ao ver os magos chegarem, prostrarem-se e adorarem Nosso Senhor.

Santo Afonso olha com delicadeza para a Virgem Maria que está ali e simplesmente vai dizer que Maria, naquele momento, ao olhar para os magos, simplesmente só fará uma coisa: agradecer aqueles homens por terem vindo e serem os primeiros a adorar o soberano Senhor. Aqui a Virgem Maria se coloca no papel de uma Auxiliadora de Nosso Senhor, e é por isso que nós, dentro da fé católica, temos explícito que a Virgem Maria é intercessora direta com Jesus, o que derruba qualquer teologia barata de botequim defendida por várias seitas de que a única forma de chegar a Deus é diretamente. Não é assim aos católicos, pois entendemos muito bem que a Virgem Maria pode fazer esse papel de intercessão junto a Jesus, e então, de Jesus, na segunda pessoa da Santíssima Trindade, faz chegar diretamente a Deus as coisas. Pelo fato de Maria ser nossa intercessora, é que damos a ela o título de Advogada.

Nesta cena de adoração dos Reis Magos, Maria também já está fazendo a sua adoração ao seu Filho. Pois ela já O reconhece como Filho de Deus, tal como o Anjo O apresenta na sua aparição da Encarnação.

E para finalizar, uma das últimas reflexões que Santo Afonso de Ligório vai fazer é como adorar esse menino Jesus.

Qual é a forma mais correta de adorar esse menino Jesus? Ele basicamente vai nos levar a uma simples frase: “adorar o Senhor de todo coração, de modo que todas as coisas da nossa vida tenham como finalidade última a Nosso Senhor”. Todas as ações espirituais e práticas da nossa vida devem encaminhar-se para a finalidade de nos aproximarmos, amarmos e adorarmos cada vez mais a Nosso Senhor Jesus Cristo. Dessa forma, nós teremos os nossos corações completamente arrependidos dos nossos erros e nos tornaremos cada vez mais íntimos desse Senhor que deu a vida para que um dia nós possamos ter a graça de podermos chegar ao céu.

Por fim, eu vou ler aqui uma oração de Santo Afonso de Ligório ao Menino Jesus, que reflete tudo aquilo que deve ser o nosso sentimento, a nossa base teológica e espiritual para quando olharmos, meditarmos e pensarmos no Menino Jesus:

Ó amável Menino Jesus, ainda que Vos veja nessa gruta, deitado sobre a palha, tão pobre e tão desprezado, a fé ensina-me que sois meu Deus, descido do céu para a minha salvação. Reconheço-Vos por meu soberano Senhor e meu Salvador, mas nada tenho para Vos oferecer. Não tenho ouro de amor, porque amei as criaturas e os meus caprichos, e não Vos amei a Vós que sois infinitamente amável. Não tenho incenso de oração, porque até hoje vivi miseravelmente esquecido de Vós. Não tenho mirra de mortificação, porquanto tantas vezes tenho desgostado a vossa infinita bondade. — Que poderei eu oferecer-Vos?

Ofereço-Vos este meu coração, imundo e pobre como é; aceitai-o e transformai-o. Viestes sobre a terra exatamente para, com o vosso sangue, purificar os corações humanos do pecado e assim transformá-los de pecadores em santos. Dai-me Vós mesmo o ouro, o incenso e a mirra que desejais. Dai-me o ouro do vosso santo amor; dai-me o espírito da santa oração; dai-me o desejo e a força para me mortificar em todas as coisas que Vos possam desagradar. Estou resolvido a obedecer-Vos e a amar-Vos; mas Vós conheceis a minha fraqueza, dai-me a graça de Vos permanecer fiel.

Ó Virgem Santíssima, Vós acolhestes com tamanha benignidade e consolastes os santos Magos, acolhei-me e consolai-me também, agora que venho adorar vosso Filho e consagrar-me inteiramente a ele. Minha Mãe, tenho confiança absoluta em vossa intercessão. Recomendai-me a Jesus. Em vossas mãos deposito a minha alma e a minha vontade; ligai-a para sempre ao amor de Jesus.

E Vós, ó meu Deus, que por meio de uma estrela manifestastes no dia presente vosso Unigênito aos gentios: concedei propício, que visto já Vos conhecermos pela fé, cheguemos também a contemplar a beleza de vossa majestade. Fazei-o pelo amor desse mesmo Jesus Cristo, vosso Filho

É uma oração bastante profunda, né?

Completando, nós podemos dizer que os magos trouxeram à luz um belo exemplo junto de Jesus. Eles nos ensinam como O adorar com amor. Essa é a atitude certa que uma criatura humana deve fazer, animando-nos a descobrir as riquezas desse espírito de adoração que nos faz admirar a Deus e nos extasiarmos com Ele, despertando a fome de conhecê-lo, nos movendo a louvá-lo, nos animando a obedecê-lo e, por fim, fazendo nascer em nossa alma a ânsia de agradecer o amor que Ele nos tem oferecido, oferecendo-lhe nossos dons.

De fato, os Reis Magos nos dão uma verdadeira lição, um verdadeiro exemplo de como adorar nosso Senhor Jesus Cristo. Essa é a reflexão que eu gostaria de deixar para vocês. Espero que ajude e contribua na formação e profundidade espiritual nesse tempo em que nós aguardamos a vinda, o nascimento, desse Menino que salvou a humanidade, que nos deu a possibilidade da sua Redenção.

Salve Maria, Viva Cristo Rei e Feliz Natal a todos.

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