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A Grandiosidade da Encarnação do Menino Jesus

A Grandiosidade da Encarnação do Menino Jesus

Sermão da Missa de Natal da Meia-Noite – São Francisco de Sales

Entre as solenidades da Santa Igreja, há três que sempre foram celebradas e que têm a sua origem naquele grande feito da Páscoa que foi observado na Lei Antiga. Estas três festas são todas chamadas de Páscoa, ou Passagem, ou Pessach (Êxodo 12, 11). A festa de hoje foi instituída para comemorar a passagem de Nosso Senhor da Sua Divindade para a nossa humanidade. A segunda passagem é a da Sua Paixão e morte até à Sua Ressurreição, a Sua passagem da mortalidade à imortalidade, que celebramos durante toda a Semana Santa e na Páscoa. A terceira passagem é celebrada no Pentecostes, dia em que Nosso Senhor adotou os gentios (cf. At 2, 17;39) e permitiu-lhes passar da infidelidade à felicidade de se tornarem Seus filhos amados, a maior felicidade possível para a Igreja. Todas estas festas encontram a sua origem no mistério de hoje.

Mas neste momento podes dizer que não é comum pregar à noite. E eu respondo que esse era de fato o costume na igreja primitiva, quando estava em seu florescimento e vigor. São Gregório dá testemunho disso na homilia sua deste dia. Os primeiros cristãos inclusive cantavam os três noturnos de matinas separadamente, levantando-se três vezes durante a noite para esse fim. Além disso, iam ao coro sete vezes por dia para recitar o Ofício, cumprindo assim o versículo 164 do Salmo 118 (119). Santo Agostinho inclusive diz que pregavam três vezes nesta festa: primeiro na Missa da Meia-Noite, depois na Missa matinal e, finalmente, na Missa do dia. Tão grande era o fervor daqueles primeiros cristãos que nada os cansava. O menor deles tinha maior valor do que o melhor dos religiosos de hoje. Tornamo-nos tão frios em comparação àqueles primeiros dias que agora devemos encurtar a Missa, o Ofício e os sermões. Mas não sobre isso que quero vos falar. Pelo contrário, pretendo falar-vos primeiro daquilo que a Igreja nos apresenta neste dia e depois daquilo que devemos esperar e fazer à luz desta fé. Se não terminar tudo o que quero dizer, farei isso mais tarde, se Deus nos der tempo.

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Antes de começar meu discurso, gostaria de lembrar que gosto de usar analogias quando prego. Farei isso aqui também. Em todas as obras que fazemos ou planejamos, se formos sábios, teremos sempre em mente o propósito ou objetivo para o qual obramos (Eccles. 7, 40 [36]). Por exemplo, se alguém pretende construir uma casa ou um palácio, deve primeiro considerar se será alojamento para um vinhateiro ou camponês ou se será para um senhor, pois obviamente utilizaria planos totalmente diferentes dependendo da qualidade da pessoa que vai morar lá. Foi exatamente o que o Pai Eterno fez quando construiu este mundo. Ele pretendia criá-lo para a Encarnação de Seu Filho, o Verbo Eterno. O fim ou objetivo de Sua obra foi, portanto, o seu início, pois a Sabedoria Divina havia previsto desde toda a eternidade que Sua Palavra assumiria nossa natureza ao vir à terra. Esta era a Sua intenção mesmo antes de Lúcifer e do mundo serem criados e dos nossos primeiros pais pecarem. Temos por tradição verdadeira e certa que há mil e seiscentos e vinte e dois anos Nosso Senhor veio a este mundo e, ao assumir a nossa natureza, tornou-se homem.

Por isso celebramos o nascimento do Salvador na Terra. Mas antes de falar deste nascimento, digamos algo sobre o nascimento divino e eterno do Verbo. Deste toda eternidade, o Pai gera Seu Filho, que é semelhante a Ele e coeterno com Ele, pois nunca teve princípio, sendo igual em tudo ao Pai. O Filho nasceu do seio do Pai, de sua própria substância, como os raios solares nascem do sol, porque o sol e os raios são a mesma coisa. Somos obrigados a falar assim, reconhecendo a inadequação das nossas palavras. Se fôssemos anjos, poderíamos falar de Deus de uma forma muito mais adequada e excelente. Infelizmente, somos tão somente um pouco de pó, crianças que realmente não sabem do que estão falando. O Filho, pois, gerado do Pai, procede do Pai sem ocupar nenhum outro lugar. Nasceu no céu, sem mãe, do Pai Eterno, que, mesmo sendo a origem da Santíssima Trindade, permanece virgem sobre todas as virgens. Na terra o Filho nasceu de Sua Mãe, Nossa Senhora, sem pai. Digamos algumas palavras sobre esses dois nascimentos, dos quais temos provas verdadeiras e certas, como disse há pouco.

