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Dicastério do Distúrbio Educacional

Papa Francisco nomeia cardeal compincha (Like-Minded) português para presidir o Dicastério para Cultura e Educação

Cardeal José Mendonça é um poeta conhecido, e seu serviço sacerdotal se concentrou no diálogo cultural, na educação e, além disso, no ministério aos homossexuais.

O Papa Francisco escolheu para chefiar o recém-fundido departamento de educação e cultura do Vaticano um poeta português próximo ao pensamento de Francisco, alguém que também foi criticado por simpatizar com abordagens heterodoxas da homossexualidade e por se aliar a uma irmã beneditina feminista radical que defende o aborto e o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo.

O cardeal José Tolentino Calaça de Mendonça, 56 anos, natural da ilha portuguesa da Madeira, foi nomeado no dia 26 de setembro de 2022 como chefe do Dicastério para a Cultura e a Educação, um novo departamento da Cúria que reúne a antiga Congregação para a Educação Católica e o Pontifício Conselho para a Cultura. Os dois dicastérios foram fundidos como parte da nova constituição apostólica da Cúria Romana, Praedicate Evangelium (Pregar o Evangelho).

De acordo com a constituição, as missões do prefeito Cardeal Mendonça incluem trabalhar com bispos em todo o mundo para promover o ensino da religião católica nas escolas e garantir que “a integridade da fé católica seja salvaguardada no ensino doutrinário”. Ele também terá o dever de desenvolver “os princípios fundamentais da educação em relação às escolas, institutos católicos e eclesiásticos de ensino superior e pesquisa”.

Dados de 2020 contam que são cerca de 1.500 as universidades católicas em todo o mundo, enquanto que as escolas católicas totalizam aproximadamente 200.000 atendendo a 62,2 milhões de alunos.

O Cardeal Mendonça também é responsável por promover a Igreja no mundo da cultura, manifestando “a preferência pelo diálogo como instrumento indispensável do verdadeiro encontro” para que “as culturas se tornem cada vez mais abertas ao Evangelho, bem como a fé cristã para com eles.” O dicastério também “promove o diálogo com aqueles que não professam religião, mas ‘buscam o encontro com a verdade de Deus’”.

O prelado português substitui o cardeal Gianfranco Ravasi e o cardeal Giuseppe Versaldi, ambos com 79 anos. Eles quem presidiam os antigos dicastérios de cultura e educação, respectivamente.

Nascido no Funchal, Madeira, em 1965, caçula de cinco filhos, José Tolentino de Mendonça viveu os primeiros 10 anos na então portuguesa Angola, onde seu pai era pescador. Durante esse tempo, ele testemunhou ter visto um homem morto a sangue frio. “É algo que penso até hoje, foi a primeira vez que tive medo”, disse em uma entrevista de 2015. “Havia grupos armados. Nós nos refugiamos em um barco longe da terra por vários dias.”

Mas retém sobretudo boas recordações da sua passagem pela África, de onde partiu em 1975 com os pais e irmãos para se instalar no Funchal. Uma vez lá, Mendonça logo embarcou em um caminho espiritual e ficou ansioso para entrar no seminário, mas seus pais o acharam muito jovem. Ele posteriormente se formou com licenciatura em teologia pela Universidade Católica Portuguesa em Lisboa, em 1989, e foi ordenado no ano seguinte para sua diocese natal de Funchal.

O Padre Mendonça já era um leitor voraz e ávido fã de literatura, e em 1990 publicou seu primeiro livro de poemas, ‘Os Dias Contados’ (The Numbered Days). Após a ordenação, lecionou no seminário e, dois anos depois, formou-se mestre em ciências bíblicas no Pontifício Instituto Bíblico de Roma.

Serviço Sacerdotal

De 1992 a 2018, o então padre Mendonça ocupou vários cargos, incluindo pároco em sua diocese natal, reitor do Pontifício Colégio Português em Roma em 2001-2002 e capelão, professor e eventualmente vice-reitor em sua alma mater em Lisboa.