O Evangelista (Lc 1,35) assegura-nos que o Verbo Divino se fez carne no ventre da Santíssima Virgem, quando o anjo lhe anunciou que o Espírito Santo desceria sobre ela e que o poder do Altíssimo a cobriria com a sua sombra. É claro que isso não quer dizer que em Jesus Cristo existam duas pessoas. Na união hipostática, o Verbo que se fez carne é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e isto sem qualquer separação, desde o momento da Sua Conceição. Alguns exemplos podem ajudar. Os naturalistas dizem-nos que o mel é feito de uma certa goma chamada “maná”, que cai do céu e se une ou se mistura com flores que, por sua vez, retiram a sua substância da terra. Ao se unirem, essas duas substâncias resultam em um único mel. Em nosso Senhor e Mestre, a Divindade uniu de forma semelhante a nossa natureza com a Sua, e Deus nos tornou participantes da natureza Divina de alguma forma (2 Pedro 1:4), pois Ele foi feito homem como nós (Filipenses 2:7); (Hebreus 4:15).

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Observe que há uma diferença entre o mel coletado do tomilho e todos os outros tipos. É muito mais excelente do que o chamado heracléia, que é feito de acônito e outras flores. Assim que o provamos reconhecemos que é do tomilho, porque é amargo e doce. O mel de heracléia, por outro lado, causa a morte. O mesmo acontece com a humanidade sagrada de Nosso Senhor. Nascendo do solo virginal de Maria, a Sua humanidade é muito diferente da nossa, totalmente contaminada pela corrupção e pelo pecado. Na verdade, porque o Pai Eterno quis que Seu Filho unigênito fosse a Cabeça e o Senhor absoluto de todas as criaturas (Colossenses 1, 15-18), Ele quis que a Santíssima Virgem fosse a mais excelente de todas as criaturas, uma vez que Ele a escolheu desde toda a eternidade para ser a Mãe de Seu Divino Filho. Na verdade, o ventre sagrado de Maria foi uma colmeia mística na qual o Espírito Santo formou este favo de mel com o sangue puríssimo. Além disso, o Verbo criou Maria e dela nasceu, assim como a abelha faz o mel e o mel a abelha, pois nunca se vê abelha sem mel nem mel sem abelha.

No Seu nascimento temos provas muito claras da Divindade de Nosso Senhor. Anjos descem do céu e anunciam aos pastores que um Salvador nasceu para eles (Lucas 2:8–14). Magos vêm adorá-Lo (Mateus 2, 1-11). Isto nos mostra claramente que Ele era mais que homem, assim como, pelo contrário, Seu gemido enquanto jaz na manjedoura, tremendo de frio, nos mostra que Ele era verdadeiramente homem.

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Consideremos a bondade do Pai Eterno. Se Ele assim o desejasse, poderia ter criado a humanidade de Seu Filho como fez com a de nossos primeiros pais, ou até mesmo dar-Lhe uma natureza angelical, pois estava em Seu poder fazê-lo. Se Ele quisesse fazê-lo, Nosso Senhor não teria sido da nossa natureza. Não teríamos então qualquer aliança com Ele. Mas tal foi a Sua bondade, que Ele se fez nosso irmão para que pudesse nos dar um exemplo (Romanos 8:29; Hebreus 2:11-17) e nos tornar participantes de Sua glória. Foi por esta razão que Ele quis ser da semente de Abraão, pois a Santíssima Virgem era de fato da raça de Abraão, pois dela se diz: Abraão e sua semente (Lc 1,55; Rm 1,3; Gl 3,16).

Deixo-vos aos pés desta bendita Mãe e Menino para que, como abelhinhas, possais colher o leite e o mel que brotam destes santos mistérios e dos seus castos seios, enquanto esperais que eu continue o resto de meu sermão, se Deus nos conceder a graça e nos der o tempo para isso. Rogo-Lhe que nos abençoe com Sua bênção. Amém.

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Instituto Santo Atanásio (Curitiba - PR). Associação de leigos católicos que tem por objetivo promover a Fé e a Cultura Católica na sociedade.
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