Desde 2010 foi reitor da Capela do Rato, uma capela privada em Lisboa já conhecida antes da sua chegada por acolher homossexuais e outros grupos marginais. No início de 2010, ele realizou pesquisas no Straus Institute for the Advanced Study of Law and Justice em Nova York.

Em 2011, depois de sete anos como primeiro diretor de um órgão de promoção do diálogo entre a Igreja e a cultura mais ampla para a Conferência Episcopal Portuguesa, o cardeal chamou a atenção de Bento XVI, que o nomeou consultor do Pontifício Conselho para a Cultura.

Mas foi só no atual pontificado que ele se tornou mais amplamente conhecido, pois subiu rapidamente na hierarquia eclesiástica.

O Papa Francisco escolheu o padre Mendonça para pregar nos exercícios espirituais da Quaresma para a Cúria Romana em 2018 e, quatro meses depois, nomeou-o arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana, elevando-o a bispo. Pouco mais de um ano depois, em outubro de 2019, Francisco o fez cardeal e desde então o nomeou membro dos Dicastérios para os Bispos, Evangelização e Causas dos Santos.

As razões para a ascensão meteórica do Cardeal Mendonça provavelmente se devem a uma visão eclesial semelhante à do Papa Francisco, bem como ao seu amor pela educação e à sua vontade de se envolver com o mundo exterior.

Ele disse em entrevistas anteriores que valoriza muito a criatividade da sala de aula e que prefere viver “nesse tipo de periferia que é o mundo da cultura”. Se fica “muito imerso no mundo eclesiástico”, disse numa entrevista de 2015, “me sinto como um peixe fora d’água”.

Na mesma entrevista, ele disse crer que “a teologia precisa do mundo”, razão pela qual está “muito interessado” em saber como a cultura moderna usa a Bíblia.

“Estou muito interessado no que Bruce Springsteen faz com a Bíblia, o que o cinema ou a cultura popular de [Andrei] Tarkovsky faz”, disse ele. A relação entre cristianismo e cultura está no centro de seus muitos escritos, que lhe renderam vários prêmios literários. Ele também crê firmemente que Francisco está trazendo os católicos insatisfeitos de volta à Igreja.

Mas o cardeal Mendonça também parece ter apoiado a expressão de uma série de posições que conflitam com o ensinamento da Igreja. Isso inclui, principalmente, declarações positivas que ele fez em um prefácio para um livro de 2013 chamado “A teologia feminista na história” (Feminist Theology in History), da irmã catalã beneditina Maria Teresa Forcades i Vila. Religiosa que há muito tempo promove a aceitação da homossexualidade na Igreja. A Irmã Maria Teresa também se opõe à legislação que proíbe o aborto, diz que todas as mulheres devem levar a pílula do dia seguinte em suas bolsas e apoia a ordenação de mulheres.

No prefácio, o Cardeal Mendonça destacou como o apostolado da Irmã Maria Teresa deve ser tomado como modelo para “libertar” o cristianismo das amarras dogmáticas do passado e do presente.

“Teresa Forcades i Vila é um nome que, por muitas razões, devemos levar em consideração”, escreveu antes de elogiá-la por “apontar corajosamente as contradições e buscar alternativas de interpretação que promovam uma ruptura de sentido e de civilização”. Ele acrescentou que “o essencial” é reconhecer que Jesus “nem codificou nem regulamentou; Jesus viveu, ou seja, construiu uma ética de relacionamento”.

Irmã Maria Teresa, que tem falado a favor de uma “Revolução Queer” na Igreja, juntou-se novamente ao então Padre Mendonça em 2016 quando falou no lançamento de seu novo livro, Vers una Spiritualitat dels Sentits (Através de uma Espiritualidade de Sentimentos). O Register perguntou ao cardeal em 29 de setembro se ele se arrependia de ter se aliado tão intimamente à irmã Forcades, mas ele não respondeu até a publicação deste artigo.

‘Eu não julgo’

Outros comentários do cardeal Mendonça também causaram preocupação de que o prelado é brando sobre ensinar que a posição da Igreja referente aos estilos de vida de homossexuais ativos são contrários ao plano de Deus para a sexualidade. Entre eles estão aqueles feitos naquela entrevista de 2015, quando foi perguntado sobre como foi ser capelão na Capela do Rato, onde trabalhou com homossexuais.

“Muito natural”, respondeu. “Eu não escolho as pessoas com quem tenho que andar. Como não escolho, não julgo. A atitude da Igreja deve ser de acolhida, de acompanhamento normal daquilo que as pessoas vivem e são”.

O cardeal Mendonça disse na entrevista de 2015 que, para sua geração, o Concílio Vaticano II “é a maneira normal de olhar para a Igreja, para o mundo” e que não achava que o pontificado de Francisco fosse mais polêmico do que seus predecessores. A novidade, disse ele, foi ver um papa contestado por uma “ala mais conservadora” e por alguns “nomes importantes, até mesmo cardeais, que de certa forma estão dispostos a colocar o tradicionalismo acima da tradição”.

“A tradição sempre foi o reconhecimento de que Pedro era o garantidor da unidade, da comunhão”, acrescentou. “Hoje parece, em algumas posições, que se quer quase tentar o impeachment do Papa, um impeachment simbólico. Mas são casos específicos”, disse. “E olhando para o Papa Francisco, é muito interessante ver como ele lida com toda essa situação. Ele lidera com um bom senso de humor. E quando um pastor nos conduz com senso de humor, acho que estamos sendo bem tratados”.

Em outra entrevista em 2016, ele comparou a comunidade da Capela do Rato ao que Francisco descreveu como um “hospital de campanha”, dizendo que sentiu muito isso ali, onde “muita gente” foi “tocada pelo testemunho do Papa Francisco e estavam dispostos a refazer seu próprio caminho de relacionamento com o cristianismo”.

“Seja cristãos recasados, feridos pela experiência do rompimento conjugal, ou a realidade de novas famílias [irregulares], ou pessoas homossexuais, a Igreja deve encontrar um espaço para ouvir”, disse ele.

Mudança de direção?

A antiga Congregação para a Educação Católica foi, no passado, clara em sua oposição à atividade homossexual, notadamente emitindo uma instrução em 2005 proibindo homossexuais com “tendências profundas” de entrar no seminário. Em 2019, também se manifestou firmemente contra a ideologia de gênero nas escolas católicas.

Mas, mais recentemente, alinhou-se com a abordagem secular de organismos internacionais como as Nações Unidas, principalmente ao fundar o Pacto Global sobre Educação, uma iniciativa da Santa Sé “para criar uma mudança global de mentalidade através da educação” para que a educação “possa tornar-se uma criadora de fraternidade, paz e justiça”. Em janeiro, a Congregação do Vaticano divulgou um documento intitulado “A Identidade da Escola Católica para uma Cultura do Diálogo”, onde destacou o Pacto Global sobre a Educação como um veículo para responder ao contexto da “mudança de época” que o documento diz ser agora estar em andamento.

Em um discurso para relançar a iniciativa do ano passado, o Papa Francisco disse esperar que o pacto “reacenda nossa dedicação” por uma “educação mais aberta e inclusiva, incluindo escuta paciente, diálogo construtivo e melhor compreensão mútua”.“[Nós] queremos ser defensores da identidade e dignidade de cada indivíduo e ensinar os jovens a aceitar todos sem discriminação”, continuou Francisco. “Por isso, a educação nos compromete a aceitar as pessoas como elas são, não como queremos que sejam, sem julgar ou condenar ninguém.”

Fonte: National Catholic Register


Curitiba,

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